25. Narração 🐈‍⬛

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E cá está Han Jisung, mordendo os lábios sem parar e os deixando completamente machucados pela tamanha força que usa. Às vezes o nervosismo grita e acaba nos machucando. Seus dedos são pressionados na palma da mão, as unhas, mesmo que curtas, incomodam a pele, e as pernas se mexem sem parar em baixo da mesa escolar. Olhando para trás, por cima dos ombros, pode observava o garoto das mensagens.

Ele sabe quem é, mas não quer crer mesmo nisso. Perturba tanto ele que sente vergonha. Minho nunca fez nada, sempre o tratou com educação e um sorriso no rosto quando não estão brigando, na verdade, quando Han não começa uma discussão. É óbvio que o Lee revida e o fogo apenas cresce.

Porém Jisung está envergonhado e se sentindo culpado. Mesmo com todos os defeitos e todas as vezes xingando, o garoto o observa e nutre sentimentos profundos. Isso é uma merda. Sabe não devolver na mesma intensidade, mas se apegou.

Acreditava que o apego é um dos piores sentimentos.

— Eu vou ser obrigado a te dar uns cascudos? — ouve a voz de Changbin ao seu lado, sussurrando rente ao seu ouvido, visto que estão no meio da aula e não podem conversar. — No almoço você conversa com o garoto, merda.

Mas Jisung não fica quieto, parece que quanto mais o tempo passa, mais ele fica ansioso. Sente um frio na barriga e gostas suor escorrendo por sua testa. O professor se preocupa e quer saber se está tudo bem, se não quer ir na enfermaria ou até mesmo ir embora, e isso só fez com que sinta um par de olhos preocupados em suas costas.

É tão idiota.

O sinal toca, alguns alunos saem da sala, inclusive, até mesmo, Changbin.

Jisung se aproxima com a pequena vasilha azul em mãos, dentro há seu lanche. Está frente ao outro menino, que apenas encara seu caderno e batuca o lápis no mesmo. Parece estar pensativo e abatido.

— Minho? — chama, e ele o olha por breves segundos e desvia o olhar, largando o lápis na mesa, arrumando a postura na cadeira e cruzando os braços. Percebe que ele não está com nenhum lanche. — Cadê o seu lanche? — pergunta, mas o outro apenas dá de ombros, observando o lado de fora pela persiana.

E se der o seu? Ajudará nas desculpas? O ajudará de alguma forma? Mostrará que ele não é uma pessoa ruim? Jisung não é, apenas não sabe se comportar corretamente e ser muito educado, contudo, quando quer, não tem quem o mude. Isso ele admite sem muita conversa.

— Toma. — então entrega sua vasilha com a comida, deixando em cima da mesa dele. — Eu não tô com muita fome mesmo. - mente, mas está com muita fome por não ter tomado café pela manhã.

Minho suspira baixinho, negando com a cabeça e finalmente o olhando. Ele parece ter um brilho no olhar, é bonito. Não sabe se é felicidade, tristeza, se quer chorar ou se simplesmente seus olhos são expressivos e bonitos dessa forma, se tem uma constelação toda. Mas é extremamente encantador.

— Tá fazendo caridade? O criança esperança ainda não começou, e eu não tô precisando. — o outro empurra o pote com a ponta dos dedos.

— Deixa de ser otário. — Jisung faz cara feia.

— Aconteceu alguma coisa? —Minho pergunta, e é a vez de Jisung suspirar, se sentando na cadeira da frente e apoiando a cabeça no encosto dela. — Resolveu falar comigo logo agora por quê? — questiona, aparentemente chateado.

— Porque faz dias que você não conversa comigo. — responde, respirando fundo. — Eu me sinto completamente idiota e culpado. Sei que sou um boboca e que me fiz de besta por bastante tempo ao ponto de só te machucar mais. — e está arrependido, quer mudar e fazer melhor.

— E mesmo assim eu ainda gosto de você, não é? — e então, ri baixo. — Eu gosto de sofrer, não acha? Principalmente se esse alguém que me faz sentir essa dor for você.

— Para, eu não vou mais fazer isso. Eu quero mudar contigo. — Han diz, rapidamente.

Minho assente, sorrindo bobo, enquanto pega na mochila um sanduíche embrulhado em papel filme.

— Come seu lanche, eu trouxe o meu.

Não há um pedido de desculpas com palavras, e nem uma resposta de que está tudo em seus conformes, mas essa conversa é o suficiente para que se sintam um pouco melhores.

🐈‍⬛

Este capítulo contém 725 palavras.

MIAU MIAU | MinSungOnde histórias criam vida. Descubra agora