The Chosen [The Chosen: Season 1] ✧ Camren

✧ Capítulo 16: Memórias ✅

Depois de 3 capítulos de muito drama,
vamos voltar à nossa programação normal, shall we?

Agora começa a busca pelas pedras!
Prontos para alguns enigmas?

(Música deste capitulo: Ra – Derek Fiechter)

Boa leitura!

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LUXOR ✈ ALEXANDRIA
— CAMILA

Na noite anterior à ida para Alexandria, Camila teve o pior sono de sua vida, até pior do que as primeiras noites em que sonhou com a princesa egípcia. Em um sono pesado e ruim, estava presa àquele pesadelo que a sufocava e deixava seu corpo inquieto sobre a cama em seu quarto de hotel.

Ouvia os gritos, ouvia vozes enfurecidas, a movimentação das pessoas. Erguia a cabeça e via um homem de preto à sua frente, usando um shemagh igualmente escuro, com uma lança na mão. Sentia a lâmina fria encostar em seu peito.

Desviava o olhar e encontrava ela. Laurenebti. Mas a verdadeira princesa Laurenebti, sem as tatuagens em seu rosto e corpo, seus olhos verdes naturais, tão bonitos. Seu belo rosto estava contorcido em pavor, o medo que ela própria sentia parecia refletir nas feições da princesa.

Então, tudo mudou subitamente. Estava em uma tenda, ajudando uma senhora com suas compras. Camila sabia que aquilo era um sonho, talvez uma visão, e tentava entender porque estava ali mesmo que fizesse tudo com naturalidade. Era como se estivesse presa em seu próprio corpo, sem controle de seus atos, como uma mera telespectadora.

Uma garota aprecia e ajudava a senhora quando ela derrubava os frutos. Já tinha visto aquilo antes, deu-se conta. Na visão que Laurenebti lhe mostrou, é claro. Então, quando encontrou seus belos olhos verdes por trás do tecido escuro que ocultava seu rosto, soube que era mesmo ela.

Tudo acontecia de forma confusa, sem parecer ter uma ordem cronológica coerente. De repente, estava com a princesa em um bonito jardim, encostada à uma árvore de frente para o horizonte onde o sol se punha. Olhava para o lado e via ela, a luz do sol de fim de tarde tornando seus olhos quase cristalinos. Tão bonita...

Gostava dela. Sabia disso. Gostava como mulher, com um sentimento tão forte que tentava reprimir dentro de si porque sabia que podia ser perigoso. Então, a beijava. Um beijo. O primeiro beijo delas. O cheiro de bálsamo e hortelã que lhe era tão familiar...

Karlāh. Era como Laurenebti a chamava. Era o seu nome.

Em seguida, estavam pelas ruas de uma cidade antiga, passando por ruelas e tendas. A antiga Gizé. Suas mãos unidas, Laurenebti andava mais rápido à frente, puxando-a, elas riam de alguma coisa. Fugiam das aglomerações e despistavam os sentinelas do rei espalhados pelas ruas. Em seguida, estavam de volta ao jardim, o lugar favorito de ambas. Laurenebti estava com a cabeça sobre suas pernas e ela fazia um carinho em seus cabelos, podia sentir claramente a maciez dos fios enroscados em seus dedos.

Em outra visão do mesmo lugar, estava no colo da princesa, sentia o calor de seu corpo e a pressão das mãos dela em sua cintura, a leve tensão que isso causava em todo seu corpo. Podia sentir tudo como se estivesse realmente vivenciando aquilo, a veracidade era assustadora. E havia vivido, mas em um passado muito distante.