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Na hora do almoço fui até a enfermaria, presumi que Henry estaria sozinho e eu não queria comer no meio daquele refeitório barulhento

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Na hora do almoço fui até a enfermaria, presumi que Henry estaria sozinho e eu não queria comer no meio daquele refeitório barulhento. A presença dele já havia se tornado constante e familiar, necessária, mesmo que nos conhecêssemos há menos de uma semana, e também, eu gostava de estar com ele.

Henry estava estudando na mesa no canto da sala e eu estava sentada no sofá comendo a metade de um sanduíche - que havíamos dividido - e concentrada num desenho que passava na pequena televisão que tinha ali.

— Katherine? — olhei por cima do sofá em direção a Henry — Você sabia que as artérias, veias e capilares que compõem nosso corpo medem cerca de 97 mil quilômetros, o suficiente para dar a volta à Terra duas vezes e meia? Tudo isso para garantir que cada pedacinho do seu corpo receba o oxigênio e nutrientes necessários da maneira mais eficiente possível?! — ele falou extasiado.

Levantei do sofá e fui em direção à mesa em que ele estava, não consegui nem manifestar minha opinião, pois ele estava tão empolgado falando que já complementou com outro fato:

— E sabia que homens possuem mais células responsáveis por acompanhar objetos em movimento, enquanto mulheres possuem mais células com a função de analisar cores e texturas? Isso significa que homens e mulheres literalmente enxergam o mundo de maneiras diferentes.

Ele me mostrou as ilustrações em seus livros e eu me sentei ao seu lado enquanto ele explicava o seu mundo para mim. Era apaixonante o jeito que ele falava das coisas que amava, fazendo gestos e caretas. Havia um brilho, sim, é clichê, mas Henry Schurmann fazia qualquer um se apaixonar pelo que ele exortava e amava. Era impossível se livrar dos encantos dele.

— Kathe? — chamou a minha atenção.

— Oi — respondi voltando do transe.

— Você está bem? — me olhou com preocupação.

— É... Estou? — pisquei algumas vezes e desviei meus olhos do olhar verde azulado de Henry — Claro que estou — sorri e passei a mão na cabeça — só estava tão concentrada que acabei viajando... Ei, acho melhor eu ir, se não vou me atrasar.

— Tudo bem. Te vejo amanhã?

— Pode contar com isso — respondi e ele sorriu satisfeito.

Henry me deu um beijo na bochecha e voltou a se concentrar em seus livros, um arrepio percorreu a minha espinha e os pelos do meu pescoço ficaram eriçados, acho que me movimentei até a porta cinco vezes mais devagar, completamente atônita, parecendo um robô sem articulações. Passei por ela com milhares de borboletas no estômago e a fechei.

A minha cabeça estava vazia, eu só consegui me focar na respiração e na sensação de formigamento na bochecha.

AAAAAAAAA NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO!

Passei a mão sobre o rosto e a parei sobre meu peito, respirei fundo.

Se recomponha Katherine, você só sabe quando sabe.

CLICHÊS, ROMANCES E KATHERINE Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora