programação normal.

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NOAH URREA

Estaciono meu carro na mesma vaga de sempre, ao lado do carro de Josh. Depois de tanto tempo longe da escola, era bom estar de volta a programação normal.

Saindo do veículo, dou de cara com meu irmão puxando a jaqueta do time que estava presa na porta de seu carro. Idiota.

— Experimenta abrir a porta.

Ele olhou para mim e fez uma engraçada.

— Isso nunca aconteceu. — Ele disse, enquanto passava a mão no bolso esquerdo da jaqueta, que estava amassado.

— Eu não vi nada. — Levo minhas mãos até meus olhos, cobrindo-os. Rindo, Josh me empurra com seu ombro e vamos em direção a entrada da escola.

— Mal cheguei e já não quero assistir nenhuma aula. — Josh disse e dou um tapinha em sua nuca.

— Eu continuo sendo mais velho que você, então, não diga essas coisas para mim. — Josh me mostra seu dedo do meio, e eu faço uma careta de reprovação, logo nós dois estávamos rindo.

— O que é tão engraçado, gatinhos? — A voz manhosa de Shivani se fez presente.

— Nada, Paliwal. — Josh a olha com desgosto. Eu não sabia o que ela havia feito para ele, e nem queria saber. Já que se alguém, apenas mencionasse o nome de Shivani, o humor de Josh mudava drasticamente.

— É nosso primeiro dia de aula, Joshua, não vejo motivos para essa sua feição emburrada. — Enquanto fala, Shivani passa suas unhas pintadas perfeitamente de vermelho, no meu braço direito. O estranho era que eu nem havia percebido que ela se aproximará tanto assim de mim.

— Pode ir parando com essas mãozinha. — Ela olha para mim com o cenho franzido. — Não vai rolar.

— Qual é, Noah?

— Sério? Eu estou na frente do meu irmão. — Ela bufou. — E que por acaso é seu ex-namorado. Não seja uma dessas vadias, Shiv. Você não é assim.

— Que seja — Ela revira os olhos. — Nos vemos no campo. — Disse, para logo depois se afastar.

— Não aguento nem olhar na cara dela.

— Então quer dizer que tem uma pessoa que é mais odiada que Any Gabrielly na sua vida.

— Eu nunca disse isso. — Josh riu.

Josh e eu concluímos nossa caminhada até a escadaria da escola, esperando Lamar dar algum sinal de vida. Era estranho ele já não ter chegado.

Fui tirado dos meus pensamento quando as pessoas ao redor começaram a assobiar. Que diabos. Franzindo a testa, me virei para direção a direção que a maioria dos caras estavam olhando, e, é claro, era ela. Sabina Hidalgo.

Ela estava deslumbrante junto com Any, Heyoon e Sina. Seus curto cabelo preto balançava enquanto ela andava, parecia que ela estava vindo até mim em câmera lenta. Ela está usando o que nós homens adorávamos em uma mulher, saia. Sabina usava uma saia vermelha de couro, combinando com sua blusa preta. O salto que estava nos seus pés a deixava mais alta do que já era, e mais linda.

Os assobios continuaram e de repente veio uma súbita vontade de esmurrar cada rosto que ousava a encarar.

De onde veio isso, Noah?

— Cara, fecha a boca. — Josh sussurra.

— A sua baba já está molhando sua camisa. — Eu digo para ele, e o idiota realmente acreditou.

Nessa curta troca de palavras com Josh, Sabina e seu grupinho já estavam do nosso lado. Ela me olhava com desgosto. Também não gosto de você, Hidalgo.

— Hidalgo.

— Nóe. — A menção ao meu apelido "carinhoso" fez meu sangue ferver, e toda a admiração de antes sumiu. Agora tudo que eu queria era estrangula-la.

— Não começa, patricinha mimada.

— Você não perde por esperar...

— Chega. — Sina disse, pegando Sabina pelo braço e levando para longe de mim. Obrigada, Sina. Mal chegamos e você já está de picuinha... — Ainda pude a escutar dizer, mas na medida que foram se afastando, sua voz foi abafada pelo restante do pessoal em nossa volta.

— Vamos também, Any. — Heyoon virou-se para encarar a amiga, vendo-a fitando Josh sem nem piscar. Se um olhar pudesse matar... coitado do meu irmão. — Pelo amor de deus, o dia nem começou direito. — Jeong resmungou e fez o mesmo que Sina.

— E voltamos à programação normal, maninho. — Eu digo.

Depois de algum tempo, meus amigos de time começaram a aparecer. Mas meus pensamentos estavam longe, mais especificamente em uma morena birrenta.

the perfect play - beauany; urridalgo.Onde histórias criam vida. Descubra agora