IV - A conexão

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JÁ PENSOU SE pudéssemos simplesmente desaparecer? Simplesmente fugir dessa realidade

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JÁ PENSOU SE pudéssemos simplesmente desaparecer? Simplesmente fugir dessa realidade.

Estou o verão inteiro na companhia de um estripador com metade da humanidade ligada e um sociopata paranóico que tem certeza que é engraçado mais na verdade não é. Niklaus jura que irá conseguir criar o seu próprio exército de híbridos, mas sinceramente! Em que mundo ele vive para achar que isso vai dar certo? É óbvio que alguma merda vai acontecer. A natureza não irá aceitar um desequilíbrio desses.

Você deve estar se perguntando "Por que você simplesmente não vai embora?". Não posso. Niklaus me ameaçou, disse que precisava da minha ajuda e que se eu não optasse por acompanha-lo iria morrer. Não que eu tenha medo da morte, apenas temo o que ela poderá causar dessa vez.

- Para onde estamos indo mesmo? - pergunto aos dois manés que estão no banco da frente.

- Visitar uma amiga. - respondeu Niklaus.

- Você não tem amigos. - ele levantou a sobrancelha e me olhou pelo retrovisor do carro. - O que? Até parece que alguém iria querer ser seu amigo.

- Um doce como sempre. - falou sarcástico.

- Você me ameaçou de morte. Quer o que? Quer que eu te encha de beijos?

- Não seria uma má idéia.

Revirei os olhos mas não pude deixar de imaginar a cena. Minha pele formigou.

- Isso já está começando a ficar ridículo. - disse Stefan irritado e o olhei sarcástica.

- Você não está sem humanidade? - me coloquei entre os dois e encarei seus olhos verdes. - Não deveria se sentir irritado.

Meu tom de voz era tão maldoso que senti veneno escorrendo pelo canto da boca. Sei ser uma cobra quando quero.

Ele me olhou inespressivo e quando disse a voz saiu tão fria quanto um iceberg.

- E você deveria parar de usar tantas máscaras para esconder quem realmente é.

Aquilo doeu. Doeu porque é verdade, doeu porque sei que é verdade. Mas não deixei transparecer o quanto aquilo me atingiu. Dei de ombros e forcei um sorriso inocente.

- Não nego quem sou. Apenas sou inteligente o bastante para não sair por aí revelando meus segredos.

- Já deu vocês dois. - disse Niklaus estacionando o carro e saindo logo em seguida. - Chegamos.

Revirei os olhos e sai do carro com Stefan me fuzilando com o olhar.

- O que tenho de fazer? - perguntei caminhando ao lado de Niklaus.

- Entre na casa e imobilize quem está lá dentro, mas não mate. Você é a única que pode entrar sem ser convidada.

Assenti com um aceno de cabeça discreto e sai com passos silenciosos até a porta dos fundos, olhei pela janela da cozinha, uma mulher cortava legumes em uma tábua de madeira. Entrei em silêncio. Ela tinha cheiro de lobo mas não era muito forte. Peguei minha adaga e coloquei-a delicadamente em sua garganta por trás, imobilizando-a com os braços.

𝐂𝐀𝐓𝐀𝐑𝐈𝐍𝐀, 𝐤𝐥𝐚𝐮𝐬 𝐦𝐢𝐤𝐚𝐞𝐥𝐬𝐨𝐧 Onde histórias criam vida. Descubra agora