VIII

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Depois daquele dia, Taehyung não conseguia parar de pensar em Jeon Jeongguk.

Um lado dele estava extremamente aliviado por ter conseguido chegar em casa há tempo antes que sua mãe desconfiasse. Sentia que poderia fazer isso mais vezes, mas também não queria abusar da sorte que teve — era uma mistura de sentimentos que estava deixando-o desconcertado com o passar dos dias. O ômega passou horas e horas conversando com Yoongi sobre isso, tendo seu amigo também com a cabeça nas nuvens por causa do tal alfa fofo que tanto falava por meses, este sendo Park Jimin e sua incrível capacidade de fazê-lo perder a noção do tempo e do que estava fazendo.

Taehyung sentiu isso. Ele perdeu a noção do tempo quando estava com o Jeon, além de perder a noção do tempo apenas pensando nele.

Em uma tarde da semana seguinte ele estava na biblioteca, como sempre. Porém, em seus rascunhos e esboços estava o rosto do alfa desenhado de maneira totalmente despretensiosa. Taehyung suspirou ao se dar conta de que teria que jogar os desenhos fora; se um de seus irmãos ou até mesmo sua mãe vissem, ele teria problemas.

Então, o ômega pegava-se cada vez mais ansiando pelo momento em que veria o Jeon novamente, aquele que tinha a doce promessa de levá-lo à praia — às vezes, o próprio Kim enganava-se dizendo que seu coração só estava batendo um pouquinho mais forte por causa da menção da atividade prometida num lugar que nunca foi. Mas ele sabia que, no fundo, seu coração só batia mais forte pela simples ideia de ficar por mais tempo ao lado do doce alfa.

Ele teve um grande sobressalto quando, em mais uma tarde quente do lado de fora do jardim, viu o alfa cuidando do estábulo com os outros alfas hospedeiros. Seus olhos não conseguiram sair da imagem que tinha ao longe; o alfa parecia muito bem vestindo roupas de montaria, fazia-o parecer os príncipes dos livros de fantasia que lia e imaginava. Taehyung soube que estava realmente encrencado quando Jeongguk conseguiu captar seu olhar, encontrando com ele. O coração bateu forte e foi como se o ar tivesse escapado de seus pulmões; algo que não deveria acontecer apenas com um simples olhar.

Mas aconteceu. E ele soube que precisava suprir essa sensação o quanto antes.

Aproveitando que Vera estava extremamente ocupada com o chá e os novos súditos que estavam chegando aos poucos, Taehyung praticamente esgueirou-se por entre as mesas de maneira despercebida, conseguindo fazer Jeongguk entender a mensagem de se encontrarem um pouco longe dali. Já era possível Taehyung ouvir seu próprio coração batendo nos ouvidos; ele sentiu uma adrenalina por estar encontrando-se com o alfa depois de uma longa semana, ainda mais nas circunstâncias que estava inserido.

Conseguiu chegar na área afastada do jardim onde era possível ver a entrada da floresta, que logo, logo ficaria escura com o sol sumindo no horizonte. Taehyung respirou fundo para tentar acalmar a adrenalina, porém seu interior só ficou mais ansioso ainda por conseguir já captar o cheiro de Jeon Jeongguk.

Jacintos roxos que pareciam florescer em plena primavera.

— Jeonggukie!

E ele sorriu. O sorriso era tão bonito que Taehyung podia se sentir meio tonto. — Tae! Como é bom te ver, eu estava esperando esse momento!

O ômega perguntou-se mentalmente se era possível ver o rubor da suas bochechas quentes, tendo um contraponto generoso por conseguir visualizar a face também corada do alfa. Ele não era o único, afinal.

— E-Estava?

— Eu trouxe conchas!

Eram pequenas e pareciam terem sido limpas e polidas pelo próprio alfa. Tal constatação só deixou Taehyung ainda mais eufórico; seu coração batia tão rápido que tinha certeza que o alfa estava escutando. Ainda mais quando Jeongguk entregou-lhe uma das conchas; a de cor perolada que facilmente se camuflaria na areia. Ele tocou sua mão enquanto contava a história das tais conchinhas que encontrou na sua rápida ida ao litoral — "eu só tive tempo de pegar essas; acho que elas combinam com você. Mas, quando a gente for, nós vamos procurar mais bonitas" —, e Taehyung se via em dúvida, pois não sabia se prestava atenção nas conchinhas quando seus olhos só acompanhavam o movimento dos lábios tão bonitos do alfa.

O porto da baleia | tae.kookOnde histórias criam vida. Descubra agora