2. Aparências

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Certo, fui imaturo em querer chateá-la daquela forma, mas foi divertido

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Certo, fui imaturo em querer chateá-la daquela forma, mas foi divertido. Não tem como negar.

Foi engraçado o jeito que ela arregalou os olhos e abriu a boca. Gostaria que o bar tivesse mais visibilidade para eu poder enxergá-la melhor.

Óbvio que me senti mal ao vê-la chorar e sair correndo por aí, nunca foi minha intenção. Se eu a visse novamente poderia me desculpar, talvez.

― Você vai? ― Kenny me tira dos meus devaneios.

― Sim, eu apareço por lá. ― não sei ao certo para onde vou, mas tenho um palpite: para uma festa na casa do Sal com toda essa gente bêbada do bar.

Quase todos ao meu redor estão bêbados. Depois da apresentação, decidimos descer para beber algo e as pessoas se aproximaram.

― Sabe que eu amo aquela banda... ― algumas meninas gritam perto de nós. Conversam sobre alguma coisa que não tenho ideia nenhuma.

Uma tem um penteado de puddle e sotaque inglês quase incompreensível... espera.

É a garota que estava ao lado da patricinha chorona.

Mas onde está ela, então? Elas são amigas?

Não... uma garota tão conservadora nunca teria como amiga essa menina bêbada.

Que preconceito da minha parte... bom, foda-se.

― Espero vocês no estacionamento.

Caminho para longe de toda aquela bagunça. Detesto bares, principalmente os pequenos e com mais gente do que suporta.

O vento gelado é até aliviante e me permite respirar bem quando abro a porta. E eu achando que era um problema respiratório.

O estacionamento logo ficará lotado, então preciso ser rápido e sair sem ser notado por meus amigos.

Abro a porta da caminhonete e...

Que barulho foi esse?

Merda.

Eu esperava por algum assaltante de merda, mas me decepciono ao ver oxfords azuis.

― Sabe que um poste não é o melhor esconderijo, não é?

Percebo um movimento sutil, mas a menina não se levanta ou mostra o seu rosto.

Bom, dane-se. Viro-me e volto a entrar no carro.

― O concerto já acabou? ― uma voz fina, mas não irritante, me faz parar. Que sotaque estranho.

A garota se mantém sentada e atrás do poste, mas posso ver seu rosto, parcialmente.

― Já.

Mais silêncio.

É estranho o jeito como ela me observa. Seus dedos estão grudados no concreto do poste e seus olhos me fuzilam como se eu fosse um animal selvagem que deve ser tratado com calma e silêncio.

Eu Sou Bom O Suficiente Para Você?Onde histórias criam vida. Descubra agora