Ao abrir os olhos, Kihyun sorriu de forma suave.
Há alguns meses atrás, o editor jamais imaginaria que ficaria tão feliz ao ter como primeira visão ao acordar o rosto daquele bombeiro que parecia ter mais alguns anos de idade do que realmente tinha. Aquele que sempre lhe mimava e não saía de seu lado, que lhe apoiava apesar de saber que não era correspondido. Kihyun não sabia que ficaria tão feliz observando a expressão tranquila de Lim Changkyun adormecido.
Kihyun gostava de dedicar atenção a todos os detalhes de seu marido. Os fios castanhos se espalhavam pelo travesseiro e cobria parcialmente os olhos fechados, a respiração era calma e passava pelos lábios entreabertos. O editor notou algumas marcas avermelhadas na pele do outro, essas que se estendiam até o peito descoberto. Changkyun estava nu, e a única coisa que impedia o outro de vê-lo por completo era o cobertor fino que cobria da cintura para baixo.
Não havia pretensão de nada, contudo, Kihyun se sentiu ainda mais animado do que deveria pela manhã. Não imaginava que ter o corpo nu do bombeiro junto ao seu, compartilhando de um calor aconchegante, lhe afetaria de maneira que não conseguiria esconder mesmo se quisesse.
- Sabia que eu consigo sentir você? – Changkyun falou em sua voz mais grave que o normal, adornada pela sonolência, mas com um leve tom brincalhão. Kihyun não se assustava mais, na verdade, ele sorria alegre ao escutar a voz de seu marido.
- Eu sei. – Respondeu no mesmo tom, se aconchegando ainda mais no corpo do outro. Se aproveitando da proximidade, Kihyun se esfregou na coxa do bombeiro. Ele tentou ser discreto, mas falhou e sorriu com falsa timidez. – Eu também consigo te sentir.
Changkyun riu, finalmente abrindo os olhos. O editor prendeu a respiração por meio segundo, sempre se emocionando ao ver a cor bonita da íris de seu parceiro. Era uma das visões mais lindas que Kihyun tinha o prazer de ter.
Não demorou muito para que os corpos girassem na cama e que os lábios se unissem. A intimidade que eles compartilhavam era ainda maior do que aquela vista antes do acidente de Kihyun. Changkyun não poderia estar mais feliz.
- Vamos resolver isso? – Sussurrou o mais velho quando as bocas se separaram por um breve momento.
A destra de Changkyun pegou a semelhante de Kihyun, a levando em direção aos lábios. Ele descobriu que amava receber beijos e caricias vindas do outro em suas mãos. – Você ainda se lembra que não podemos faltar hoje?
- Como poderia me esquecer? – Kihyun apertou os olhos ao sentir a língua do outro. – A Senhora Yoo está falando em minha cabeça durante toda a semana. Não sabia que ela gostava tanto de festas de fim de ano.
- Deixe ela. Sabe que ela está feliz porque Hoseok e Hyungwon irão também. Sua mãe sempre insistiu que eles eram feitos um para o outro e agora seu sonho se realizou.
- De toda forma, não deveríamos estar falando disso agora. – Kihyun levou sua mão em direção ao ponto sensível de seu marido, subindo e descendo de forma quase meiga, mas o suficiente para que Changkyun suspirasse com luxuria. O editor amava aquelas expressões do mais novo.
- Mas teremos que ser rápidos. Sua mãe irá me matar a gente se atrasar.
Kihyun riu. – Até parece que minha mãe irá falar alguma coisa para o sogro preferido dela. As vezes parece que ela gosta mais de você do que de mim. – O mais velho roubou um beijo rápido.
- Você é um ciumento. Mas esqueça isso por hora. - Changkyun desceu seus lábios em direção ao pescoço do outro, beijando a área com vontade. – Temos algo mais interessante para fazer agora.
Kihyun poderia dizer que havia alcançado a felicidade. Diferente dos livros de romance que havia lido aos montes, agora ele entendia como o amor funcionava. Não era algo sobre um casal perfeito um para o outro, onde eles concordavam em tudo ou que colocavam a paixão em cima de qualquer outra coisa. Amor é sobre sacrifício.
Agora o editor entendia como era necessário que as vezes se sacrificasse algumas coisas em prol de seu companheiro. Entendia que Changkyun havia sacrificado várias coisas para que eles permanecessem juntos, e agora Kihyun sacrificaria outras coisas para compensa-lo. Kihyun iria sacrificar suas lembranças, entendia que se prender a elas apenas lhe traria questões que talvez jamais trariam respostas.
Quando conversou sobre o assunto com Changkyun, o mesmo concordou apesar de várias vezes questionar se o editor tinha certeza sobre isso. Kihyun não conseguiu não sorrir com a preocupação do outro.
Amor era sobre sacrifício, mas também era sobre seu companheiro se importar e amar ao ponto de querer seu bem acima do dele. Se a pessoa realmente lhe amar, ela não irá te fazer sacrificar seus sonhos e as coisas mais importantes.
Kihyun entendia isso agora.
- Sabia que você fica ainda mais lindo com essa roupa? – A voz grave tão conhecida falou no ouvido do editor. Os braços firmes abraçaram sua cintura e o rosto de Changkyun se encaixou entre o ombro e pescoço de Kihyun. – Você já é muito bonito naturalmente, mas usando essa yukata, me faz repensar se a gente não deveria ficar em casa para aproveitar um pouco.
- Você já foi mais envergonhado. – Kihyun segurou o braço que o abraçava. Seus olhos ainda estavam fixos no jardim particular do casal, apreciando o seu lugar preferido no mundo. – Cadê aquele Changkyun que nem mesmo tinha coragem de trocar algumas palavras comigo?
- Se você me beijar, serei incapaz de falar novamente.
Kihyun não poderia estar mais feliz. Aquele momento era perfeito para si, nada precisaria mudar. Até mesmo estava repensando se gostaria de ir até o festival de final de ano que sua mãe havia o convidado.
- Ei, estou com uma ideia. – Changkyun iniciou com uma voz insegura, chamando a atenção do editor. – Acho que você vai achar ela um pouco maluca.
- Nada pode ser mais maluco do que aconteceu entre a gente nesse ano.
Changkyun sorriu. – Estava pensando.... Quer se casar comigo mais uma vez?
O bombeiro nunca escutou uma resposta para o seu pedido. Kihyun, por um momento, prendeu a respiração e fez uma expressão surpresa. Contudo, em seguida, se virou e beijou Changkyun de maneira intensa.
Changkyun não precisava de nenhuma resposta audível. Kihyun era a resposta para toda e qualquer pergunta que ele poderia ter em algum momento de sua vida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Memórias do Jardim Secreto {Changki} - Completo
Romansa[Changki] - [Changkyun X Kihyun] - [au!Bombeiro] Lim Changkyun era um bombeiro e, naquela tarde, atendeu um chamado. O que não jamais imaginou era que naquele dia iria tirar das chamas a pessoa que mais amava, uma triste coincidência que quase custo...