Capítulo 4 - Pax

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    Os raios de sol ainda estavam tímidos naquele horário da manhã, iluminando com não muita da sua força total que teriam durante a tarde, mas quem não estava nem um pouco tímida era Noah usando a roupa nova que havia ganhado de Jenny. Calças novinhas e claras, uma camisa de mangas curtas branca e um casaco igual o seu anterior, mas dessa vez novo em folha, seus cabelos também estavam um pouco mais brilhosos e lisos e sua pele mais branca do que nunca, tudo aquilo resultado de um longo, mas ainda meio complicado banho, ela também se orgulhou de ganhar seu primeiro sutiã embora não o estivesse usando no momento. Noah andava pela grama do parque com uma feição radiante de felicidade.

– O que um bom banho não faz – disse Noah para Carne que estava a seu lado, também mais limpo que o habitual.

– Diz isso agora – comentou o cachorro - mas na hora de entrar no banho teve que ser arrastada porque não queria ir!

– Tá isso é verdade – concordou a garota.

– E depois fez manha porque não queria sair mais.

– A água tava quentinha!

Noah se sentou na grama embaixo de uma árvore, Carne deitou ao seu lado.

– Que dia maravilhoso – exclamou ela.

– Mas nenhum dia se mantém maravilhoso se não aproveitarmos ele – falou o cachorro, essa era uma espécie de mantra entre os dois, se o dia começava maravilhoso, ele teria de ser aproveitado ao máximo.

– Mas é claro...

    Ambos fizeram uma pausa relativamente longa.

– O que vamos fazer para aproveitar hoje – perguntou a garota.

– Deixe me pensar – o cachorro levantou a cabeça levemente – acho que já fizemos tudo que queríamos fazer nesses dias que estamos aqui.

    Novamente uma pausa.

– Tive uma ideia – disse a garota – vamos conversar com a primeira que pessoa que vermos na nossa frente – e levantou a cabeça olhando em volta e parando quando viu um menino sentado num banco sozinho – aquele guri.

– Ok – concordou o cachorro sem muita escolha – sobre o que exatamente vai falar com ele?

– Qualquer coisa, sei lá, ele tá sozinho, vai gostar de companhia!

– E se ele quiser ficar sozinho?

    Noah parou, fez uma careta pensativa.

– Eu pergunto se ele quer ficar sozinho daí vamos encontrar outra pessoa.

    Carne revirou os olhos, Noah deu um sorriso e seguiu caminho. Ao chegar mais perto pôde ver melhor a aparência do garoto, ele aparentava ter a idade de Noah, 13 ou 14 anos, usava uma calça jeans e um casaco peludo e por baixo apenas uma camiseta simples se mostrava, todas estavam bem surradas e ele estava meio sujo, na perna direita um pouco abaixo do joelho tinha uma bandagem enrolada, também velha, o cabelo vinha até a altura do nariz e era espesso e de uma cor castanho claro, os olhos dele eram de um verde puro e claro, o nariz era um pouco empinado e pequeno. A expressão dele não dizia nada, ele parecia estar apenas vendo a paisagem. Noah se jogou no banco e chegou a deslizar um pouco para mais perto do menino que se assustou com a ação da menina e quase pulou longe, ela abriu um largo sorriso típico enquanto ele olhava para ela com uma expressão meio confusa.

– Oi – disse Noah ainda com um sorriso, se acomodando melhor no banco ficando de forma meio folgada.

– Oi – disse ele voltando para a postura de antes.

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