━.*ೃ.*✎ onde eu posto one-shots de babitan (one-shot é um termo utilizado para histórias que contenham somente um capítulo, seja ele curto e postado de uma só vez, ou longo e postado em partes).
" você sabe que eu preciso de você para a oxitocina
se...
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𝙇𝙀𝙏'𝙎 𝙏𝙐𝙍𝙉 𝙁𝙊𝙍𝙀𝙑𝙀𝙍, 𝙔𝙊𝙐 𝘼𝙉𝘿 𝙈𝙀.
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Sentada em uma cadeira na parte mais escura do ginásio onde os feixes de luz não a alcançam, Bárbara Passos observava todos felizes enquanto dançavam ao som de It's so Easy, sua música predileta, mas, que no momento soava como uma sinfonia fúnebre. A garota estava imersa em um completo estado de melancolia, um nó estava formado em sua garganta, fazendo com que um gosto ácido subisse desde seu estômago até ir explodir em uma ardência na ponta de seu nariz, o que, consequentemente, fez seus olhos lacrimejaram por um momento. A traiçoeira mente de Bárbara a lembrava o tempo todo de como ela havia sido estúpida ao realmente acreditar que Milena realmente deixaria a oportunidade de dançar com algum garoto para ficar a seu lado, só até ao menos Raphaela aparecer, Bárbara não a condenava, até porque se estivesse na pele dela, sabia que por mais que não quisesse, iria acabar fazendo o mesmo.
Há algumas semanas atrás, em um surto de coragem Bárbara chamou sua paixão secreta desde a quinta série para o baile de fim de ano de sua escola. Paixão também conhecida como Raphaela, a popularzinha de seu colégio. Milena não aprovava muito essa possível interação entre elas, afinal, Raphaela andava com garotas riquinhas e metidas.
"Por que eu achei que ela viria? Como eu sou idiota!"
Bárbara pensou.
— Levanta. – Repentinamente uma mão estendida preencheu todo seu campo de visão, a fazendo retornar a sua triste realidade.
Seus olhos subiram lentamente desde a ponta das unhas até a cabeleira loira, que escorria graciosamente por ombros largos, até formarem a imagem de Carolina. Bárbara ficou boquiaberta por alguns instantes, além de ver Carolina em um evento social — que já era algo surpreendente — ela ainda estava de vestido. De longe, Carolina Voltan, usando vestido em um baile estúpido da escola realmente não era algo que a mente da Passos conseguia dirigir. Bárbara também ficou encantanda com quão linda ela estava, honestamente ela mais parecia uma atriz retirada diretamente de algum filme clássico dos anos 60.
— Hum?
— Vamos dançar. – Carolina puxou o pulso de Bárbara fazendo-a ficar de pé. — Milena parece estar melhor com o Marcos. — Os olhos da garota então procuravam a amiga em meio a todas aquelas pessoas, e uma expressão confusa se formou em sua face quando viu Marcos e Milena dançando perigosamente próximos, detalhe, eles se odiavam até algumas semanas atrás.
"Os opostos realmente se atraem" Pensou.
— Não vou ficar sem par. – Carol continuou.
Carolina colocou suas mãos ao redor do pescoço de Bárbara que engoliu em seco, toda aquela proximidade com uma garota a deixava nervosa. Seguindo seus instintos e todo seu conhecimento adquirido através dos filmes de romances clichês, ela delicadamente depositou suas mãos na cintura de Carolina, entretanto aquilo não estava fazendo sentido, uma vez que a música que tocava no momento era animada. E como se alguma entidade lesse seus pensamentos, a iluminação começou a diminuir, adquirindo uma coloração azulada, quase violeta e uma música com uma melodia suave preencheu todo o espaço. Adolescentes dançavam de forma lenta com seus pares, uma típica cena de filme, Barbara estava tensa, Carolina a deixava assim, com seu jeito durona de ser a intimidava de certa maneira, mas isso não era necessariamente algo ruim.
— Ei – Ela chamou — Eu não vou te morder não, okay? Pode relaxar. – Seus dedos afagaram-se na nuca de Bárbara, fazendo uma boa sensação juntamente com um arrepio percorrer seu corpo.
Bárbara não pode evitar de sorrir com aquele ato. E foi quando Bárbara Passos olhou diretamente para os olhos cintilantes de Carolina Voltan que ela pode jurar ver seu próprio reflexo, logo, sentiu seu corpo entorpecer aos poucos, se emergindo em um completo estado de transe. Carolina tinha o verdadeiro olhar da medusa, só que ao contrário do que guerreiros da mitologia fariam, ela não quis sair dali, não queria que todas aquelas sensações estranhas que Carolina lhe causava fossem embora, e sem quebrar o contato com a garota ela lhe deu um selar em seus lábios que antes estavam perigosamente próximos, quase que clamando por um beijo. E da mesma forma repentina que o beijo começou, ele terminou, com o brusco afastamento de Bárbara para longe da menina que sentiu um vazio lhe invadir quando seus lábios se desgrudaram dos dela.
— Desculpa. Eu não sei o que deu em mim, Carol me desculpa mes...– Bárbara parou de falar quando de uma forma bruta os lábios rosados de Carolina foram de encontro com os seus.
Assumindo o controle da situação Carolina a puxava mais para perto, só parando quando sentiu seu próprio peito roçando contra a da garota conforme suas respirações desreguladas. Em um surto de coragem Bárbara segurou firmemente a cintura da loira que sorriu brincalhona entre o beijo, os dedos de Carolina mais uma vez exploravam a nuca da menina em busca de mais contato, e ela por sua vez, arrepiou-se por completo por conta do choque entre sua pele quente contra os dedos gelados de Carolina. O final do oxigênio chegou juntamente com o do beijo, fazendo as adolescentes se encararem e sorrirem em seguida. Por um segundo a loira jurou sentir que seu coração fosse sair pela boca, ela estava feliz e envergonhada ao mesmo tempo, ela sentia como se o olhar de Bárbara fosse algo quente que queimava sua pele aos poucos, pedaço por pedaço, e então ela a puxou mais para perto, apoiando seu queixo no ombro da outra garota e dando pequenos passos conforme a música.
