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                            𝑹𝒂𝒎


Eu nunca acreditei nessa história de almas gêmeas! Desde muito novo eu e meu amigo de infância Phun desacreditávamos de todas e quaisquer histórias escritas e contadas feitas perfeitamente para enganar a qualquer um que as ouvissem.







Tudo se concretizou quando eu estava no fundamental. Quando todos a minha volta estavam preocupados demais em encontra alguém.




A versão de tudo isso que eu tinha em casa era completamente diferente.



Foi nos meus doze anos quando eu vi o retrato que pintavam de casais perfeitos virar de cabeça para baixo. Minha tia chegou desolada na porta de nossa casa, ela chorava e estava encharcada da chuva que caia com força lá fora.




Ela havia pego seu marido e também alma gêmea em sua cama com uma outra pessoa.





Daquele dia em diante, eu assistia todos os dias o quanto minha tia sofria mesmo depois de tantos anos. Ela nunca deixava de me dizer:





“Ram, sempre, sempre vai ter alguém que vai amar mais, se entregar mais. Não seja essa pessoa.”





E com esse pensamento em minha cabeça eu descia devagar as escadas do primeiro andar, ouvindo a vozinha de Malia se sobrepor sobre o som da tv que passava um desenho qualquer.




Grande dia! – Ouvi a voz forte do meu pai soar  assim que coloquei meu pés no térreo.





O café da manhã nenhum pouco tradicional thailandes já estava servido na mesa, uma caixa de cereal e um garrafão de leite, e eu que me servisse à vontade.





Me sentei em um dos bancos vendo meu pai dar algo para minha irmãzinha comer, Malia tinha seus dois aninhos e dava mais trabalho que eu e o Kun juntos. – Quer ajuda pai?





O homem todo melado de papinha de bebê negou com a cabeça e continuou sua saga de acertar a comida na boca da pequena enquanto a mesma fazia pirraça para não comer.





Comi meu cereal assistindo o desenho que só descobri ser Steven Universo quando já estava na metade do episódio, as pressas fui escovar meus dentes e me despedi de meu pai e da malia dando um beijinho na bochecha gordinha.




Corri para a parada de ônibus na esperança de pegar o ônibus na hora certa pelo menos no primeiro dia de faculdade.




*




Assim que cheguei fui me encontrar com o Phun na cantina  e de lá seguimos para nossa sala e o dia passou rapidamente.





Vem, vamos! Os veteranos estão nos esperando na quadra. – Sou puxado por ele em direção aos fundos da faculdade.




Ouvi dizer que eles não tem piedade com quem se atrasa. – O segui rapidamente, pois não estava com vontade de chamar atenção para mim, principalmente no primeiro dia de aula.





Meu pai sempre me diz que eu sou igualzinho a minha mãe.
Fechada e totalmente introvertido mas, eu não acho que seja verdade, eu tenho até um amigo...




Com a pressa que eu era puxado pelos corredores, não demorou até chegarmos na quadra que já estava parcialmente lotada. Me sentei em uma das fileiras olhando em volta, apenas tendo a certeza de quê não conhecia ninguém ali.




ATENÇÃO!!!!




A voz de um dos veteranos soou alto demais dentro do local e eu o acompanhei com os olhos, ele se posicionou a nossa frente e os outros que estavam com ele fez o mesmo.





E foi ai que meus olhos caíram nele...





O garoto de all stars amarelo e olhos negros.





Escutei um zumbido em meus ouvidos enquanto meu coração batia forte contra meu peito, os pelo minha  nuca se arrepiaram e parecia a sensação de ser arrebatado e chegar aos céus.






Mas tudo aquilo não era real, certo?






Eram sentimentos impostos a mim, eu nem o conhecia... Como eu poderia sentir isso por alguém que nunca vi.





Phu me tirou de meu transe quando tocou meu antebraço tentando chamar minha atenção para algo que ele falava.




Ei, ei. Aquele veterano , eu gostei dele... será se ele aceita sair com calouros?  – foi o que phu falou, olhando para o garoto de cabelos de aparência macia, que havia mexido com meu coração segundos atrás.



Naquele momento várias coisas passaram por minha cabeça, inclusive minha tia, todo sofrimento que ela passa até hoje e a frase que ela sempre me dizia. E a resposta saiu naturalmente de minha boca.




Você só vai saber se você perguntar... Vai em frente e fala com ele. – Eu dizia para ele com um sorriso que eu mesmo o julgava falso.





Uma queimação no meu pulso tomou minha atenção e estava lá os quinze porcentos, gravados em minha pele.





*





Depois de várias sessões de exercícios e de ficar gritando feito um louco o treinamento finalmente acabou.





O resto dia se passou com phu que não parava de falar do sênior do sorriso bonito, eu já estava a ponto de deixá-lo ali falando com as paredes.





Até que o último sinal do dia tocou e eu arrumei todas as minhas coisas em tempo recorde.




Esta  pronto para ir pra casa, e passar o resto da noite agarradinho com Malia vendo desenho e comendo os docinhos que comprei para ela na cantina.




Eu achava que o destino poderia esta ao meu lado pelo menos uma vez, mas, era apenas mais uma de minhas ilusões.




Desculpa. – Ouvi sua voz calma amaciar meus ouvidos, aquela era a primeira vez que o ouvia e o via assim tão de perto.



A minha frente estava ele, com aqueles olhos brilhantes em minha direção.




Eu tentei fugir dele de todas as formas o dia todo, mas como eu iria saber que ele pegava ônibus na parada escura e assustadora quem quase ninguém usava, certo?




E naquele dia eu fui para casa sabendo que seus olhos estavam em mim tanto quanto meus olhos também estavam nele.







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Obrigado a todas estrelinhas, fav e comentários. Vocês fizeram o meu dia 182828282828 vezes melhor, de verdade, obrigado pelo carinho.

𝑃𝑜𝑟𝑐𝑒𝑛𝑡 🌵 - 𝑅𝑎𝑚 + 𝐾𝑖𝑛𝑔Onde histórias criam vida. Descubra agora