Oito

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Cacíano

E hoje é o meu baile. O dia em que eu escolherei minha amada Anelise para ser minha pelo resto de nossas vidas.

Hoje acordei meio tarde, então, resolvi umas coisas sobre o baile e logo chegou a hora da minha segunda refeição.

Estávamos na sala de jantar fazendo nossa segunda refeição calados como sempre, foi quando eu cortei o silencio.

- Então, estão animados para o baile? - Ninguém respondeu, abaixei minha cabeça e continuei a comer. - Ao menos tentei.

Queria que minha família fosse normal. Que conversassemos na hora das refeições, que fossemos felizes reunidos. Mas não.

Levantei e sai do lugar e fui ao meu quarto.

Deitei na cama e fiquei pensando porque minha família é tão desunida.

- Cacíano? - Ouvi meu irmão chamar.

- O que quer? - Perguntei.

- Só conversar sobre a escolhida. - Ele respondeu. - É aquela moça não é? O nome dela é Anelise, sim?

- Sim, e vai ser ela a escolhida. - Respondi. - Eu a amo. Você pensa que não vi seus olhares para ela, se pensas que deixarei passar está enganado.

- Cacíano, eu entendi que ela é sua. Confesso que a achei bela, mas foi só isso. - Ele disse. Foi aí que eu me acalmei.

- Não consigo confiar em você, Alef. Não depois de tudo.

- Eu já disse que mudei, Cacíano. Estou tentando reconquistar a confiança de você e do papai. Mas é tão difícil...

Eu e Alef conversamos sobre Anelise por muito tempo, até que, uma das empregadas nos chama dizendo que já estava na hora de irmos nos preparar.

Anelise

Tomei um banho, vesti meu vestido, calçei meus sapatos e passei pó de arroz em meu rosto.

- Filha? - Mamãe me chama.

- Sim? - Respondi.

- Não vai querer nenhum penteado? - Mamãe perguntou, pegou minha escova e começou a escovar meu cabelo.

- Não mamãe, quero ele assim mesmo. - Respondi.

- Sinceramente, seu cabelo é lindo. - Ela disse e eu sorri.

- Obrigada. - Respondi, levantei e dei um giro devagar para mamãe me ver. - Como estou?

- Muito linda! - Mamãe disse, veio até mim e me abraçou. - Eu amo você.

- Eu também amo você. - Respondi.

- Mamãe, a carruagem chegou! - Anastácia gritou. Ela estava desesperada.

- Ah, a carruagem que aluguei. Vamos. - Mamãe disse e me puxou.

Eu, Ana e mamãe fomos para o lado de fora e vimos a carruagem.

- Vamos Lise! - Ana disse e me puxou.

Entramos no salão, que estava lotado. Varias mulheres e alguns homens.

Havia uma mulher muito, muito bela. Ela tinha os cabelos escuros, olhos azuis e lábios vermelhos.
Ela olhou, sorriu para mim e eu retribui o sorriso.

- Apresento-lhes o príncipe de Aurora Cacíano Irving. - Um homem diz chamando a atenção de todos.

O príncipe aparece e então todas as moças gritam, ele acena para todos, então, ele me vê. Seus olhos ficaram grudados nos meus e ele sorri.

Ele vai para o lado e o Rei Saymon aparece e acena para todos.

...

Cacíano dançou com todas as moças do salão, incluindo eu, depois foi até seu pai e chamou a atenção de todos.

- Hoje eu escolherei com orgulho a moça que mais me encantou esta noite, a tal será a nova rainha de Aurora. - Essas foram as palavras de Cacíano, ele desceu e olhou para todos os lados até seus olhos chegarem até mim.

Ele caminhou até mim, pegou minha mão e a beijou. Eu não sei o que aconteceu comigo, apenas caminhei juntamente a ele e nós já estávamos dançando.

A música tocando e nós dois dançando, olhei para cima onde o rei estava e ele todos gritaram felizes.

- Esta é a escolhida! - Todos bateram palmas, sorri e nós começamos a dançar um pouco mais rápido.

A música parou e eu e Cacíano paramos de dançar e ficamos nos olhando por um tempo, ele me dá um sorriso.

...

Estava no jardim do castelo, Cacíano foi conversar com o pai e eu vim para cá.

- Olá... - Uma mulher diz, me viro e vejo a mesma bela mulher dos cabelos escuros e olhos azuis.

- Olá. - Respondi.

- Olha, achei essa rosa e lembrei de você. Um presente para a escolhida. - Ela disse e me entregou a rosa. Quando peguei na rosa ela estava cheia de espinhos e então um fica dentro do meu dedo. - Ah não.

- Ai. - Dou um gemido de dor, a moça puxa o espinho de meu dedo. Estava sangrando muito.

- Venha. Pegarei um vaso pequeno com água. - Ela disse me puxando.

Chegamos na cozinha, ela pegou um vaso e pôs água, a água que antes era limpa e pura, agora estava suja de sangue.

- Pronto. - Ela disse e então eu olhei meu dedo.

- Obrigada. - Agradeci.

- Não há de que. Me desculpe. - Ela disse e então me puxou para sair de lá. Ela me levou para o jardim mais uma vez e voltou para dentro. Alguma coisa era muito estranha naquela moça.

A Princesa PerdidaOnde histórias criam vida. Descubra agora