Capítulo 3

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— Me dê um tempo, por favor. — Todoroki pede, é algo um tanto inesperado de se ouvir na posição que eles se encontram no momento, que seria ela prensada contra o armário do vestiário feminino (por sorte, vazio a essa hora da manhã, entre a troca de turnos).

Era a última coisa que Ochako esperava ouvir depois que ele irrompeu pela sala e a beijou até que coletar o ar tenha se tornado um pouco difícil, mas a essa altura, ela já deveria saber que não dá pra prever o que o Todoroki faz, ou deixa de fazer.

A noite em que ela foi até a casa dele não acabou como o esperado, tudo bem que ela não tinha intenção plena de... hã... consumar o acordo de amizade com benefícios entre eles naquela mesma noite, Ochako foi até lá para conversar com ele, dar sua resposta pessoalmente, pois não era algo a ser decidido por mensagem. Ok, talvez até fosse, afinal, combina com a casualidade da coisa, mas a conversa com o Deku foi intensa, ela não poderia começar um relacionamento, mesmo que seja um sem compromisso, sem a certeza de que estaria tudo bem para seu ex-namorado e eterno melhor amigo, ainda mais com um dos melhores amigos dele. Ela achou que o Todoroki teria conversado com o Deku antes de abordá-la, mas parece que não, então coube a ela garantir que estaria tudo bem. E estava. O Izuku é um homem muito bom, o melhor de todos, ainda bem que ela não estragou tudo com ele mantendo um relacionamento sem paixão.

Então ela foi até a casa dele, não tinha a mínima noção se ele estaria lá ou não, foi um risco que Ochako correu, com medo de que se deixasse pra vê-lo amanhã, perderia toda sua coragem. Mesmo com ele em casa, ela quase perdeu. Quase.

Porque assim que ele fechou a porta e se virou, Ochako deixou todo seu estresse e cansaço acumulados, bem como sua paz recém-adquirida, para fazer algo que lhe passou pela cabeça em pensamentos rápidos os quais ela sempre teve certeza que jamais aconteceriam.

Os lábios dele são mornos e macios, ela os acharia delicados se não estivesse sentindo a pressão que podem fazer. Ochako pode até ter tomado a iniciativa, mas quem tomou o controle foi ele. Todoroki aprofundou o beijo ao segurá-la pela nuca, pedindo permissão silenciosa para adicionar a língua, e ela, claro, cedeu.

A morena deslizou as mãos que se apoiavam no peito dele para envolvê-lo pelo pescoço, seus dedos acariciando os cabelos bicolores — não que seja surpresa, mas os fios são tão sedosos que ela ficou até com um pouco de inveja por não ter o cabelo assim — e quando ele levou a outra mão para sua lombar e fechou qualquer espaço restante entre seus corpos, Ochako tinha um pressentimento de para qual caminho eles estariam seguindo naquele momento.

E o pressentimento foi ficando mais e mais forte conforme foi guiada para um sofá preto enorme de tecido aveludado, seus lábios continuaram colados mesmo com eles tropeçando um no outro até conseguirem o apoio na mobília.

Ochako sempre pensou que toda pessoa rica é treinada desde cedo para ser extremamente polida e correta na fala e no comportamento, só que aí tem ele para provar que ela não entende nada de gente rica mesmo. Não que ele seja grosso ou desrespeitoso, jamais, mas Todoroki é direto, muito direto, e não teve qualquer cerimônia ou cautela no primeiro beijo deles. Não é ruim, ela até agradece e definitivamente gosta, mas não estava preparada para como ele foi... exigente e quase autoritário em como a segurou para mantê-la parada.

A morena também não estava preparada para ouvir o grunhido baixo que ele solta dentro de sua boca, nunca nem imaginou que ele fosse capaz de manifestar um som tão primal e... e... delicioso.

A mão esquerda a segurou pelo quadril, a blusa dela subiu um pouco, então deu pra sentir o contato de dedos quentes contra sua barriga, já a metade gelada do rosto dele lhe fez arrepiar ao roçar contra seu pescoço quando o híbrido desceu uma trilha de beijos um pouco abaixo de sua orelha. Ochako gemeu de uma maneira que soa como se ela estivesse choramingando, mas ele não pareceu se importar ou estranhar, muito ocupado em se aninhar em seu pescoço, respirando pesadamente e...

Pretensamente simplesOnde histórias criam vida. Descubra agora