Sabor Favorito

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A movimentação leve na cama fez com que o sono de Changkyun fosse interrompido. O bombeiro notou que todos os seus sentidos já estavam alertas ao mundo exterior, mas preferiu continuar de olhos fechados aproveitando o calor confortável que tomava seu corpo.

Há muito tempo não tinha dormido tão bem assim. O estofado do sofá não lhe machucava as costas, no entanto, não era tão confortável quanto sua cama. Além disso, as manhãs sempre pareciam frias demais. Contudo, naquele dia, deitado em sua cama com o corpo de Kihyun em seus braços, ele não conseguia simplesmente despertar, nem gostaria. Podia sentir a respiração do outro em seu rosto, sabia que Kihyun também estava acordado e que provavelmente o encarava. Típico de Kihyun.

Changkyun sabia que aquele sonho acabaria assim que abrisse os olhos. Sabia que o clima ficaria desconfortável e que o calor sumiria, por isso não queria o fazer. Se ele pudesse, existiria naquela realidade para sempre. A realidade em que ele e Kihyun eram casados e apaixonados, ficariam na cama até não poderem mais e que, ao se levantarem, iriam tomar um café da manhã abraçados no sofá da sala. Changkyun ansiava aquilo mais do que tudo.

Mas não podia o ter. Não mais.

- Vai continuar me encarando assim? – Changkyun falou mais rouco do que gostaria. Sentiu o corpo de Kihyun se encolhendo e escutou o arfar assustado. Abriu os olhos e pode ver o rosto de seu marido. – Bom dia.

- Bom dia. – Kihyun sussurrou. – Você não estava me soltando, então não sabia o que fazer.

Changkyun afastou seu abraço e deixou o corpo do outro livre, o calor se afastou junto com Kihyun. Ambos estavam ainda com as roupas do dia anterior, os paletós estavam jogados no chão do quarto.

- Me desculpe. – Changkyun esticou seus braços e observou aquela pequena bagunça no quarto. Os edredons estavam um caos, quase não o cobrindo devidamente, a garrafa de vinho estava no chão pingando e manchando o chão e, como se não bastasse, a bagunça se manifestava nos residentes do quarto. A camisa de Changkyun estava toda aberta, deixando seu peitoral a vista, e em seu pé só tinha um dos pés das meias que usava na noite anterior. Kihyun não estava muito diferente, mas somente alguns botões da sua camisa estava aberto, o mais alarmante com certeza era que ele estava sem calças no momento.

- Hum... – Kihyun resmungou sem jeito enquanto passava a destra em seus fios, tento organiza-los. – Você lembra se nós fizemos alguma coisa ontem?

Ah, o poder da bebida! Kihyun havia passado boa parte daquela manhã pensando no porquê Changkyun estava praticamente sem camisa e ele sem calça, tentou forçar sua mente a resgatar as memórias, mas – como todos já sabiam – ele era péssimo nisso.

Por mais que tentasse, se lembrava do momento em que Changkyun o fez explodir por dentro ao tocar sua mão de forma tão intensa, mas o que aconteceu após isso era um borrão assustador.

- Não me lembro muito bem. – O bombeiro sussurrou em resposta. – Na verdade, não me lembro de quase nada. Mas acho que não aconteceu nada, se é com isso que você se preocupa. Provavelmente nos deitamos de qualquer jeito e complemente bêbados.

- Mas e minha calça? – Kihyun sentia o constrangimento o consumindo quando Changkyun o olhou diretamente, observando as coxas alvas expostas. Contudo, a reação do mais novo foi mais passível e desinteressada do que esperava. Aquilo o incomodou um pouco, afinal, eles não eram casados? Changkyun não tinha interesse algum em seu corpo?

"Não seja como um adolescente, Kihyun. Isso não importa agora."

- Você nunca gostou de dormir com calça. Talvez tenha tirado e nem notou. – Changkyun jogou o edredom de lado e se levantou, pegou a garrada no chão e foi em direção a porta.

Memórias do Jardim Secreto {Changki} - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora