Capítulo 10: Corações frios.

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Barulhos de uma pequena embalagem sendo amassada e de alguém mastigando podiam ser ouvidos ecoando de um cômodo de um prédio abandonado, era Aiko, sozinha, sentada perto da parede comendo seu almoço. O cômodo fazia parte do prédio onde os Red Eagles estavam abrigados, o rifle de precisão dela, estava na janela, acoplado com duas hastes na beirada, próximo a ele havia uma cama e uma garrafa de metal junto de um copo, que era onde Aiko esquentava seu café de manhã. Parecia tudo calmo e tranquilo, o vento frio levemente soprava pela janela, mas na cabeça dela, um temporal estava acontecendo e a mesma frase sendo repetida seguidamente.

"Não podemos ser assim."

Ela terminou seu lanche, apertou fundo o papel e o atirou contra a parede.

"Pra mim chega." Disse ela. "Isso são coisas de garotinha, você é tão desesperada assim? Pare de pensar nessas coisas, foque em treinar."

Aiko se levantou.

"Vai ver eles estavam certos, aquela noite só serviu para me provar que isso vai me desviar do meu caminho, se eu quiser ser forte devo lutar por mim mesma. Obrigado, Umi, você me mostrou que nem sempre as coisas são como deviam ser." Ela se sentou próximo ao seu rifle e olhou na luneta. "A partir de agora, não vou ter mais piedade, com ninguém, eles querem o melhor de mim e vão ter, não posso deixar meus sentimentos me abalarem. Eu não preciso de muita ajuda, tendo o Chi do meu lado já basta, e com os improvisos que fiz no meu rifle, vou me dar bem. Uma hora a munição acaba, mas eu descobri um jeito de disparar ondas negativas por ele, uma espécie de laser corrupto, é potente e destrutivo, vai servir."

Ela respirou fundo.

"Uma hora meu pai vai estar aqui e ele não vai pensar duas vezes, nem mesmo eu, porque assim que eu ver seu rosto, uma bala vai ser perfurada por ele..."

Ela disparou, em um raio de 500m do alto do prédio, o supressor abafou o barulho e a bala cortou o ar como uma lâmina em hipervelocidade, até acertar um animal selvagem que estava prestes a matar outro em uma emboscada. A garota soltou o rifle e respirou fundo de novo.

"Senhor...?" Disse uma voz misteriosa.

Um pouco perto dali, duas figuras conversavam calmamente, no topo de um edifício, com o vento soprando agressivamente sobre sua roupa. Uma delas era Masato e a outra seu pupilo, um jovem de cabelos esverdeados médios e de olhos azuis, os dois usavam o fardamento do seu exército.

"É, pelo visto encontramos, eles não parecem estar muito acomodados e nem mesmo prontos, vai ser um massacre." Disse Masato, sorrindo com uma das mãos apoiada na cintura.

"Devo seguir o protocolo como esperado?" Disse o pupilo.

"Lógico, faça naturalmente, você é um bom soldado, tudo vai sair conforme planejado." Masato virou para ele e pôs a mão sobre seu ombro. "Agora vamos voltar ao acampamento, temos um exército para reunir..."

Os dois se retiraram do local e enquanto isso no acampamento dos Red Eagles, Ayuta e Kyuuto conversavam.

"Você não acha suspeito tudo isso?" Disse Kyuuto.

"Você não precisa suspeitar de nada. Eu já entendi, eles querem nos eliminar, querem que os Storm Dragons vençam o campeonato, por isso escolheram esse vale, tem Kreezers pra todos os lados, isso da uma vantagem de criar mais aliados lutando pela causa deles. É óbvio que eles vão vir nos atacar primeiro para tirar o peso do caminho deles, provavelmente com um exército, as outras equipes são minorias, afinal ninguém é páreo para o Masato, ao menos é o que diz o público." Rebateu Ayuta.

"Vamos estar prontos para ele, senhor, pode contar." Disse Kyuuto.

"Ótimo, vá lá dar uma olhada no pessoal, vou falar com o Wataru e reunir nossas equipes." Ayuta deu as costas e se dirigiu ao corredor.

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