Capítulo XI

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Capítulo XI

 

VOLTANDO À REALIDADE

 No dia seguinte, lutando contra a preguiça, reuniram-se para tomar o café da manhã no refeitório, como sempre.

- Pior que o cansaço é a sensação de que acabou rápido demais... – Mandy comentou quando se encontraram.

- Igual às férias da escola. Sempre acabavam tão rápido que nem dava para sentir. No primeiro dia de aula eu sempre ficava triste pensando que ainda faltava uma eternidade para as próximas férias. – Ramiro concordou.

- Pois é, eu gostava de ir à escola quando estava no orfanato. Nas férias, passávamos o tempo todo enfurnados em casa e tínhamos que fazer a limpeza do local. Preferia ir para a escola... Mas, agora, eu queria saber pelo menos quando serão as próximas férias!

- Nem isso podemos saber. Mas o diretor falou que a cada dois meses há um descanso. Provavelmente, daqui a dois meses e duas semanas poderemos sair novamente. – Carmen tinha certeza que o diretor não fazia promessas vazias.

- Ei, calma aí...Vocês estão desistindo rápido demais! Na verdade, temos que nos esforçar para resistir o quanto antes, assim poderemos sair para sempre! – Bob estava otimista. – Em cada aula, temos que nos concentrar nas coisas boas que podemos fazer nos finais de semana e pensar somente nisso. Nos desligar do que estiver acontecendo na aula. Então criaremos forças para resistir. Acho que agora que sabemos bem o que nos espera, teremos mais forças para conseguir!

Ramiro olhou para ele com desconfiança.

- Você pode começar parando de entregar a senha a cada vez que a Carmen grita. Isso está ficando meio repetitivo...

- Ei, na última vez foi você que se entregou por umas boladas nas áreas, você entende, de lazer... Quanta sensibilidade...

- Ao contrário das suas... partes, as minhas tem utilidade! Não quero que fiquem com defeito!

- Meninos, parem de infantilidade, por favor... Todos nós entregamos as senhas vez por outra. Não é culpa de ninguém... Temos que nos unir no objetivo de resistir e vamos conseguir. – Amanda interveio antes que o clima pesasse entre Miro e Bob, mas os dois fecharam a cara um para o outro.

Estavam terminando o café, quando as gêmeas apareceram.

- Olha quem está aqui, Juls... A namoradinha do Pablo.

- Como assim, Dani... Você quis dizer “a que pensa que é namoradinha do Pablo”, não é? – Ambas soltaram aquela risadinha irritante, já tão conhecida deles.

- O que você quer dizer com isso, sua girafona? – Amanda já tinha se levantado, vermelha de raiva.

- Ai, como ela é nervosa!... – Mais risadinhas.

- Acalme-se, Mandy. – Carmen já estava em pé ao lado dela, segurando-a pelo braço. Sussurrou no ouvido dela. – Elas só querem te provocar, para que perca a cabeça e se complicar.

- Tem razão. – e virando-se para as gêmeas – A opinião dessas girafonas não vale nada.

- Isso é o que nós vamos ver, gordinha. – Viraram-se e saíram rindo.

- Ahhhhhh, como essas duas me irritam!!! – Amanda desabou na cadeira do refeitório, exasperada.

- Deixe isso pra lá, Mandy. Essas tontas, mais uma vez, só estão com ciúmes. – Bob tentou consolá-la, mas arrependeu-se. Não queria dar falsas esperanças a Amanda, se ele também desconfiava que o tal Pablo não era exatamente um cara confiável.

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