Internato para "garotos doentes"

Talvez desabafar seja minha religião.

(Ｆｅｌｉｘ)

Eu estava deitado na única cama que havia ali no quarto, estava silencioso e eu acabei por pensar em tudo em que Hyunjin disse sobre sua própria família mais cedo.

ia pensar no lacre que ele me deu só depois mesmo

Bem, claro que me recordei dos meus próprios pais e não pude deixar de me entristecer com as lembranças que eu tive. Até eu ouvir a porta abrir, já fui limpando logo as lágrimas do rosto e fingindo plenitude.

— Lix? —

— Oi, Hwang... – respondi baixo, com medo de acabar soluçando, gaguejando ou deixando claro uma voz embargada.

— Posso me deitar do seu lado? – ele disse, e eu o-ouvi fechando a porta.

agora que ele me mata se deus quiser💐💐

— Claro... A cama é sua. – eu apenas senti o som do colchão afundando em seguida...

Me lembrei daquele dia antes de tudo virar um inferno naquele internato, quando acabei dormindo ao lado de Hyunjin.

Traumatizante.

— Ei. Vira pra mim. —

— Pra quê...? – questionei, modo nervoso ativado.

— Felix, vira. – ele falou com uma voz suave e eu não queria deixá-lo preocupado.

bem
nao virei ne

ele me virou a força e fez aquela cara seria dele

Eu tava certo de que tinha me fodido, até que...

— Me conta, bebê... O que houve? – senti seus braços rodearem meu corpo que nem no momento da banheira.

Ele é um amor de pessoa, sério.
Estou mal.
💔

— Sei lá, sobre aquilo dos seus pais.... —

— Você tá triste pelo que houve comigo ou é outra coisa? —

— Eu lembrei dos meus, só isso... Não se preocupa. —

— Se você estiver confortável de falar disso comigo... – ele levou as mãos dele pros meus cabelos e ficou massageando meus fios. Eu estava com a cabeça enfiada na curvatura de seu pescoço, e as lágrimas já haviam secado pelo esforço desesperado que tive de secar todas elas quando ouvi Hyunjin adentrar o quarto.

— Minha mãe me abandonou quando eu tinha 9 anos. Eu até entendo ela, meu pai era um homem muito agressivo. Problemas com bebida... Enfim, chegou um dia que ela não suportou e foi embora. —

— Eu sinto muito, Lix. —

— Hoje em dia, meu pai está preso. Ele continuou bebendo como sempre e resolveu dirigir, obviamente, foi pego e deu nisso. Essa parte dele ter sido preso faz muito pouco tempo, mas muito antes disso, eu já morava com meus tios. Eles não queriam me deixar com o meu pai, mas ao mesmo tempo, viviam falando pra mim que por falta da religião, minha família se destruiu. —

— Esse pessoal tem um complexo do próprio deus que eles seguem, pra dizer as razões do motivo de tais coisas na vida alheia acontecerem... —

— Inclusive, no dia que me assumi pros meus tios, a minha tia falou que só estava concordando com aquilo de me levar pro internato pois não ia deixar idéias homossexuais entrarem na minha cabeça e acabar destruindo a família dela também como a minha foi destruída. Além dessa síndrome do próprio deus deles como você disse, eles também tem muita empatia com a vida do próximo. —