Capítulo XIV

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Capítulo XIV

 

 

O PRÉ-PLANEJAMENTO

Depois da reunião com o diretor, os quatro tiveram dificuldades para dormir de tão excitados que ficaram. Milhões de possibilidades surgiam em suas mentes. Era a primeira operação que eles organizariam e participariam. Essa era a parte boa. Por outro lado, tinham a chance de não serem bem sucedidos e ficarem reprovados. Para falar a verdade, Ramiro pensou, o diretor não tinha dado muitos detalhes sobre o que aconteceria exatamente se eles fracassassem. Será que a hipótese de cancelamento estava cogitada? Provavelmente sim. Se descobrissem que algum deles não tinha capacidade de se tornar agente ou, pior, para fazer parte da Arca, a única hipótese era o cancelamento.

Mas e se fosse um “meio termo”? Um pequeno deslize ou fracasso? Qual seria a punição? Pois, certamente, haveria punição.

Carmen estava mais preocupada em pensar nos meios e conhecimentos que poderiam ser úteis para realizar uma grande operação. Sentia-se insegura e despreparada para algo dessa magnitude. Pensava que estavam recebendo vários conhecimentos, que, embora importantes, era isolados. Não conseguia conceber como, juntando tudo o que tinha aprendido, conseguiriam ter sucesso. E antes disso, ainda precisavam conseguir chegar ao final da aula de resistência. Será que isso seria possível algum dia?

No dia seguinte, dividiram as muitas coisas que tinham pensado sobre o assunto.

- Nós temos que combinar uma coisa. A partir de agora, em todas as aulas manteremos o foco na operação. – Amanda disse no café da manhã. -  Precisamos sugar todas as informações que pudermos.

- Exato! – concordou Roberto. – Ao final do dia, também podemos nos reunir por alguns minutos para conversar sobre o que aprendemos e que pensamos ser útil para o planejamento. Assim, dividiremos nossas impressões e não correremos o risco de esquecer as coisas com o passar do tempo.

- Temos que nos empenhar para atingir esse maldito grau de resistência logo também. – Ramiro comentou. – Quanto mais rápido nos livrarmos disso, mais tempo teremos para planejar tudo e terminar essa primeira fase da Academia.

Foi o que ficou combinado. No mesmo dia pela tarde, tiveram aula de vigilância. O professor, Américo Cortez, era bastante animado em passar o conteúdo para eles. Já tinham tido noções de fotografia nas duas primeiras aulas. O professor tinha informado a eles que teriam um curso mais aprofundado de fotografia mais para frente, mas que as noções básicas eram importantes para que pudessem documentar corretamente quaisquer investigações que precisassem fazer.

Na primeira aula, cada um deles ganhou uma máquina fotográfica digital Nikon profissional e desde então estavam praticando com ela. O professor tinha explicado que, para eles, tanto o zoom óptico quanto a resolução em pixels nos equipamentos fotográficos eram fatores importantes, pois eles estariam quase sempre tentando fotografar detalhes à distância sem serem notados, podendo ser necessária uma ampliação de qualidade.

- Boa tarde, pessoal. – O professor Cortez entrou na sala apressado, com a agitação costumeira e imediatamente iniciou a aula. – Agora que vocês já sabem tudo de fotografia – deu uma risadinha. -  vamos ter umas noções de disfarce.

Nesse momento, um dos funcionários que fazia a limpeza na academia entrou empurrando um carrinho que levava quatro caixas de papelão.

- Obrigado, senhor Jacobs. – Na mesma hora ele levantou as caixas e foi distribuindo para os alunos. Eram volumosas, porém não muito pesadas. Quando as abriram, eles viram que continha diversos itens como algodão, fita adesiva, perucas, maquiagem, óculos de leitura e de sol,...

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