Capítulo Quatro

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De acordo com uma breve pesquisa no Google, a montanha russa é um brinquedo somente para pessoas que tem coração forte. Pessoas essas que a descrevem como uma viagem emocionante, sem possibilidade de controle e que no final o maior desejo é que as coisas acabem logo.

Marcos, Tom, Gabe, Jacob e Sam eram homens de coração forte. Todos com suas diferenças e particularidades em seu devido lugar. Eles toparam fazer uma viagem emocionante, colocaram a prova todos seus medos, anseios, preocupações, desejos e principalmente seus corações.

Mesmo sabendo que na viagem poderia riscos, cada um deles topou subir nos trilhos, sem segurança alguma e de olhos fechados.

Podemos dizer a essa altura que era um brinquedo suicida e nem mesmo a maior força de vontade possibilitaria o autocontrole. Não tinha como controlar nada. Era algo desgovernado.

A montanha russa é a analogia mais adequada para essa história. Mesmo sabendo que somos os maiores responsáveis pelas nossas vitórias e derrotas, não quer dizer que não seremos afetados por forças externas.

Petter era simplesmente o dono do parque e nada se podia fazer quanto a isso. Era o condutor maluco daquela montanha russa. Ele fazia questão de que todos passassem pelo processo. Eram os cinco passos para uma morte lenta, dolorosa e inesquecível.

O primeiro passo era o desejo. Mostrar que o brinquedo era melhor que qualquer outro e isso nenhum deles podia negar, Petter conseguia fazer isso de mãos atadas.

O segundo passando era a adrenalina. Mostrar que era perigoso estar ao seu lado, mas que valia a pena correr o risco, mesmo que isso custasse caro.

O terceiro passo era a calmaria. Depois de entrar no carrinho, não tinha mais volta. Aquela era a subida constante, um ritmo compassado. Tranquilidade. Talvez até um certo marasmo. E o destino terminava sempre bem lá em cima, no alto. Onde cada um deles podiam tocar as nuvens, fazendo com que eles sentissem que podiam qualquer coisa, onde quase podiam tocar o céu.

O quarto passo era o topo. Aquele era o momento de sentir que chegou ao topo do mundo. A sensação de conquista, realização, satisfação, paz e plenitude reinava. E era onde mais estavam vulneráveis.

O quinto e último passo era a descida. Sem ser perceptível, tudo começa a desabar em segundos. Queda livre. Sem aviso, sem tempo para se preparar. Sem rede de segurança, sem garantias, sem certezas. A descida acontecia numa velocidade alucinante. Medo, angústia, ansiedade. E o que se esperava lá em baixo? Ninguém sabe.

Mas o que dizer de cinco caras que mesmo passando pelos cinco passos, queriam andar novamente? Eram masoquistas ou suicidas?

E mesmo sem saber de nada, dessa vez um passo novo havia sido criado. Um passo surpresa, um bônus.

Sexto passo: a destruição.

Chegando na delegacia, Petter entrou de casaco com capuz na cabeça e óculos escuros. O colocaram numa salinha daquelas de interrogatório, pequena, escura, com uma mesa e duas cadeiras. Ele pediu água, se acomodou na cadeira e ficou esperando pela detetive responsável pelo caso.

Petter estava nervoso. Dava para notar pelo balançar das suas pernas. Era involuntário. Quase que um novo toque.

_ Podemos começar, Carter? -disse a detetive entrando na sala.

_ O que estou fazendo aqui exatamente? -ele perguntou.

_ Bom, vou te fazer algumas perguntas. Quero que seja sincero e depois te libero. -ela explicou puxando um bloquinho e um gravador.

_ Tudo bem. O que quer saber ? -ele cruzou as penas.

_ Primeiro quero saber o que você fazia na casa da vítima minutos antes dela ser assassinada?

Fuja de Petter Cárter  Romance Gay Completo Onde histórias criam vida. Descubra agora