CAPÍTULO XVI

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CAPÍTULO XVI

O PLANEJAMENTO

Acordar naquele domingo tinha um gosto especial. Um gosto de vitória. Com exceção de Amanda, todos já tinham se levantado e estavam comemorando a liberdade. Contudo, Carmen conteve-se e foi para junto de Amanda, preocupada.

- Gente, será que ela está bem? – Enquanto os rapazes se aproximavam da cama , ela retirou parte do lençol que cobria Mandy. – Vejam, ainda há diversas marcas acinzentadas nos braços dela. Coitada. Pelo visto a professora deve ter tentado de tudo para ver se ela se entregava. E Mandy resistiu até o fim.

Enquanto falava, Carmen passava a mão pelos cabelos da amiga. O gesto acabou chamando atenção dela, que abriu lentamente os olhos.

- Oi – Amanda disse com a voz meio grogue. – O que aconteceu? Me sinto tão fraca... Que dia é hoje?

- Domingo, Mandy. – Roberto se aproximou mais dela. – E já são quatro horas da tarde. Você já deveria estar bem melhor. Aconteceu alguma coisa diferente na última aula?

- Não sei. Não me lembro. Eu entreguei a senha, não foi?

- Não, Mandy! Puxa, você não se lembra de nada, mesmo, não é! – Ramiro sorriu. – Você resistiu bravamente, loira! Nós estamos livres! Enfim, atingimos o grau de resistência!

- Você está brincando?! – As bochechas de Amanda ganharam um pouco de cor com a animação dela. Ela tentou sentar-se mas caiu novamente com a cabeça no travesseiro. – Ai, ainda estou tonta!

- Pelo visto, você teve que resistir bastante, amiga. – Carmen sorria com orgulho. – Pelo estado em que você se encontra, parece que a professora concentrou todos os esforços dela em arrancar a senha de você!

- Aquela víbora devia achar que eu seria a mais fraca!

- Bem feito para ela! – Roberto riu. – Quem mandou se enganar tão feio!

- Que nada, certamente eu tive muito mais dificuldades que vocês!  Mas, depois que prometi, nada ia me fazer liberar a senha!

- Olá, meninos! – A Dra. Lancaster entrou na enfermaria enquanto conversavam. – Estou vendo que vocês três estão ótimos. Agora me deixem dar uma olhada em Amanda.

Ela fez aqueles clássicos exames de rotina em Amanda. Mediu a pressão, verificou as pupilas, tirou a temperatura e auscultou o pulmão e coração.

Fez algumas anotações, saiu do quarto e voltou trazendo uma mais bolsa de soro. Substituiu a que estava vazia, porém ainda pendurada e ligada a Amanda e injetou o líquido de uma seringa na saída do recipiente.

- Está tudo bem. Só precisará tomar mais esta bolsa de soro com o fortificante que eu injetei. – Virou-se para os outros que esperavam no canto da enfermaria. - Vocês três estão liberados, se quiserem ir. Em cerca de duas horas, Amanda também estará pronta.

- Se nós podemos ficar, Dra. Lancaster, eu faço companhia para Amanda. – Ramiro se prontificou.

- Nós três ficaremos, não é? – Carmen olhou para Roberto, buscando confirmação.

- Claro!

- Então está bem assim. Se quiserem ficar, é com vocês. Só não comemorem tanto a ponto de arrancar o soro dela. – Antes de fechar a porta atrás de si a Dra. Lancaster sorriu e piscou para eles.

Eram cerca de seis e meia, quando saíram da enfermaria em direção aos alojamentos. Amanda ainda tinha manchas escuras pelo corpo, mas sentia-se muito melhor.

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