Everything Happens on Summer

Ah, o amor...

"O amor não se vê com os olhos, mas sim com o coração."
William Shakespeare

— Allison... não foi o que quis dizer. - Ressopra cauteloso.
Sinto meus joelhos fraquejarem e meu coração pesar com a sua confissão.

— Então me explica, por favor. - Suplico e o observo ficar calado por alguns minutos, abrindo e fechando a boca como um peixinho fora d'água.

Me entristeço ainda mais ao ver que ele não consegue sequer se expressar.

Eu fui tão burra de pensar que ele talvez pudesse gostar de mim, mas no final das contas eu fui apenas usada como uma vingança para o idiota do Caleb.

Já nem tento controlar as lágrimas que caem livremente pelo meu rosto, até se perderem no piso do quarto que conheço tão bem.

Preciso sair daqui.

Me viro para sair, mas sou impedida por seus dedos compridos.

— Só... me deixa organizar meus pensamentos. Não está sendo fácil passar esses dias do seu lado e não poder te beijar, te abraçar... eu não queria te desrespeitar. Aquele beijo não foi uma tentativa de vingança Allison, foi uma medida desesperada para tentar fazer você me escolher...
Eu sei que não sou a melhor pessoa do mundo para namorar, mas se você me desse uma chance, eu tomaria ela com todas as minhas forças. Eu não sabia o que é amar e ser amado, mas depois desses dias eu percebi que com você as coisas são diferentes. Deus, eu estou tão malditamente apaixonado por você que eu não sei mais o que fazer para que você me dê bola. - Ele se senta na cama com as mãos no rosto, talvez desesperado ou talvez envergonhado pelo que acabou de dizer.

Me aproximo, ficando de joelhos, na altura do seu rosto e tiro suas mãos da bochecha, olhando profundamente nos seus olhos.

— Lucas, como você pôde não perceber o quão louca por você eu sou? - Confesso e ele arregala os olhos. — Isso mesmo que ouviu. Eu também estou tão malditamente apaixonada por você, que sabe o que senti quando Caleb terminou comigo? Alívio. - Sussurro e ele me presenteia com um sorriso tão radiante que não resisto em acompanhá-lo.

— Será que você pode me desculpar por ser tão rabugento? - Pede e solto uma gargalhada tão alta que fico até com medo do inspetor aparecer.

— Por que desculparia se é o que mais gosto em você? - Brinco e ele me puxa para mais um beijo quente como o inferno.

Nos beijamos por um bom tempo, tendo todo o cuidado para não machucar a sua perna nem a sua ferida que está quase curada.

Me deleito com o seu sabor, com seu toque suave e seus beijos molhados pelo meu pescoço e ombros.

Lucas sim que sabe beijar, demônios!

E assim passamos toda a noite, entre beijos e toques perigosos, até que pegamos no sono.

⚜️🔸⚜️

Abro os olhos e o primeiro que vejo é o corpo sarado do garoto ao meu lado. A respiração compassada de Lucas indica que ele ainda está dormindo, pelo que aproveito para bisbilhotar suas tatuagens. Algumas são bem estranhas, mas outras são maravilhosas. Acabo não resistindo e começo a passar os dedos em todas elas, sentindo a textura da pele cheia de cores e formas desenhadas. Contorno uma que começa na sua costela e vai descendo até a cintura. Estou hipnotizada pelo desenho, tanto que não percebo o caminho que aquelas linhas estão me levando.

— Alguém acordou curiosa hoje... - A voz rouca me tira do transe e retiro a mão do seu corpo, com o coração batendo tão rápido que caio deitada na cama.