Capítulo 18

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— Não vou usar toda essa maquiagem. — Peguei uma toalhinha e limpei o rosto. Olhei para Krystian no espelho e sussurrei baixinho: — Pareço uma prostituta.

Ele soltou uma risada.

— Não parece, não.

Olhei para ele no espelho enquanto tirava um quilo de base do rosto.

— Tudo bem. Uma prostituta bem elegante, então. Merda. Borrei o delineador! — Limpei o rosto com mais força. — Agora pareço uma prostituta que estava chorando.

— Pare com isso! Você vai arrancar a sua pele. — pegou a toalha da minha mão. — Olhe para mim.

Eu me virei para ele e me sentei enquanto ele, cuidadosamente, limpava em volta de meus olhos. Ele pegou algo que não consegui ver o que era.

— Feche os olhos.

Eu me sentei ali pacientemente enquanto ele reaplicava o delineador. Ele reclamava baixinho enquanto fazia o trabalho.

— A maquiadora que contratei teve um problema familiar.

— E onde foi que encontrou a substituta? Em um bordel?

— Não ficou tão ruim assim.

Abri um olho.

— Ficou, sim.

— Tudo bem. Ficou péssimo. — Ele me virou para o espelho. — Mas eu consertei.

— Por que não fez isso logo no começo?

Olhei para minha imagem no espelho sentindo-me muito melhor agora. Ele me ajudou a me levantar da cadeira.

— Agora, rápido. Precisamos escolher um diadema para as fotos. — Ele me levou até a sala onde faríamos as fotos. Havia um fundo branco arrumado em um canto da sala com luzes focadas diretamente nele. Na lateral havia uma mesa com uma grande caixa de madeira.

Krystian foi até o cofre, pegou uma chave grande e abriu a tampa. Ele abriu e deu um passo para trás para que eu pudesse olhar lá dentro.

— Isso pertence à minha família?

Passei os dedos delicadamente pelas tiaras incrustadas de joias.

— Pertencem a você.

Havia três tiaras na caixa, uma mais bonita do que a outra. Uma delas tinha esmeraldas grandes e claras entre os diamantes. A outra era grande e brilhante, Sina ficaria orgulhosa se eu as usasse. A última era pequena e havia sido confeccionada para se parecer com videiras. Era simples, mas estonteante. Bastante trabalhada, mas não era exagerada, e eu soube de imediato que era a que eu queria usar.

— Você sabe alguma coisa sobre elas? — Tirei a tiara da caixa e observei a luz que a joia produzia.

— Achei mesmo que escolheria essa.

Krystian pegou a tiara das minhas mãos e apontou a cadeira com a cabeça. Eu me sentei e deixei que ele a colocasse em minha cabeça antes de prendê-la com uma centena de grampos.

— Esta tiara foi confeccionada em 1700 para o casamento do Duque de Soares com a Duquesa de Minsington.

Cecil, o fotógrafo, entrou na sala com um largo sorriso.

— Duquesa de Soares, a senhora está linda.

— Obrigada. — Eu me levantei tentando ignorar a herança inestimável presa em meu cabelo. — O que você quer que eu faça?

— Sente-se aqui neste banquinho. Só isso. — Ele pegou a câmera em uma pequena mesa. — Farei algumas fotos tradicionais que preciso tirar e então podemos tentar algumas coisas diferentes.

Suddenly Royal •Noany• [✔]Onde histórias criam vida. Descubra agora