ʜᴀɪʀꜱᴘʀᴀʏ ᴀɴᴅ ɢʀᴇᴀꜱᴇ • ʟᴀʀʀʏ

III

• olá! eis o terceiro capítulo da fanfic!

• esse capítulo conterá uma cena de agressão (homofobia), mas eu não encorajo nenhuma forma de violência por meio desta, apenas retrato a imagem de uma época triste e cheia de preconceitos. vai ficar tudo bem... 

• espero que você goste e, se esse for o caso, não se esqueça de comentar!

Quase dois meses já haviam decorrido desde aquela tarde atípica em que o cacheado ficou em detenção e trocou bilhetes com o bad boy, mas, durante esse tempo, pouquíssimo aconteceu. O absoluto ápice de outubro foi o primeiro halloween passado no país, sendo que não pareceu tão interessante para ele, que não era criança para pedir doces fantasiado e nem popular para ser convidado às festas dadas pelos riquinhos do colégio.

Sua paixonite secreta pelo garoto apenas cresceu durante esse tempo, observando-o à distância enquanto ele conversava animado com seus amigos que tinham jaquetas de couro iguais a sua e também quando ele flertava com algumas garotas, as quais continuavam a suspirar por ele. Styles queria tanto ser aquelas meninas, mas deveria contentar-se apenas com os bilhetes que guardava carinhosamente num lugar seguro e com os cumprimentos discretos que recebia nos corredores e quando tinham aula juntos, sendo aqueles os melhores momentos, pois às vezes conseguia sentir o olhar do mais velho nele enquanto copiava atentamente.

Seus pelos já ficavam arrepiados apenas com a simples perspectiva de algum dia ser tocado ou apreciado pelo garoto com todo o desejo e cuidado que ele tocava aquelas meninas, ele ansiava por aquilo e começava a desejar ardentemente um simples beijo que fosse, apenas para morrer com a certeza de ter experimentado aquela sensação descrita nos livros de romance. Queria sentir aqueles lábios finos e quentes em sua tez leitosa ou ainda em seus lábios, sonhava com aquele beijo doce constantemente, fosse dormindo ou como um devaneio secreto quando estava acordado. Outro devaneio intruso em seus pensamentos, o qual ele passara a alimentar depois daquela tarde dos bilhetes, era usar o casaco de couro que não abandonava o corpo delineado e curvilíneo do rapaz, fazendo como as líderes de torcida que usavam os casacos brancos e vermelhos dos jogadores, pois assim teria seu cheiro sempre próximo e poderia pertencer a ele de algum modo.

Mas, naquela mesmíssima semana, mas um bar gay havia sido atacado pela polícia numa cidade próxima, então o cacheado obrigou-se a reprimir aquelas ideias homossexuais ao fundo de sua alma, sabendo que não deveria nem pensar em sentir algo a mais por um menino.

E aquelas inseguranças e pensamentos continuam rondando sua mente enquanto ele caminha lentamente para casa, infelizmente perdera a noção de horário enquanto estudava na biblioteca da escola e apenas lembrou-se de que precisava pegar o ônibus quando já era tarde demais. Então o cacheado andava calmamente pelas ruas de Baltimore, torcendo para não se perder mesmo após algumas semanas conhecendo aquele trajeto e prestando atenção nas pessoas ao redor enquanto tentava tirar o bad boy de suas ideais proibidas.

Seus ouvidos aguçados prestam atenção nas conversas dos demais pedestres ao redor e sua visão panorâmica nota algumas pessoas olhando-o com certo desprezo pelas roupas femininas que ele teimava em usar. Harry já estava acostumado a andar com cautela, mas sua atenção não o ajuda quando ele passa diante de um beco qualquer e é bruscamente puxado para a ruela escura e com lixo espalhado pelo chão:

- Então esse é o novo brotinho do Rydell High! – ele é empurrado contra uma das paredes de tijolos expostos, soltando um gemido de dor ao chocar-se na superfície dura e ficando prestes a gritar por ajuda quando o garoto que o falava tapa sua boca, impedindo-o de produzir qualquer som que os denunciasse. – Não ouse abrir essa boquinha para gritar, ou vai ser ainda pior para você!