e se eu desistir agora?

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ANY GABRIELLY

— Fica quieta! — Sabina me repreendeu, enquanto tentava fazer um penteado em meu cabelo.

— Não gosto de ficar parada por muito tempo. — Resmungo.

— Estou quase acabando, não seja chata. — Sabi dá seus últimos retoques nos meus cachos e me vira para ficar de frente para ela. — Tão linda, amo quando você usa trancinhas.

— Eu também, mas agora tenho que me trocar, não posso me atrasar. — Saio correndo para meu closet.

— Mas quando é para sair comigo...

— Não começa. — Digo alto o suficiente para que ela possa me ouvir.

Sabina havia escolhido um vestido em estampa de dragão, apresentando um mini-ajuste solto com decote quadrado, tiras finas e divisão lateral. Adiciono um cinto para obter uma cintura apertada.

Saio do banheiro já devidamente vestida e encontro Sabina sentada em minha cama rodeada por sapatos.

— Qual? — Pergunto.

— As botas brancas.

— Você vai ser a melhor estilista do mundo. — Deixo um beijo em sua bochecha e corro calçar as botas.

— Eu sei! — Exclama e joga seus cabelos para trás.

— Cadê a humildade?

Ela me ignora e começa a arrumar a bagunça que está o meu quarto. Vestidos e maquiagens estão jogados para todos os lados e vários copos de refrigerantes ocupavam metade da minha cômoda.

— Para onde vocês vão mesmo? — Pergunta Sabi, enquanto apanha vários vestidos do chão. — Dá próxima vez é só colocar em cima da cama e não sair jogando tudo para os ares.

— Eu não sabia o que vestir, nada era bom o suficiente. — Digo e dou uma última olhada no espelho e, modéstia à parte, eu estava bonita para caramba. — E respondendo a sua pergunta, não sei. Ele não me disse quase nada, só que eu iria amar e que era muito a minha praia. Estou com medo.

— Não tenha, o pior que pode acontecer é ele te matar. — Sabina solta simplesmente, como se fosse a coisa mais normal do mundo, o que, estranhamente, era.

— Não se eu mata-lo primeiro. — Sorrio, maléfica.

Sabina solta uma risadinha e continua a arrumar a bagunça. Depois de guardar alguns vestidos, Sabi vem saltitante até mim.

— Você está linda! — Minha irmã solta um grunhido animado e me abraça. — Não acredito que está saindo com o Josh.

— Estamos tentando ser amigos... eu acho.

— Amigos, sei. — Ela me olha desconfiada, mas logo vai em direção ao seu quarto, alegando que precisava registrar esse momento com uma fotografia.

— Olha o passarinho. — Disse assim que entrou no meu quarto novamente.

— Nossa, Sabina, essa foi de f...

— Cala a boca e sorri. — Relutante, faço o que ela pede e logo sinto o flash da câmera machucar minha visão.

— Estou cega.

— Logo passa. — Ela sorria largamente para a câmera. — Ficou perfeita.

— E se eu desistir agora? — Sabina me encara com os olhos semicerrados.

— Para o seu bem, você não vai. — Fala com um tom falso de doçura.

— Não vou.

the perfect play - beauany; urridalgo.Onde histórias criam vida. Descubra agora