4. Você... você me fez odiar a mim mesmo

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Ainda enrolada na minha jaqueta, posso ouvir sua respiração cansada e os dentes batendo uns nos outros

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Ainda enrolada na minha jaqueta, posso ouvir sua respiração cansada e os dentes batendo uns nos outros.

Teve que abrir uma das janelas para Anneliese poder vomitar.

O vento é forte, mesmo eu dirigindo numa velocidade lenta. Pobre Alina.

A garota ainda está assustada com o estado da prima. Nunca viu uma pessoa de porre, então é compreensível. Fiquei minutos tentando convencê-la de que não valia a pena gastar dinheiro levando Anneliese para o hospital.

Nós tivemos que ouvir xingamentos e sofremos com alguns puxões de cabelo. Anneliese não sabe beber. Por Deus!

Alina insistira em sentar-se ao lado da prima, nos bancos de trás. O que eu posso fazer, não é mesmo?

― Acho melhor fechar a janela novamente. ― comento.

― Não. Anneliese precisa de ar.

Ok, senhora Sofro, mas protejo pessoas que não merecem.

As garotas moram em Morningside Heights, e acredito firmemente que nem sabem onde moram. A única informação que tenho é o nome da rua, mas nada sobre as coordenadas.

Não há pessoas acordadas para pedirmos informações e eu nunca andei por esse bairro chique, então teremos que nos virar com as placas.

― Moram por aqui há quanto tempo? ― pergunto.

― Uma semana. ― ela responde, sem gaguejar.

Merda.

― Estão sozinhas?

― Não. Nosso tio sempre está por lá. Ele é General, mas sempre que pode nos visita.

― General? Vocês têm grana. ― comento, rindo.

― Não é pra tanto. Minha família inteira vem do exército. Apenas eu e Anneliese que decidimos ir para a vida acadêmica.

Ah, agora entendi.

Sorrio com a esperteza dessa menina.

Tudo bem, ela está num carro de um estranho, num lugar estranho e com uma prima bêbada. Porém, ela não teve escolha alguma.

Vejo que segura algo na bolsa há muito tempo. Provavelmente algo para se defender de mim.

E agora está expondo que vem de uma família poderosa e, se eu pensar em agredi-la, estaria fodido.

Gostei dela.

Por consideração, finjo que caí em sua... ameaça disfarçada de uma conversa inocente.

― Bom para você. Meus pais são donos de uma padaria. ― rio e consigo ver um projeto de sorriso em seu rosto. Bem parecido com o que eu vi quando ela soube que sua prima estava a salvo.

Eu Sou Bom O Suficiente Para Você?Onde histórias criam vida. Descubra agora