Capítulo 4.

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Durante uma semana foi um cavalheiro com Lucinda na frente de todos, não deixando dúvidas que realmente estava interessado na jovem, mas o problema era quando estavam sozinhos. Sempre que estava com ela em público desejava estar a sós para poder beijá-la, ouvir os gemidos deliciosos que ela deixava escapar, as mãos cada vez mais ousadas no corpo dele e os lábios dela acompanhando tão facilmente.

Ninguém havia avisado á ele que a dama mais sem graça da temporada era, na verdade, a mais perigosa.

Eles estavam no Hyde Park novamente, pela segunda vez. Não precisou levar ela para Madame Laurent dessa vez, pois se vestiu adequadamente, o que ele não gostou, pois adoraria os minutos a mais que ficariam na carruagem.

Lucinda caminhava á sua frente observando o lago com serenidade, enquanto ele acompanhava devagar sem desviar o olhar dela. De repente ela parou e exclamou algo, então antes que pudesse perguntar o que havia de errado ela disparou pelo gramado até um arbusto, agachando de um modo nada adequado. Robert correu até ela, ficando na frente para os demais passeando não reparassem na jovem dama com os joelhos no chão, sujando completamente o vestido.

-Lucinda. –sussurrou chamando a atenção dela.

-Olhe. –ela disse triste.

Ele olhou na direção das mãos enluvadas dela. Havia um filhote de cachorro em uma caixa pequena.

-É um beagle. –falou Lucinda surpreendendo. –São excelentes rastreadores de coelhos e lebres, devido ao senso olfativo altamente desenvolvido.

-Também são muito leais. –disse agachando ao lado dela e passando a mão na cabeça amarronzada.

O corpo dele era composto por manchas pretas em cima e o restante branco, e somente a cabeça era marrom.

-Oi menino. –sussurrou ela pegando-o no colo.

Não deveria nem ter três meses de vida, pensou Robert.

-Ele é muito pequeno. –ela disse olhando para ele.

-Deve ser esse o motivo que o abandonaram. –falou afagando a cabecinha do beagle.

-Não podemos deixa-lo aqui.

-Eu sei.

Ele estava pensando no que fazer quando Lucinda levantou e ele a acompanhou, voltando o caminho que fizeram.

-Vamos para seu apartamento. –declarou de repente.

-Meu apartamento? –perguntou confuso. –Aliás, como sabe que eu tenho um?

-Todo mundo sabe. –ela disse virando para ele com a sobrancelha erguida e retomou a caminhava apressada.

Pela primeira vez na vida sentiu-se envergonhado, afinal seu apartamento era um local onde levava suas amantes. Por Deus, não posso levar ela para lá!

-Lucinda! –gritou ao vê-la já perto da carruagem. –Vamos para outro lugar.

-Para onde? –ela perguntou.

-Eu... –ele coçou a cabeça e suspirou. –Eu tenho outro apartamento.

-Outro? –perguntou confusa. –Quem tem dois apartamentos?

-É para algo pessoal.

-Mais do que o primeiro? –perguntou e quando ele confirmou, ela assobiou baixinho. –Meu Deus, o que você faz?

-É... –ele não sabia como dizer. –Constrangedor.

Ela arregalou os olhos.

-Você não é um assassino, é? –perguntou se afastando devagar.

Metade de um Coração - Trilogia do Coração ♥ Vol. IOnde histórias criam vida. Descubra agora