loira oxigenada.

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SABINA HIDALGO

— Se vocês estavam falando sobre mim, eu tenho o direito de saber. — Eu a Sina caminhávamos lentamente até o refeitório.

Eu estava tentando a todo custo saber qualquer coisa sobre a conversa com Noah. Mas Sina não abria a boca e eu já estava a ponto de bate-la.

— Quem disse que a conversa era sobre você?

— Ah, e não era? — A olho com as sobrancelhas franzidas, desconfiada.

— Não. — Ela desentrelaça seu braço do meu e sai na frente, me deixando para trás, chocada.

Saindo do meu pequeno transe, corri para conseguir lhe alcançar. A mulher era rápida, quando a alcancei já estava na fila para pegar nosso lanche. Entrelacei nossos braços novamente, a fazendo me encarar. Sina suspirou e revirou os olhos, então lhe dei um tapa no meio da testa.

— Aí.

— Como assim, não?

— Maria Sabina, não adianta. Não vou dizer nada. — Ela me deixa um beijo rápido na bochecha e já com nossos lanches em mãos, me puxou para a nossa mesa de sempre. Any e Heyoon já estavam lá, junto com Hina e Joalin.

— Você vai me contar, Sina. Seja por bem ou por mal. — Sussurro ameaçadora em seu ouvindo enquanto nos sentávamos. Ela apenas ri, apenas ri. Como ousa?

— Você tentando ameaçar alguém é hilário, Sabina.

— Eu vou acabar com você, loira oxigenada. — Sina me olha como se estivesse encarando um monstro gosmento prestes à devora-la. Ela odiava quando falavam do seu cabelo.

— Você sabe muito bem que não gosto quando falam do meu cabelo. E também sabe que ele é loiro natural, então cale a boca, antes que eu mesma cale. — Acho que era para ser um sussurro, mas Sina acabou falando alto demais, fazendo com que as meninas nos encarassem com olhares curiosos.

— Ela não quer te contar sobre a conversa com o Noah, não é? — Heyoon pergunta, olhando feio para Sina.

— Exatamente! — Fiz beicinho. — Espera... como você sabe da conversa?

— Eu... eu não sei de nada, pare de me perguntar perguntas que não posso responder. — Heyoon enfiou seu rosto no pote de sala, evitando me olhar nos olhos.

— Você contou para ela?

— Eu não disse nada, eu juro. — Sina diz, com os braços levantados em redenção.

— Ok... vocês me pagam. — Abri meu potinho de geleia e enfiei uma grande quantidade em minha boca, Any me encarava parecendo que estava se segurando para não rir. — Meu próprio sangue contra mim. Você me paga, Any.

— Mas o que eu fiz?

Não respondi. Passei o restante do intervalo empurrada e Sina tentava me animar, mas eu sempre a cortava. Eu não estava chateada de verdade, mas a curiosidade estava me corroendo. Era óbvio que eles haviam falando de mim, qual outro assunto mais eles teriam?

Na última aula, para fechar com chave de ouro minha ceninha de drama, não me sentei ao lado de Sina. Ao em vez disso, sentei-me com Shivavi, uma das poucas pessoas que Sina não gostava. Minha melhor amiga me encarou boquiaberta quando me viu passar direto por sua mesa.

— Olá, Hidalgo. — Argh, acabei de descobrir que também odiava Shivani e essa sua voz tão fina que chegava a dar dor de cabeça.

— Oi.

— O que te faz sentar em minha humilde carteira?

— Não te interessa.

Meu coração acelerou quando vi o garoto de olhos verdes que ocupava meus pensamentos nos últimos dias atravessar a porta. Noah me viu ao lado de Shivani e franziu as sobrancelhas, depois direcionou seu olhar para Sina, que apenas balançou os ombros.

Sorrindo, ele sentou ao lado de Sina, que estava sentada em minha frente.

Tentei prestar atenção na aula, mas a risada e os flertes que Shivani direcionava a Noah não me deixaram. Não que eu estivesse com ciúmes, claro que não, mas eu já não estava com meus pensamentos em ordem, e essa voz irritante não estava ajudando em nada. Pelo menos ele parecia não se importar com o que a garota estava falando.

— Quer calar a boca? — Acho que acabei falando alto demais, já que Noah e Sina me encararam.

— O quê? — Shivani me olha indignada.

— Cale a porcaria da boca. Não está vendo que estou tentando prestar atenção?

— Olha aqui, Hidalgo...

— Senhoritas Hidalgo e Paliwal, poderiam compartilhar o assunto da conversa para o restante da turma? — Professor Steve, de matemática, pergunta. Ele tinha uma expressão brava no rosto, nunca gostei desse homem.

— Desculpe, professor. Não iremos mais atrapalhar.

Shivani me fuzila com o olhar, mas não fala nada. Melhor assim.

O restante da aula passou rapidamente. Mesmo sem a voz chata de Shivani me atrapalhando, não consegui prestar atenção no que o professor estava dizendo. Meus pensamentos sempre iam para o dia da festa de Jason.

E dos lábios de Noah nos meus.

Ao ouvir o sinal tocar espero que Noah saia de perto de Sina para que eu vá correndo até a minha melhor amiga.

— Sina.

— Até que em fim, já não aguentava mais ficar longe de você. — Ela me abraça apertado e eu a abraço na mesma intensidade. — Eu deveria te dar umas palmadas.

— Desculpa, estava sendo dramática. — Sorri envergonhada.

— Você acha que eu não sei? Amiga, você é Sabina Hidalgo, a rainha do drama. — Ela ri e me puxa para fora. Mas uma cena me fez parar no lugar.

Shivani beijava Noah.

the perfect play - beauany; urridalgo.Onde histórias criam vida. Descubra agora