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Pouco mais que duas semanas se passaram e Junhui ainda mantinha duas coisas intactas: o contato da agência de modelos que recebera a proposta diretamente do ceo e o chapéu de Minghao que encontrara caído no sofá no mesmo dia que ele foi embora de sua casa. O cartão estava sobre sua escrivaninha, colocado junto a alguns lembretes que deixa sobre suas atividades da semana, já o chapéu estava no criado mudo, ao lado de sua cama, ele o observava até dormir como uma lembrança do que acontecera.

Mas naquele momento, Jeonghan e Joshua estavam em sua casa comendo pizza e tentando convencê-lo de que deveria ligar para a agência, afinal, oportunidades como aquela não aparecem todo dia, mesmo se o Wen fosse o homem mais lindo da Terra inteira. Tinha que aproveitar que havia sido convidado por alguém de importância na empresa e tentar a sorte.

- Está bem! Eu vou ligar. Agora mesmo. - levantou-se num rompante e correu até o quarto para pegar o maldito cartão. Antes de sair do quarto para fazer a tal ligação, deixou um selar demorado na testa do Minghao de seu pôster, um suspiro breve escapando de seus lábios ao olhar para a beleza do cantor - Me deseje sorte.

*

Enquanto o chinês mais velho estava ligando para o número que possivelmente mudaria sua vida, o mais novo estava pondo pra fora tudo o que havia comido no jantar, com um Choi Seungcheol enojado parado a porta do banheiro com uma careta no rosto. Não era a primeira vez que aquilo acontecia, na verdade, já estava se tornando quase um ritual diário durante os últimos quatro dias. Era como se todo dia Minghao acordasse com um enjôo terrível, tomasse café e pusesse pra fora, além de todas as vezes que vomitava quando comia algo um pouco mais pesado.

- Você já pensou em ir num médico, Hao? - o coreano perguntou, vendo-o negar em um aceno silencioso enquanto escovava os dentes.

- Por quê? Acha que estou doente? - murmurou com curiosidade, passando água no rosto e suspirando com a mínima tontura que sentia sempre que terminava de vomitar. Seungcheol nada respondeu, apenas segurou em seu braço, o acompanhando até o quarto e deixando-o sentar-se devagar na cama.

- Posso ser sincero?

- Você sabe que sim, hyung. - fechou os olhos e deitou na cama, tentando ignorar pelo menos um pouco o vazio em seu estômago. O chinês tinha que esperar um pouco pra conseguir comer, senão iria acabar pondo tudo pra fora mais uma vez e ficaria ainda pior.

- É que... Não queria tocar nesse assunto, porque sei que você não gosta... Mas... Quais são as chances de você estar... Você sabe... Grávido daquele cara com quem dormiu? - perguntou receoso e logo recebeu um olhar em um misto de descrença e medo em resposta. O Xu engoliu o seco analisando a possibilidade, não lembrava de quase nada daquela noite, quem dirá lembrar se haviam usado qualquer tipo de proteção.

- Cheol, você pode me fazer um favor?

- O que quiser, pode dizer.

- Vai numa farmácia pra mim e compra um... Um teste. - sussurrou baixinho a última parte, o olhar fixo num canto do quarto e as sobrancelhas tensionadas. Minghao estava com medo da possibilidade e precisava ter certeza de que aquilo era apenas um mal estar por não estar se alimentando direito ou qualquer coisa assim.

- Fique aqui descansando, ok? Eu não demoro.

Com um beijo na testa, o Choi se despediu do mais novo e saiu para comprar o que fora pedido. Durante os vinte minutos que ficou sozinho no apartamento, Minghao pegou o celular e começou a pesquisar na internet sobre os pequenos sintomas que tinha ultimamente e engasgou com um artigo que leu: tonturas, enjôos, vômito e todo o sono e cansaço que sentia eram sintomas iniciais de gravidez. Ele não podia estar mais fodido.

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