LUZ VERDE

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                       CAPÍTULO IX:
                          LUZ VERDE

Cheguei dos outros capítulos cansado.
Escrever algo nosso é muito difícil, a gente lembra de coisas que sinceramente, eram melhor estarem esquecidas.
Á medida que o tempo passa eu sinto que estou muito além do meu tempo. Parece confuso - na verdade, é mesmo!
Não se trata apenas de algo, tipo: "Ah, contarei tudo de uma forma que não doa tanto!" Isso não existe! Reviver momentos doloridos sempre será uma tortura.

Depois de tantas coisas, cheguei na seguinte conclusão: Eu nunca amei ninguém de verdade, tudo foi uma fase adolescente muito complicada.
Entendo que antes de tudo isso, eu deveria me amar e sim, estou nesse processo. Eu quero me amar acima de tudo.
Vocês devem ter percebido que eu estou me amando sozinho, né? Sim, é um fato. Creio que nesse momento, seja crucial. Não fui decepcionado por amor, fui posto em situações de teste.
Amar uma pessoa é algo muito controverso.
Não posso amar outra pessoa, se eu ainda, não me amo. Seria algo impossível.

Já fui considerado um fardo, um probleminha, né? Tudo bem, eu também concordo. A gente é o que menos gosta de ser. Querido, amo dançar, tomar um bom vinho, escrever minhas músicas e depois disso chorar no travesseiro esperando a minha autoestima amadurecer.

Um dia estava conversando com a Jamille sobre amadurecimento e, nossa! Que complicado.

- Amiga, você se considera adulta?

- Em certos pontos sim, em outros não.

- Como assim? Aí garota. Me explica!

- É tipo assim, eu já sou mãe, antes de entrar em algum "B.O" devo pensar nas consequências que isso pode trazer para a minha filha.

- Então você coloca a sua filha em cima das suas relações?

- Sim. Ela faz parte da minha relação principal.  No outro ponto, vejo que ainda tenho muito para me tornar adulta. KKK, eu gosto do estrago, dos problemas. Você sabe.

- Sim. KKK, por isso te amo. Mas falando sério, depois de tantas coisas, ainda espero ser um adulto. Quero isso e ao mesmo tempo, tenho medo.

- Amigo, eu sei como é. Só te falo uma coisa: Enquanto você ficar pensando nisso, tu nunca vai ser um adulto. Apenas vive cada fase da vida. Sem pressa.

- Não consigo! Tudo em minha volta me parece estranho. Eu nunca amei ninguém de fato. Sempre achei que tivesse amado. Mas, não. Eu nem falo isso com espanto. Na verdade, é medo.

- Medo de que, já?

- Jamille, se eu nunca amei ninguém, então eu nunca sofri por amor, consegue entender meu raciocínio?

- Não. Kkkk

- Ué, como assim?

- Anderson, tu já chorou por causa de garotos. Sentiu falta, isso não configura sofrimento?

- Óbvio que não. Eu chorei não por causa de amor, e sim por uma tristeza passageira.

- Hummmm. Só te digo uma coisa, seja menos rígido.

- Não prometo nada. Mas tentarei.

Honestamente falando, eu não tenho medo de nada, mas, eu queria poder prever as minhas dores futuras entendem? Ou então, sentir a textura dos meus sentimentos futuros, eu consigo sentir a textura de todos os meus momentos, as cores, as formas. Todas minimamente. Sei lá, como consigo sentir isso? Eu não sei.
Sentimentos são abstratos o que deixa tudo ainda mais bizarro.

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