II

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No fim da tarde, quando o sol já estava se pondo, Taehyung decidiu perambular pelo jardim. Naquele horário, Vera estava ocupada demais nas cozinhas para comandar a finalização do jantar — que era a parte mais importante daquela ocasião.

Apesar da noite estar chegando, Taehyung ainda sentia um pouco de calor e aquela roupa estava matando-o. Ele até pensou em pedir para Yoongi afrouxar os nós do espartilho, mas sabia que o mesmo seria repreendido se alguém o visse fazendo uma coisa tão simples como aquela. Decidiu que iria aguentar até o fim da noite; ômegas eram mais resistentes nesse quesito do que alfas.

Andando pelo jardim, o ômega cumprimentava alguns convidados que conhecia de outras primaveras e se apresentava para alguns novos. Dessa vez havia muitas pessoas novas, isso trazia uma certa satisfação para o Kim — afinal, dar oportunidade a todos era sempre bom. Nem todos ali eram nobres, mas não significava que eles eram pessoas más. Mesmo com um certo receio de parecer oferecido demais, Taehyung aceitou alguns convites para dançar. Quando tocava suas sinfonias favoritas, ele não resistia.

— Foi um prazer ter-lhe à disposição dessa dança incrível — disse o alfa Jung Hoseok, o qual Taehyung divertiu-se bastante bailando.

— O prazer foi meu — educado e com entusiasmo, Taehyung o agradeceu com uma reverência. Estava prestes a retornar até a mesa que deveria estar antes de sua mãe chegar com o jantar, porém o alfa Jung tornou a chamar-lhe.

— Desculpe-me pedir isso mais uma vez, ômega Kim, mas poderia me fazer um pequeno favor? — indagou, despertando a curiosidade do ômega, que assentiu imediato. — Antes de dançamos juntos, um amigo alfa meu queria fazê-lo, porém ele se ficou ressentido. Ele é um pouco tímido.

— Oh — uma surpresa, de fato. Era bastante raro alfas tímidos. Apenas isso foi o suficiente para Taehyung querer dançar com o mesmo. — Tudo bem, eu tenho tempo para mais uma dança. Onde está seu amigo?

Hoseok virou-se e foi rápido a maneira que ele trouxe seu amigo, como se ele realmente estivesse esperando-os terminar a dança. Porém, assim que ele se aproximou mais do campo de visão de Taehyung, seu coração deu uma breve acelerada.

Ele conhecia aquele alfa.

Seria difícil associar o jovem alfa de cabelos negros e bom porte físico com o pequeno alfa que estava aparecendo nos lampejos de memória de Taehyung. Entretanto, o aroma era o mesmo: jacintos roxos e a essência exótica de Ilangue.

A mão de Taehyung foi imediatamente para abaixo do pescoço, onde sabia que iria encontrar o medalhão antigo.

Um presente infantil e bobo, mas que tinha muitos significados para Kim Taehyung.

Jeon Jeongguk?

O alfa encarou-o surpreso, como se realmente fosse uma grande surpresa Taehyung ainda se lembrar dele. Bem, fazia tanto tempo — o ômega só se lembrava de ver um garotinho alfa que era seu amigo durante a infância, principalmente em festivais. Não se lembrava de quando pararam de se encontrar, muito menos de quando o afastamento parou de afetá-lo. Ou se até mesmo o afetou.

Era difícil coisas do tipo não afetá-lo.

— O-Olá — o gaguejo não passou despercebido por Taehyung; ele se lembrava de ser bem recorrente quando eram jovens. — Faz muito tempo.

Então, Taehyung sorriu genuinamente.

Realmente, fazia muito tempo.

O porto da baleia | tae.kookOnde histórias criam vida. Descubra agora