Capítulo 8

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Olá meus amores... Voltei! 😏😍
Os dias estão corridos por aqui. Estou no últimos ajustes para lançar
❤️ Sonhos Roubados❤️ na Amazon então tenha paciência, por favor? 🥺
Obrigada pelos comentários e estrelinhas, só muito obrigada.
Vamos de capítulo? 😏
(Desculpem eventuais erros🙈)
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Capítulo 8

Linda

Quase não dormi durante a noite, perdida em pensamentos. O que era um besteira porque talvez ele nem me olhasse outra vez, mas para ser sincera a ideia me deixava com uma sensação estranha. Mas também, aliviada por ter recuado e não ter feito algo que me arrepender depois. Uma vozinha na minha cabeça, não parava de perguntar, quem iria se arrepender de transar com Max? E claro, eu sabia a resposta. Ninguém em sã consciência se arrependeria. Já eu? Bem, não tenho certeza. Pode ser sexto sentindo, intuição, ou sei lá, mas alguma coisa me fez recuar. Não sei se agi certo ou só deixei minha chance passar. Mas a verdade é que não consegui tirar todas essas dúvidas da minha cabeça a noite inteira. Para piorar, quando consegui dormir, sonhei com ele. No sonho, aconteceu exatamente o que o idiota ridiculamente lindo narrou que queria fazer comigo. Acordei suada e com a calcinha encharcada. Merda!

Já não bastasse todo magnetismo que o cara tinha, me atraindo para ele, ainda descobri que ele é fotógrafo. Vocês tem noção disso? Deus não estava sendo justo, era perfeição demais para um homem só. Depois que ele contou o que fazia senti uma pontinha de inveja. Não, sério! Um estúdio, em NY, ah três especializações? Porra, quem não sentiria? Ele faz tudo que sempre sonhei em fazer. Me senti frustrada, talvez nunca irei sentir a realização profissional que ele alcançou. Não julguem, foi só uma pontinha mesmo mas logo passou. Fiquei feliz por ele, de verdade.

Vou trabalhando no automático, com todos esses pensamentos, rondando minha cabeça. Esbarrei na visitante de algum hóspede, saindo do quarto assim que cheguei. Sua aparência toda desgrenhada e sorriso no rosto não deixavam dúvidas de como tinha sido sua noite. Senti inveja dela na mesma hora. Eu poderia ter tido uma noite assim, mas fui medrosa e recusei. Meu humor, que estava ruim, caiu para um nível muito pior. O cara devia ser bom, pois o fluxo de visitantes naquele quarto era intenso, esse é o mesmo quarto que minha colega tinha encontrado uma calcinha na lixeira, dois dias atrás. Depois do esbarrão, ainda derrubei o balde e bandejas de reposição umas duas vezes. Droga! Meu dia só melhora.

— Deus, dá pra ficar pior? — pergunto olhando para o teto.

O quarto que a tal mulher saiu mais cedo está livre para limpeza e parece uma zona de guerra. Tem roupas jogadas pra todo lado, a cama está totalmente desfeita, a farra foi boa mesmo.  Coloco meus fones de ouvido e começo pelo banheiro. Depois de tanto pensar, chego à conclusão que vou ligar para o Max e se ele estiver mesmo disposto a se encontrar comigo outra vez, vou transar com ele. Vou deixar esse lance de não transar casualmente de lado e me jogar de cabeça nessa aventura. Com Anita ecoando nos meus ouvidos, danço e limpo o quarto ao mesmo tempo. Depois de terminar o banheiro, troco as roupas da cama, junto as roupas e quando vou dobrar uma das camisas, um cheiro conhecido me invade. O mesmo perfume que o Max usa entra nas minhas narinas, me fazendo relembrar quando ele se inclinou na minha direção sussurrando todas aquelas safadezas no meu ouvido.

— Porra, até um perfume igual ao dele você coloca no meu caminho? Está de conluio com algum cupido, só pode né? — pergunto olhando para o alto.

No chão, do outro lado da cama, encontro um brinco feminino, em formato de argola, enquanto danço e rebolo agora com Anita e Safadão no último volume. Distraída não percebo a porta do quarto abrir e quando me viro quase tenho um treco. A última pessoa que eu esperava ver, está parado na porta. De tênis, short de corrida, abdômen nu, todo suado com a camiseta jogada no ombro. Max está encostado no batente da porta, me analisando.

— O que você está fazendo aqui? — pergunto sem entender.

Ele começa a falar, mas não escuto.

— O que? — grito outra vez sem entender nada.
Max sai da porta vindo na minha direção, dou alguns passos para trás recuando do seu olhar intimidante, até que encosto do criado mudo. Ele sorri arrancando os fones do meu ouvido.

— Você ouviria se não estivesse com isso.

Merda! Os fones, até me esqueci deles.

— E sou eu que tenho que perguntar, o que você está fazendo no meu quarto?

Seu quarto? Espera ai, esse quarto é dele? O Max está hospedado no hotel que estou trabalhando? Ah... Sério? Pergunto em silêncio. Com dezenas de hotel nessa cidade e ele tem que estar hospedado justo onde estou trabalhando? Se não for Deus, só pode ser o universo conspirando contra mim.

— Estou trabalhando.

Ele faz uma careta pra minha resposta e desvia o olhar para minhas mãos. Estou segurando o brinco que acabei de encontrar no chão do quarto. Ei! Espera ai, a mulher que esbarrei hoje de manhã estava saindo do quarto dele, esse brinco é dela. Sinto meu estomago pesar com a constatação. Ele também é o cara da calcinha na lixeira. Meu Deus. Ele teve uma mulher atrás da outra, eu seria a quarta, quinta, sexta talvez? Fico enojada. Se tivesse transado com ele ontem, eu seria a primeira do dia ou ele já estava na segunda? Como pude ser tão iludida. O cara já se mostrou um idiota muitas outras vezes e eu aqui, fantasiando, sou mesmo muito burra. Obrigada sexto sentido, eu quase disse sim e transei com ele.

Minha cabeça começa a doer. Nem sei o motivo disso me incomodar tanto, de estar tão decepcionada, afinal, ele não é nada meu. Mas mesmo assim sinto meu estomago doer com pesar, muito mais que eu queria na verdade. Merda de dia que só piora. Deus só pra constar, às vezes falo seu nome em vão, mas não precisa ficar bravo, estava só brincando quando falei que o dia não podia ficar pior. Já sei de todo o seu poder, ok? Pode parar de me castigar com essas coincidências de merda. Ops, desculpa.

— Acho que sua amiga esqueceu isso quando saiu mais cedo.

Ele olha para o brinco na minha mão estendida, mas não pega. Dando as costas pra mim passando as mãos no cabelo, molhado de suor, fala um palavrão.

— Vou deixar você a vontade, depois termino a limpeza.

Deixo o brinco em cima do criado mudo, e recolho as roupas de cama jogadas no chão. Preciso sair daqui o mais rápido possível.

— Linda, posso explicar.

Sorrio sem vontade, sem parar de recolher as coisas e falo.

— Você não precisa explicar nada, Senhor. Vou deixa-lo à vontade, me desculpe. Não sabia que ia voltar tão rápido, termino o resto da arrumação depois.
— Para com isso. — Arrancando a fronha da minha mão, ele me encara — Se não está esperando uma explicação porque está agindo assim?
— Assim como? — pergunto tentando manter a postura.
— Como se não me conhecesse? Sem me olhar, como se ontem à noite a gente, a gente...

Ele só pode estar da sacanagem

— Como se a gente não tivesse quase... transado!? É isso que você quer dizer? Mas isso definitivamente não foi um problema para você, não é mesmo? Afinal, eu mal virei às costas e você já encontrou alguém pra substituir a frustação que te causei.
— Você disse que não precisava de explicação.
— E não precisa, Max! — grito. — Me desculpe se fiquei chateada por você transar com outra mulher, dez minutos após eu ter virado as costas. Desculpa por ficar chateada com o convite para encontrar hoje, outra vez, quando você talvez ainda cheire como ela. Me desculpe por sentir nojo, só de pensar que se eu tivesse transado com você ontem, talvez nem tivesse sido a primeira da noite. Realmente, me desculpe!

Ele faz uma careta. Sinto um gosto amargo na boca e minha cabeça dói ainda mais.

— Da onde você tirou isso? Não transei com ninguém, antes de me encontrar com você.
— Não mesmo? Não tenho tanta certeza disso, o fluxo de visitantes nesse quarto é intenso. Outro dia minha colega achou uma calcinha na sua lixeira. E a não ser que você tenha o costume de usar uma, acredito que era de outra visitante sua, certo?

Ele não responde, mas não precisa. Seu olhar fugindo do meu diz tudo.

— Bebi demais ontem, fiquei mesmo frustrado por ser dispensado por você, mas não me lembro direito do que aconteceu depois da terceira rodada de whisk e...
— Max, para! Nós acabamos por aqui. Você realmente não me deve explicações. Agora vou voltar para o serviço.
— Por que você está aqui? — ele fala irritado andando pelo quarto. — Por que você não está em outro lugar, procurando um emprego na sua área? Por que está aqui limpando privada?  

Ele está irritado? Quem tinha que estar com raiva aqui sou eu, não ele.

— Está louco? Você não tem nada a ver com isso. Faço o que quiser da minha vida.
— Por que Linda? — Max fica no meu caminho me impedindo de sair. — Nada é tão importante, as pessoas não ligam para você, acredite. Ninguém liga para ninguém, todos só pensam em si mesmos.
— Não fale por mim, você não sabe nada da minha vida! O serviço aqui, limpar privada como você falou, é tão digno quanto qualquer outro. Muito diferente da sua torre em NY, eu sei, mas ainda assim tão digno quanto. Porém, um filhinho de papai como você jamais entenderia isso. Mas também não espero que entenda, acredite.
— Você não sabe o que está dizendo — vocifera. — Não entendeu o que eu quis dizer. Eu sei que esse serviço é digno como qualquer outro, mas você não precisa trabalhar aqui.
— Você não sabe do que eu preciso!

Falo empurrando ele do meu caminho pego o carrinho e empurro para fora do quarto, me sentindo derrotada. Não conseguir trabalhar fazendo o que eu amo é a maior frustração da minha vida. Como que ele pode fala que passo por isso porque quero? Esse idiota não sabe o que fala, é um egoísta. Morro por minha família e sei que eles fariam o mesmo por mim. Estarei sempre aqui por eles. Decepção se instala de tal jeito, que meus olhos se enchem de lágrimas, mas me recuso a chorar perto dele.

— Linda, espera! Me deixa começar de novo, me expressei errado.
— Essa frase está ficando cansativa, você já pediu isso antes. Não fala mais nada, não quero me arrepender ainda mais de ter lhe dado uma chance.
— Não é como você está pensando. Eu não tinha mesmo a intenção de transar com ninguém ontem à noite, a não ser com você, é claro. Te falei isso. Mas sou solteiro e não devo nada para...
— Ninguém. Pego o que eu quero e quando quero. Você já falou isso ontem também Max, não precisa repetir. Preciso mesmo ir. — Estamos no corredor e não quero causar uma cena aqui também.

— Linda, não vai. Preciso conversar com você. — Ele segura meu braço, sem me deixar ir.

— Você só pode achar que sou idiota não é mesmo? Acha que vou transar com você, depois de ter saído da cama com outra?
— Eu não falei isso. — Se defende.
— Mesmo assim, não. Eu não tenho mais nada para conversar com você.
— Linda, por favor.

Nesse momento um hóspede sai do quarto e nos olha sem entender nada. Fico envergonhada pela cena e com medo de perder o emprego outra vez.

— Max, você já me fez perder um emprego, por favor, me larga. Não posso perder esse também. Ao contrário do que você pensa, não limpo privada por esporte e sim por que preciso — minhas palavras surtem efeito, imediatamente Max me larga, me deixando ir.

Sigo sem olhar pra trás até virar o corredor. Depois que ele não pode mais me ver, encosto contra a parede e deixo a lágrima que tanto segurei cair. Me sinto uma idiota por estar tão abalada. Sei que ele não me deve nada, mas então porque, dói tanto? Por que me sinto traída? Merda Linda, você já sabia que o cara era um otário, você é a prova disso e ainda se sente assim?  Se eu fosse Anastacia Stell, diria que é minha deusa interior me lembrando de como sou burra. Mas mesmo assim, me sinto péssima. Sou definitivamente uma iludida. O cara diz que quer transar comigo e já acho que sou a única? Sinceramente Linda?

— Argh...

Limpo meu rosto das lágrimas e volto a trabalhar, me sentindo ridiculamente infantil. Meu peito dói, toda vez que lembro que ele estava transando com outra mulher, enquanto eu não tirava os pensamentos do nosso jantar da cabeça, sem conseguir dormir. Me revirei na cama esperando ansiosa pelo outro dia, pra vê-lo outra vez, enquanto ele fodia uma mulher qualquer.

O resto da manhã seguiu com minha cabeça cheia de pensamentos, mas sem outras interferências. Agora olhando para meu almoço, a fome não vem. Meu telefone toca e o nome da Lizoca aparece na tela.

— Ei Lizoca tudo bem?
— Oi Flor, tudo ótimo, como você está? E o novo emprego?
— Estou bem, tudo certo com o emprego também. Me adaptando ainda, mas é tranquilo.
— Que bom Flor! Olha só, te liguei pra te dar uma intimação. Mas primeiro... —Ela faz uma pausa. — Fui pedida em casamento — conclui sem nem me preparar. 
Sorrio feliz pela minha prima, ela merece tudo de bom.

— Que ótimo Lizoca, até que enfim o gringo mané deu uma dentro.

Ela sorri primeiro e depois continua.

— Não fala assim dele.
— Meu Deus! O amor deixa as pessoas tolas. Para que tá feio Lizoca — falo brincado, ela sorri outra vez.
— Olha só, agora falando sério. Meu pai quer conversar com o Paul durante o jantar essa noite, sobre o pedido. E ele está muito frustrado por não poder falar com o Paul por causa dos idiomas diferentes. Então, ele mandou eu te intimar a fazer as traduções.
— Mas porque eu? Você não pode fazer isso?

Eu sei que a possibilidade do Max estar presente é grande. Mas hoje, ele é a última pessoa que quero ver.

— Meu pai teme que eu não seja imparcial.

Agora quem dá uma gargalhada sou eu, isso é a cara de meu tio. Mesmo não querendo encontra-lo, não posso negar isso para minha prima.

— Tudo bem, aceito a intimação, meus pais nunca esperam pelo réveillon mesmo. A que horas é o jantar?
— As nove.
— Ah então até lá futura... Como é mesmo o sobrenome do mané?
— Backer
— Até lá, futura senhora Backer.
— Até Linda, e muito obrigada. Você é a pessoa mais linda que já conheci.
— Hahaha! Engraçadinha.

Nos despedimos e desligamos os telefones, sorrindo como duas idiotas.
Então, lembro que vou encontrar com o Max outra vez, merda! Quando já ia abrindo a boca para perguntar se o dia podia piorar, paro no mesmo instante e veto até meus pensamentos. Parece que Deus está atento a tudo que eu falo e penso ultimamente.  Ele tem me castigando por cada vez que falei seu nome em vão e por cada vez que duvidei da sua capacidade de piorar as coisas.

— Está atento mesmo, né colega? Nem precisava tanta atenção assim não.

Falo olhando para o céu. Tenho que me lembrar de dizer isso pra minha mãe, ela sempre me fala assim: "Linda, acha mesmo que Deus não tem mais o que fazer? Se ele atender toda hora que você falar ou chamar por ele, nós estamos fritos, jamais sobraria tempo pra gente." Hahaha! Acontece que ela está errada eu não sei onde ele está arrumando tempo, o que eu sei, é que ele está atento a tudo que eu digo, sim!

                                                       **********

— Filha, você vai trabalhar amanhã? — Minha mãe pergunta sentada na minha cama, enquanto estou no espelho, terminando de me arrumar para o jantar de noivado da Lizoca.
— Sim, mãe. Com o hotel lotado, ninguém ganhou folga, mas vamos ganhar um extra por isso, está ótimo.
— Não gosto de você trabalhando lá, Linda. Você é fotógrafa filha, tem que achar alguma coisa na sua área. Isso é injusto demais.

O tom triste da sua voz me chama atenção. Ah não, até minha mãe, sério produção? Decido poupar o nome de você sabe quem, já que anda atento demais.

— Mãe... Nós não vamos voltar nesse assunto outra vez.
— Você não sabe o quanto é difícil ver você presa aqui, sem fazer o que gosta depois do sacrifício que todos nós fizemos pra você se formar, Linda. Como sua mãe, quero que você seja feliz filha.

Vou até ela e a puxo para um abraço apertado, antes de falar olhando nos seus olhos.

— Eu sou muito feliz mãe, jamais duvide disso. Minha chance vai aparecer e ainda vou dar muito orgulho pra vocês.
— Você já dá meu amor, não tem que provar nada para mais ninguém. Eu te amo.
— Também te amo mãe, muito.
— Deixa que eu arrumo essa bagunça. Vai, já está na hora, você está linda, Linda.
— Ah mãe, até você? Onde estava a sua cabeça quando me deu esse nome, hein?

Ela sorri largo.

— É perfeito pra você.

Dou outro beijo nela me despedindo e saio do quarto. Na sala encontro meu pai, cochilando e assistindo tv. Esperar dar meia noite acordado é mesmo impossível para o meu velhinho. Dou um beijo na sua careca.

— Boa noite pai, te amo — ele resmunga alguma coisa, mas não acorda.

Saio de casa e o ar quente da noite me cumprimenta. Estou nervosa, sei que vou encontrar o Max lá e isso não saiu dos meus pensamentos, nem mesmo por um minuto durante todo o dia. Aquela sensação ruim que acontece toda vez que lembro o que aconteceu mais cedo, também permanece. E a cada vez me sinto pior. Tentando jogar tudo de lado, respiro fundo antes da abrir o portão e entro para enfrentar o que tiver por vir.
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Não esqueçam da estrelinhas e até qualquer hora, obrigada ...😏😘

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