Como eu consigo me meter nessas situações?

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Por gizelly

Fiz a viagem de táxi pra casa no piloto automático.

Casado…

Acho que dei uma gorjeta exagerada ao taxista.

Espero ter guardado todas as coisas frias na geladeira ou, no dia seguinte, metade das compras estaria estragada. O resto ficou no chão da cozinha nas sacolas.

Casado…

Abri a porta do Quintal e joguei comida para o cachorro sem me incomodar com o medidor.
Devo ter esquecido de fechar a porta, porque ele me seguiu para dentro da sala.

O filho da puta é casado…

Respirei fundo.

Pensei em começar a guardar o resto das compras nos armários. Limpar mais alguma coisa antes de kalimann chegar.

Enfiei a mão em uma das sacolas e tirei o sutiã vagabundo de Manu. Kalimann ia chegar tarde, ela tinha me avisado que teria um encontro hoje.

Um encontro com uma mulher interessante. Uma que deveria tratar as pessoas com educação e não deveria transar com homens casados.

Olhei para o sutiã de arco íris e me senti incomodada.

Manu era uma garota boba e jovem que se preocupava com reciclagem e que estava atraída pelo vizinho.

Pyong era um jovem que tinha problema de incontinência e tentava esconder isso. Ele tinha seus próprios problemas, mas ainda me defendeu quando Manoela foi agressiva demais.

E Shelbi… Shelbi era um poço infinito de simpátia e altruísmo e eu tinha…

E eu…

Eu tinha…

Na minha memória eu conseguia ouvir a voz grave e tranquila do meu pai. Fazendo o impossível pra esconder a dor que sentia

"Vamos ser só eu e você agora, gizelly"

Eu tinha virado a vagabunda da minha mãe.

A mulher que traía e destruía famílias. A mulher que não se importava com o compromisso de fidelidade firmado entre duas pessoas e que se metia entre elas para sua própria conveniência.

Levou outro homem pra cama do meu pai.

Levou um homem casado pra cama do meu pai.

Seduziu , consquistou e destruiu. E depois juntou os cacos pegou o que lhe agradava e jogou o resto fora. Fez o homem rico se divorciar da mulher e abandonar os filhos pequenos pra casar com ela. Deixou eu e meu pai pra trás como se não fossemos mais que um incômodo constante em sua vida.

Larguei o sutiã no chão e subi para o banheiro. Comecei a tirar as roupas no meio do corredor e deixei tudo caído perto de cama antes de me jogar debaixo do banheiro.

"Casamento são só umas palavras e aliança, gizelly", ela tinha torcido o nariz para mim. "Fiquei com um homem que eu quis quando não queria seu pai. Só isso"
Tive vontade de espancá-la. Cortar sua cabeça fora e assistir o sangue peçonhento escorrer de suas veias podre.

Ela era a pessoa mais horrível que eu já tive o desprazer de conhecer.

Exagerei no sabonete líquido e passei os próximos 20 minutos a esfregar metodicamente cada centímetro do meu corpo.

Lembrava dos meus seios espremidos contra o capô do carro. Eu tinha pensado em Rafaella e tinha adorado. Esfreguei a esponja contra meus peitos com tanta força que doeu, mas eu não me incomodei. Continuei a exorcizar minha pele com tanto empenho que eu tive a certeza de ter esfolado meu corpo em pelo menos dois lugares.

Sexy Lawyer (Readaptação)Onde histórias criam vida. Descubra agora