E cá está Han Jisung, mordendo os lábios sem parar e os deixando completamente machucados pela tamanha força que usa. Às vezes o nervosismo grita e acaba nos machucando. Seus dedos são pressionados na palma da mão, as unhas, mesmo que curtas, incomodam a pele, e as pernas se mexem sem parar em baixo da mesa escolar. Olhando para trás, por cima dos ombros, pode observava o garoto das mensagens.
Ele sabe quem é, mas não quer crer mesmo nisso. Perturba tanto ele que sente vergonha. Minho nunca fez nada, sempre o tratou com educação e um sorriso no rosto quando não estão brigando, na verdade, quando Han não começa uma discussão. É óbvio que o Lee revida e o fogo apenas cresce.
Porém Jisung está envergonhado e se sentindo culpado. Mesmo com todos os defeitos e todas as vezes xingando, o garoto o observa e nutre sentimentos profundos. Isso é uma merda. Sabe não devolver na mesma intensidade, mas se apegou.
Acreditava que o apego é um dos piores sentimentos.
— Eu vou ser obrigado a te dar uns cascudos? — ouve a voz de Changbin ao seu lado, sussurrando rente ao seu ouvido, visto que estão no meio da aula e não podem conversar. — No almoço você conversa com o garoto, merda.
Mas Jisung não fica quieto, parece que quanto mais o tempo passa, mais ele fica ansioso. Sente um frio na barriga e gostas suor escorrendo por sua testa. O professor se preocupa e quer saber se está tudo bem, se não quer ir na enfermaria ou até mesmo ir embora, e isso só fez com que sinta um par de olhos preocupados em suas costas.
É tão idiota.
O sinal toca, alguns alunos saem da sala, inclusive, até mesmo, Changbin.
Jisung se aproxima com a pequena vasilha azul em mãos, dentro há seu lanche. Está frente ao outro menino, que apenas encara seu caderno e batuca o lápis no mesmo. Parece estar pensativo e abatido.
— Minho? — chama, e ele o olha por breves segundos e desvia o olhar, largando o lápis na mesa, arrumando a postura na cadeira e cruzando os braços. Percebe que ele não está com nenhum lanche. — Cadê o seu lanche? — pergunta, mas o outro apenas dá de ombros, observando o lado de fora pela persiana.
E se der o seu? Ajudará nas desculpas? O ajudará de alguma forma? Mostrará que ele não é uma pessoa ruim? Jisung não é, apenas não sabe se comportar corretamente e ser muito educado, contudo, quando quer, não tem quem o mude. Isso ele admite sem muita conversa.
— Toma. — então entrega sua vasilha com a comida, deixando em cima da mesa dele. — Eu não tô com muita fome mesmo. - mente, mas está com muita fome por não ter tomado café pela manhã.
Minho suspira baixinho, negando com a cabeça e finalmente o olhando. Ele parece ter um brilho no olhar, é bonito. Não sabe se é felicidade, tristeza, se quer chorar ou se simplesmente seus olhos são expressivos e bonitos dessa forma, se tem uma constelação toda. Mas é extremamente encantador.
— Tá fazendo caridade? O criança esperança ainda não começou, e eu não tô precisando. — o outro empurra o pote com a ponta dos dedos.
— Deixa de ser otário. — Jisung faz cara feia.
— Aconteceu alguma coisa? —Minho pergunta, e é a vez de Jisung suspirar, se sentando na cadeira da frente e apoiando a cabeça no encosto dela. — Resolveu falar comigo logo agora por quê? — questiona, aparentemente chateado.
— Porque faz dias que você não conversa comigo. — responde, respirando fundo. — Eu me sinto completamente idiota e culpado. Sei que sou um boboca e que me fiz de besta por bastante tempo ao ponto de só te machucar mais. — e está arrependido, quer mudar e fazer melhor.
— E mesmo assim eu ainda gosto de você, não é? — e então, ri baixo. — Eu gosto de sofrer, não acha? Principalmente se esse alguém que me faz sentir essa dor for você.
— Para, eu não vou mais fazer isso. Eu quero mudar contigo. — Han diz, rapidamente.
Minho assente, sorrindo bobo, enquanto pega na mochila um sanduíche embrulhado em papel filme.
— Come seu lanche, eu trouxe o meu.
Não há um pedido de desculpas com palavras, e nem uma resposta de que está tudo em seus conformes, mas essa conversa é o suficiente para que se sintam um pouco melhores.
🐈⬛
Este capítulo contém 725 palavras.
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MIAU MIAU | MinSung
FanficHan Jisung acaba recebendo mensagens de uma pessoa que sempre manda "miau miau" no início delas, deixando-o curioso pela constância e para saber quem é o ser do outro lado da tela, acima de tudo, o que há por detrás de tantos miaus. Sobretudo, em d...