Capítulo 4

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- Minha família? 

  Senti minhas sobrancelhas se levantarem e tentei me controlar. O que estava acontecendo? 

— Por que você decidiu manter o nome de solteira de sua mãe quando ela se casou com seu pai? — Rose cruzou as mãos em sua frente e seus olhos penetraram nos meus. 

— Não sei muito bem por que isso seria da sua conta. — Olhei para Noah, mas seu rosto não me dava nenhuma pista. — Achei que eu estivesse aqui para conversar sobre o programa das aves de rapina no lugar do Dr. Geller. 

— Sim, percebi que pensou isso. Mas eu gostaria de discutir outra coisa com você. — Rose se inclinou para trás quando a garçonete e vários ajudantes colocaram a comida na mesa. — Eu estava querendo conversar sobre você. 

— Não consigo imaginar por quê. — Sacudindo a cabeça, também me inclinei para trás para que a garçonete colocasse o prato à minha frente. — Obrigada. 

— Você conhece Lilaria? — Rose tomou um gole de seu drinque antes de pegar o garfo e a faca. — Somos um país pequeno, mas orgulhoso. 

— Não, não posso dizer que sei muita coisa sobre sua terra natal. 

— Então, deixe-me contar um pouco sobre ela. Nós controlamos uma grande parte dos recursos petrolíferos da Europa, o que gera bastante riqueza para nossa população, mas também causa problemas. No fim do século XVIII, uma família real de nome Malatar acreditou que chegara a hora de mudar, embora não quisesse declarar uma guerra. Veja bem, eles não tinham muitas pessoas para apoiá-los. O país estava crescendo e as pessoas estavam felizes. 

  Rose olhou para a garçonete, que parecia estar levando mais tempo do que o necessário para servir o prato de Noah. Irritada, percebi que ela passava manteiga no pãozinho, enquanto exibia o decote bem na cara dele. Não sei por quê, mas aquilo me incomodou. Estávamos tentando ter uma conversa importante e essa garota parecia uma cadela no cio. Ele não parecia feliz, mas também parecia que não sabia como parar com aquilo sem causar confusão. 

  Quando a garçonete levantou-se com um sorriso no rosto, empurrei meu pãozinho para ela e disse: 

— Que serviço espetacular este do Parallel. Obrigada. 

  A garçonete juntou as sobrancelhas, mas não podia fazer nada a respeito. Pegando a faca de manteiga do meu prato, encheu o pãozinho de manteiga e colocou-o de volta. 

— Faz tempo que não vejo alguém passar manteiga no pão tão bem. 

  Sorri carinhosamente para ela e vi Noah segurando o riso. A garçonete virou-se e saiu enfurecida. Olhei para o mesmo. 

— Não me entenda mal, mas talvez você devesse começar a dizer às pessoas para o deixarem em paz. Achei que ela fosse atacá-lo. 

— Ossos do ofício. Se eu for grosso, haverá uma reportagem nos jornais sobre a minha pessoa tratando mal os funcionários do hotel. Se não fizer nada, a mesma coisa pode acontecer. — Ele levantou uma sobrancelha. Suas palavras me fizeram apertar os olhos. Obviamente eu não havia nascido para a diplomacia. Também fiquei um pouco surpresa por ele estar me explicando aquilo. 

— Mas, obrigado por me ajudar. Estava com receio de respirar e acabar dentro da blusa dela. 

— Tudo bem. 

  Sacudi a cabeça e olhei de volta para Rose, que nos observava. 

— Você estava me contando sobre a família que estava tentando assumir o controle. 

— Sim. Bem, eles não tinham muito apoio, por isso foram atrás das famílias reais que acharam que seriam as mais resistentes. Várias famílias reais morreram em acidentes bizarros, e foi então que todos começaram a ficar preocupados. Havia muito ódio e acusações, mas não havia provas concretas. Nossa família não teve como prender os traidores. 

Suddenly Royal •Noany• [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora