Alina Mickiewicz estava vivendo o sonho de qualquer um da sua idade: estudava seu curso dos sonhos na Universidade Columbia; tinha uma família rica; tinha tudo planejado para o futuro. Mas chegar em Nova York, uma cidade tão agitada e moderna, poder...
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― Impressionante! Como pode ser tão irresponsável?
Anneliese aperta os olhos com força e começa a massagear as têmporas.
Ah, agora a ressaca voltou? Na hora em que estava se derretendo pelo grandão lá, parecia novinha em folha.
― Ai, Lin! Esqueça isso. ― choraminga.
― Esquecer? Está falando sério? Você deu o nosso número para quantas pessoas, hein?
Minha prima se joga no sofá e liga a televisão. Está passando algum jogo de basquete qualquer.
― Eu estava loucona, não lembro direito. Acho que dei nosso número para... o grandão, um cara chamado Jake, outro chamado Josh e, bem, não lembro.
Eu espero de todo o meu coração que essas pessoas não liguem. Já basta Petrus nos ter telefonado com uma voz suspeita.
Ainda não acredito que ele está bêbado. Tudo bem, eu acredito, mas não o queria. Me segurei na imagem dele sendo um homem respeitável e que ajuda garotas indefesas em festas.
Me sinto decepcionada comigo mesma por ter pensado isso. Que tolice a minha.
― Tome seus remédios, mais tarde vamos à igreja. ― digo e saio da sala antes que possa ouvir os protestos de Anneliese.
As horas seguintes se passam dolorosamente lentas, considerando que eu tive que cuidar de Anneliese, tirar o tapete cheio de vômito e os cobertores sujos de sangue do meu quarto.
A pior parte daquela manhã foi arrumar o banheiro de minha querida prima. Como que, em uma semana, ela conseguiu juntar tanto cabelo no ralo da banheira? SEm falar no forte cheiro de saliva e urina naquele lugar. E que tanto de cabelo espalhado pelo chão é aquele? Ora, já era para essa menina estar careca.
Acho que passei 1 hora e meia limpando aquele lugar. Sinto dores nas costas e não paro de espirrar por conta do forte cheiro de rosas e eucalipto dos produtos que joguei ali.
Anneliese e eu teremos uma conversinha. Nunca vi uma pessoa tão bagunceira e anti higiênica.
Mas primeiro: vou banhar e tirar toda essa nojeira do meu corpo.
― Lin! ― aquela voz manhosa não me engana. Ela vai pedir algo. A ouço da sala ― Pode me trazer o almoço?
Respiro fundo e me controlo ao máximo para não gritar.
― Eu acabei de limpar seu quarto, vou banhar primeiro.
― O quê? ― acho que gaguejei muito.
― Vou banhar primeiro.
Saio correndo antes que ela reclame. Preciso fugir dela o máximo possível hoje. Aprendi essa técnica quando ela estava de TPM.
Felizmente, Anneliese já havia posto a mesa quando saí do banho. Lembro-me dos dias de discussão sobre qual mesa de jantar comprar. Ela queria granito e eu queria madeira. No fim, eu ganhei. Mas, em contrapartida, ela decidiu sobre o resto dos móveis da casa. Nunca conheci uma pessoa tão sofisticada como ela. E isso não é bom.
