lado a lado.

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SABINA HIDALGO

— Anda, Any! — Bati o pé impaciente no chão. — Vamos nos atrasar e eu tenho teste.

— Calma, só mais uma camada... — Ela estava passando máscara de cílios a mais de três minutos. — Pronto.

— Finalmente. — Exclamei levantando o braços e saindo de dentro do carro, batendo a porta com certa força.

— Ei! Não desconta na Anabelly.

— Já mandei você parar de se dirigir ao nosso carro desse jeito, é estranho.

— E eu já disse que não ligo. — Ela me mostrou a língua.

Caminhamos apressadamente para dentro do colégio. Any havia demorado demais no banho e estamos levemente em cima da hora. O que era bom, já que a maioria dos alunos já estavam nas suas respectivas salas e hoje eu não teria aula com Noah, facilitando assim minha fulga.

Ok, depois de minha conversa com Any, eu estava disposta a ouvi-lo, mas também quero fazê-lo sofrer um pouco, só um pouquinho.

— Te vejo no intervalo. — Any deixou um beijo estralado na minha bochecha e saiu correndo em direção a sua sala.

Assim que abri a porta todos os olhares vieram para minha direção, o que não me incomodou, eu já estava acostumada com toda essa atenção.

— Desculpe, senhor Evans. — Tratei logo de me desculpar com meu professor de física, já que ele me lançava um olhar repreendedor.

— Está atrasada, senhorita.

— Desculpe, não irá repetir. — Corri para me sentar ao lado de Sina e abracei minha amiga.

— Está atrasada. — Sussurrou para não chamar a atenção do senhor Evans, que já havia voltado a dar sua explicação.

— Any. — Eu já não precisava dizer mais nada, Sina de imediato entendeu e revirou os olhos, rindo baixinho.

— Claro que sim.

O restante das aulas passaram rapidamente e agora já estamos indo em direção ao refeitório, na verdade eu estava sozinha. Sina deu uma desculpa esfarrapada que iria ao banheiro e quando me ofereci para acompanhá-la, enrolou mais ainda.

— O que essa maluca está fa... — Senti um braço me puxar para dentro de uma das salas vazias. — Mas o quê?

— Agora você vai ter que falar comigo.

— Não precisava disso tudo, seu idiota. — Pus a mão sobre meu peito e suspiro aliviada por ser Noah a mão misteriosa que havia me puxado.

— Você ignora minhas mensagens. — Ele rebate, irritado.

— Estou aqui. O que quer falar?

— Na verdade eu não pretendia falar... — Sorri malicioso.

— Tchau, Noah. — Me viro em direção a saída, mas Noah me impede de prosseguir.

— Estou brincando, Hidalgo. — Ele passa as mãos no cabelo e suspira. — Eu não beijei a Shivani, quer dizer, beijei, mas não da maneira que você deve estar pensando...

— Direto ao assunto, por favor. — Digo friamente.

— Tudo bem... Olha, eu gosto de você, Sabi, gosto mesmo. E isso é um sentimento novo para mim, nunca gostei de alguém de verdade.

— Noah...

— Me deixa falar enquanto ainda tenho coragem.

— Tudo bem.

— Eu sempre dizia para mim mesmo que não sentia nada por você, mas eu também sabia que o meu coração acelerado quando você passava era alguma coisa. E naquela noite em que ficamos juntos, deixei toda essa baboseira de lado e te beijei, e Sabi, acho que quando nossos lábios se encontraram todos os meus sentimentos reprimidos vieram a toda. Você já parou para pensar que mesmo nos "odiando", — Fez aspas com os dedos. — sempre estávamos juntos, mesmo que brincando?

— É... — Solto uma risadinha nervosa. — Sempre juntos e sempre brigando.

— Sim... Você sente o mesmo? — Ele parecia... nervoso?

— Está brincando? Você não faz ideia de quantas vezes tive que me segurar para não te agarrar. Caramba Noah, você é lindo demais.

— Obrigado. — Então ele sorri largamente, mostrando seus dentes perfeitos.

— Mas você não acha um tanto quanto estanho nosso relacionamento passar de ódio para "amor" tão rapidamente?

— Nós brigávamos desde que usávamos fraldas, Sabinoca. — Ri e concordo com um leve aceno de cabeça. — Além do mais, nunca ouviu falar que o amor e o ódio andam lado a lado?

____

Me desculpem se tiver ficado ruim.

the perfect play - beauany; urridalgo.Onde histórias criam vida. Descubra agora