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ELE ESTÁ PERDIDO. Eu sinto isso. Ele está com medo e amargurado. Lembranças antigas estão vindo a tona e isso o deixa impotente.
Como eu sei disso? Não tenho a mínima idéia. Apenas sinto. Sinto o vazio e a escuridão, o frio e a tristeza, a mente perturbada e desgastada, a loucura constante e a sanidade quase inexistente. É como se ele tivesse caindo de um penhasco, mas a queda nunca termina, ele apenas se afunda mais e mais em direção ao abismo.
Ele está gritando por socorro, mas eu não posso ajudá-lo. Correntes de aço me seguram e não me deixam ser livre. Ele grita ainda mais alto. Não, não, não, não. Ele precisa de mim. Preciso ajuda-lo. Liberta-lo daquele vazio, preenche-lo por completo até que não sobre nenhum espaço para a escuridão.
- Catarina! Catarina!
Ouço uma voz de fundo me chamar. Mas eu não posso deixa-lo, não posso abandona-lo, ele está gritando.
- CATARINA!
Abro meus olhos e me sento abruptamente. Veronica está com as mãos em meu ombro e com os olhos arregalados.
- O que...
Olho para minhas mãos. Garras afiadas estão espostas e meu lençol está em fiapos. Meu rosto está grudento de suor e minha voz rouca, minha garganta está tão seca que quando engulo ela se parece com duas lichas se chocando.
- Você estava gritando e se contorcendo. Parecia... Parecia sentir dor.
- Ah meu Deus.
Apertei minhas mãos na tentativa de parar de tremer, foi em vão.
- O que aconteceu? Você estava tendo um pesadelo?
A voz dela estava trêmula. Ela se sentou ao meu lado e suspirou.
- Tive um pesadelo. Eu estava acorrentada e não podia ajuda-lo m-mas ele precisava de mim.
- Ele quem? - perguntou ela.
Franzi o cenho, confusa.
- Não me lembro.
Como eu não me lembro? Era tudo tão vivido.
- Você já teve algum desses pesadelos antes?
Me afundei no travesseiro.
- Nunca.
- Você está bem?
- Estou.
- Tem certeza?
Assenti lentamente, estava atordoada.
- Vou voltar a dormir então. - disse ela se levantado.