Capítulo X

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Capítulo X

 

MUITAS FELICIDADES!

Por fim, chegou a sexta-feira tão esperada. Não dava para negar: todos estavam ansiosos. Era um tiro no escuro. Ainda que dessem a senha, a professora Delort e a direção da Academia podiam se recusar a liberá-los para o final de semana, alegando que eles tinham trapaceado no teste de resistência. Talvez fossem castigados. Tinham decidido ir até o fim e ver o resultado.  

Durante o almoço, reafirmaram o combinado. Na primeira pergunta, os quatro entregariam a senha.

E assim foi feito. A primeira a ser confrontada com a professora foi Carmen. Ao escutar a senha “casebre”, Ellie ficou intrigada. Camen não era de desistir sem lutar. Seguiu para Roberto e obteve a mesma reação. Nem era preciso continuar com os outros dois para ter certeza que eles tinham combinado isso. Mesmo assim, seguiu para Amanda e Ramiro, obtendo a mesma reação.

Então os espertinhos estavam trapaceando. Não tinha certeza do que eles esperavam com isso e, portanto, entrou imediatamente em contato com Alan.

Mandou que os quatro aguardassem na sala de aula até que Alan apareceu na porta, respondendo ao seu chamado pelo celular.

- O que houve, afinal, Ellie?

- Os quatro entregaram a senha antes que eu começasse qualquer tortura. Foi uma trapaça combinada, ainda não sei o que eles pretendem com isso. Resolvi chamar você logo.

- Vamos conversar com eles. Acho que tenho uma vaga ideia do que planejam.

- Então, vamos lá ver o que os monstrinhos tramaram.

Ambos entraram na sala de aula onde os quatro estavam sentados. Ao verem o diretor os corações dispararam. Carmen estava certa, estavam encrencados.

- Boa tarde, senhores. Fiquei sabendo que decidiram fazer greve de tortura, hoje. – Alan achou graça nos olhares assustados dos quatro jovens. Eles sabiam que tinha aprontado. – Podem me dizer o que pretendem entregando a senha antes da aula começar?

Os quatro se entreolharam. Não tinham planejado isso. Imaginaram somente terminar a aula e sair, rumo à liberdade. Não tinham combinado nenhuma explicação convincente. Ramiro pensou que tinha falhado na elaboração do plano. O ideal teria sido apanhar um pouquinho para depois dizer que simplesmente não tinham aguentado a dor. Da forma que fizeram, não havia desculpas plausíveis para apresentar. Por um momento ninguém disse nada. Contudo, Mandy não conseguiu suportar mais aquele silêncio constrangedor.

- Na verdade, diretor, resolvemos entregar logo a senha para não ficarmos presos à ala médica neste final de semana.

Bob olhou para a amiga incrédulo. Como ela conseguia ser tão cara de pau e admitir isso para o diretor da Academia?

- Então vocês admitem terem trapaceado na aula? – a pergunta veio da professora Ellen.

Amanda direcionou seu olhar mais raivoso à professora: - A culpa é toda minha, professora. Eles só quiseram ajudar por ser meu aniversário no domingo. Mas, como eu já percebi, não adianta mesmo. Então se tiver que punir alguém, eu assumo toda a culpa. – Sem perceber, já estava de pé, cuspindo as palavras com raiva.

- Calma, Amanda. Sente-se. – Era ilusão ou o diretor estava se segurando para não rir? – Eu imaginei algo parecido. Na verdade, todas as turmas costumam ter uma folga programada a cada dois meses, antes de atingir o “grau de resistência”. A de você é daqui a duas semanas; só que, em virtude do seu aniversário, e de vocês propositadamente terem estragado a aula de hoje, acho que podemos adiantar a folga para esse final de semana.

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