Capítulo IV:
MELODRAMA IDepois de tudo o que aconteceu comigo nos últimos tempos, realmente eu deveria estar péssimo. Não sei o que fazer com a minha vida. A perda do Antony foi um peso muito grande e difícil de superar, estava no limite fui pela primeira vez ao extremo. Nunca senti tanta vontade de estar morto. Talvez fosse melhor assim. Sempre me questionei e vocês também já devem ter se questionado sobre o porquê da nossa existência quando perdemos algo. A vida em si, perde a razão. Eu não senti uma verdade em mim, não me conhecia mais. Tudo estava caindo, era uma merda sem precedentes. Tinha perdido o amor da minha vida de forma trágica, sai da casa da minha mãe, estava só. Tinha apenas meu diário e uma garrafa de vodka. Então comecei a mudar minhas atitudes, saia todo santo dia e bebia sempre que podia. Não havia limites para mim, não tinha como parar é bem louco pensar que quase morri.
Mas isso é bem normal quando estamos sozinhos. Certo dia, fui até o centro da cidade acabei encontrando um grupinho de jovens da minha idade. Todos estavam se drogando, eles perguntaram o que eu tinha. Então contei e usei maconha. Era o início de uma fase pesada. Não importava o que falassem eu só queria festa. Tudo se resumia a isso. Tinha esquecido da minha vida real. Entrei no mundo deprimido da festa e encarei o pós festa quase morrendo.
Muito preocupada minha mãe ficou desesperada com aquela situação. Eu não dei a mínima. Faltava aula, fui demitido por não ir ao trabalho, fiquei viciado em sexo e maconha. Claro, era um garoto na minha cama todo fim de semana, não importava o que acontecesse: Eu só precisava disso. Como tudo na vida tem uma reação, logo vieram as consequências das atitudes imaturas. Teve uma festa que meus amigos não foram e acabei indo sozinho. Como sempre, foi aquela zoeira. Encontrei um cara mais velho que eu e ele disse que meu namorado estava me esperando do lado de fora da festa, como estava mais do que louco, fui com ele até o local onde supostamente meu namorado estava. Chegando, tinha mais alguns caras e acreditem, eles rasgaram minhas roupas e fui aliciado ali mesmo, numa rua escura. Comecei a gritar e o filho da mãe que tinha me levado para o "abatedouro" acabou me levando para a festa novamente. Foi tão rápido que só lembro de estar chorando e alguns meninos vieram me ajudar. A polícia chegou mais não encontrou ninguém. Essa foi a primeira consequência. A outra, foi uma overdose: novamente, tinha muita vodka, muita bebida. Nesse dia, coloquei os álbuns "25" da Adele e o "1000 forms of fear" em seguida, o "Back to Black" da minha diva Amy Winehouse. E haja bebida. Depois o meu amigo Gabriel chegou com LSD, Heroina e maconha. Foi tenso! Não satisfeitos, fomos beber numa festa depois disso tudo. Entendam, eu tinha perdido o limite. Foi nessa bendita festa que simplesmente cai no chão e acordei na droga de um leito hospitalar. O Gabriel ficou tão preocupado que pensou que não sobreviveria.
Pode parecer egoísmo. Mas não é. Isso foi o resultado de uma relação cortada, dolorida e magoada. Os jovens geralmente são assim. Acabamos por despejar todos os nossos sentimentos em uma única "solução". Não sabemos quando parar, nos tornamos cegos. Depois dessa barra pesada. Conheci a Marcelly, lembram dela? Lá do início dessa história. Conheci ela na mesma vibe que a minha. "1,2,3 1,2,3 drink" Estávamos bêbados, sendo cuidados por outros dois amigos, a Larissa e o Miguel. E o pior, a gente se pegou horrores na festa. E, só para deixar claro nesse tempo ela estava curtindo apenas mulheres. Depois disso, pegamos um casal de gays, e outras pessoas aleatórias. Acordei na casa do Miguel destruído, estava na cama e a Marcelly na rede. Ela é uma pessoa incrível e até hoje estamos juntos e tentando ser felizes nessa vida. Agradeço a ela por ser tão importante e necessária na minha vida.
Eu tive o ápice nesse período, conheci um garoto chamado Douglas. A gente transou uma vez e hoje ainda trocamos ideias. Foi o único que deitei e tenho contato até hoje. Estava tudo ótimo. Minha vida deu uma parada. A tempestade estava passando.
Mesmo assim, tinha um vácuo dentro do meu peito. Aprendi a ser frio. Nada além disso nunca foi tão profundo. Quando nos tornamos frios o mundo interior muda dentro da gente. Passamos por mudanças constantes. Relaxem! Essa fase festeira de vocês também vai passar.
É difícil não querer depender de ninguém. Sempre acabamos quebrando a cara, é algo inevitável.Eu nunca quis depender de você
Nunca quis saber disso.
As vezes quero apenas viver
Agora tenho 20 anos, estou vivendo
Estou sentindo tudo intensamente
Passo horas descobrindo um universo dentro de mim, não querido, você entendeu errado. Lágrimas são apenas resultados das nossas escolhas.
Eu nunca quis ser preso a ti.
Bebi todas para te superar
Agora bebo para festejar
Ninguém deita na minha cama
Você deve odiar o dia em que conheceu o escritor na parada de ônibus.
Teu beijo foi intenso e inútil
Não baby, você foi um erro
Eu nunca quis te fazer sofrer
Você sempre esteve longe
Não quero continuar assim
Todos os dias eu danço com alguém que magoei muito e que jamais saiu do meu lado, sim, danço comigo mesmo.
Porque quando você me destrói eu tenho que me ajudar a te superar.
Você deve odiar o dia em que beijou o escritor no escuro.
Sim querido, eu também te odeio!Todos sabem como é difícil se descobrir estou nesse processo
Eu nunca sei o que sou de verdade
Nem o que ainda quero e o que tenho
Não confio mais no álcool nem no amor. Será que ainda vale a pena toda essa dor? E aí, o que você achou?Em MELANCÓLICO II eu respondo meu questionamento e leio a carta que mandei para o J.
(Fim do 4º capítulo)
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Melancólico
RomanceMelancólico é uma obra feita em primeira pessoa, baseada em fatos reais contendo experiências vividas pelo próprio escritor.A história aborda os acontecimentos que marcaram a adolescência e a juventude de um garoto homossexual do ápice da felicidade...