Anastácia
Ir até o calabouço foi difícil, Cacíano não queria permitir que eu fosse ver Alef, mas eu precisava.
Desci até a cela de Alef, eu carregava uma cesta com uma refeição para ele. Quando chego, o vejo no chão, com o rosto entre as pernas.
- Alef? - Ele me olha e fecha os olhos por um instante.
- Esse não é lugar para donzelas. - Diz. Ele levanta e se aproxima. - Seus olhos estão inchados.
- Trouxe isso a você. - Mudo de assunto e estendo a cesta para ele. - Eu sei que o que fez foi cruel, mas, não deve ficar com fome.
Ele olha para a cesta e a pega.
- Há algum tipo de veneno aqui? - Diz olhando atentamente para os frutos e pães.
- É claro que não. O que pensa que sou? - Respondo.
- Não duvido que meu pai tenha lhe mandado para fazer o serviço sujo. - Ele joga a cesta no chão. Meus olhos se enchem novamente.
- Você é tão insensível! Faço uma refeição com cuidado para você e é isso o que faz? - E, sem perceber, eu estava aos prantos. A expressão dele muda rapidamente.
Saio correndo dali, deixando Alef sozinho novamente.
Eu não desisti, vou continuar tentando.
No dia seguinte, preparei pão e colhi frutos para Alef. Pus em uma cesta e fui para o calabouço do palácio, de novo. Chegando lá, vejo que os pães e frutos do dia anterior, não estavam mais no chão e nem em lugar algum. Alef estava deitado, seguro a grade da cela e a observo mais um pouco. Tudo estava sujo e cheirava mal. Ninguém merecia aquilo.
Vejo ele abrir os olhos, e se assustar ao me ver. Ri por um breve momento.
- Você não desiste? - Diz e se aproxima.
- Não. - Mostro a cesta para ele, depois entrego. - Pães e frutos, novamente.
- Agradeça ao padeiro que fez os pães. Eles são maravilhosos. - Dei um sorriso. Ele come o pão, depois, deixa a cesta no chão.
- O casamento real será sábado. Estão todos ansiosos. - Digo feliz por minha irmã.
- Não quero saber de casamento real. Eu salvo a futura rainha e sou condenado. - Ele encosta na grade, estava bem próximo a mim.
- Anelise me contou os seus motivos de fazer o que fez.
- Ah, é? E por quais motivos eu traí minha família e sequestrei a donzela?
- Poder, coroa, respeito e Anelise. Seu irmão tinha tudo o que você não poderia ter. - Ele me encara furioso. Senti uma pontada de medo, mas, ergui o queixo e dei de ombros.
- Realmente. Era tudo o que eu queria ter. Menos Anelise. Gostei dela sim, mas, eu não a deixaria durar durante o governo de Aurora. Ela é honesta demais. - Me doía ouvir que ele gostava de minha irmã.
- Você... ainda sente algo por ela? - Pergunto.
- Não. Achei que sim, mas não. - Fiquei aliviada em ouvir aquilo.
Ele se aproxima de mim, muito. Bem mais do que qualquer homem teria se aproximado de mim. Me afasto.
- Tenho que ir. - Vejo ele dar um sorriso e vou embora.
Eu visitava Alef todos os dias. Nós conversávamos por uns instantes, e, todas às vezes em que ele tentava se aproximar de mim, eu hesitava e fugia. Apesar de eu amar Alef, sei que uma aproximação agora seria perigosa. Eu sei que ele não se arrepende pelo que fez.
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A Princesa Perdida
Roman d'amourAnelise é uma jovem plebeia de 21anos que é apaixonada pelo Príncipe Cacíano, desde a sua infância. O casamento está próximo e o trono a espera, mas uma bruxa, com a ajuda do irmão mais velho e indigno do Príncipe, a envenena, mandando Anelise para...