Faz quase um ano desde que parei de jogar basquetebol, ainda sinto saudades de praticar o esporte, mas entre ficar no time e ficar com o meu filho, escolhi o Olie.
Além disso, eu já sentia que era hora de me recolher da quadra, dá lugar para os próximos, evitar uma lesão!
E estar aqui de novo, nesta quadra, sentindo a emoção que é ouvir os gritos dos torcedores, é indescritível.
Principalmente hoje que estou como treinador e não como jogador!
Indescritível mais ainda é olhar para a arquibancada e vê meu amor, a mulher que eu escolhi para compartilhar a vida, de olhos castanhos cor de café, mirando a mim com todo o seu amor.
Solto um suspiro de contentamento.
Então meu olhar encontra meu filho com a vestimenta dos Puma's, o time mirim ao qual sou treinador.
Olie está mais que animado, está eufórico!
Há muitas formas de riqueza nesta vida, a minha é essa, ter a minha família me apoiando!
O jogo de hoje não é só para matar a saudade, mas sim para recolher dinheiro para que mais crianças tenham acesso ao basquetebol e para que minha fundação possa crescer cada vez mais.
A fundação Castiel foi um dos meus maiores feitos, depois do Oliver, claro!
A equipe feminina mirim, As Celtas, que é outra equipe da fundação, estão do outro lado da arquibancada, a espera da vez delas.
Nem preciso falar que cumpri meu objetivo de pôr meninas para praticarem basquetebol, elas tem uma treinadora, ex colega minha de profissão, uma aposentada como eu.
É ainda olhando para Naomi, que eu leio seus lábios:
"Boa sorte!"
Sorrio. Ela sabe como é importante essa minha nova fase que ainda é uma baita transição.
O jogo se inicia e é mais brincadeira que jogo em sí, porque as crianças dispersam com facilidade, mas não deixa de ser um jogo animado ou menos divertido.
Os pais torcem com o mesmo fervor de um jogo de adultos, o que me deixa rindo a cada minuto da partida. É importante esse clima!
Depois do jogo, alguns ex colegas de profissão vem me cumprimentar, Dy, Phil, Judy e seus respectivos parceiros vem em seguida, cumprimento a todos e vejo que Naomi sai com Olie até o filtro para lhe dar água.
— Nossa mãe ficaria tão feliz de ver isso aqui, Dylan- Minha irmã beija meu rosto.
Sem dúvidas. Nossa mãe me ensinou a ser altruísta!
— Tenho certeza que sim!- Seguro a mão dela— Isso aqui é um grande sonho, principalmente porque entrei tardiamente na prática do basquetebol.
Ela assente.
— Estou orgulhosa!- Ela diz antes de ir para os braços do marido.
— Eu também- Uma voz soa atrás de nós.
É minha Naomi. Pego nosso filho nos braços, logo em seguida agarro minha companheira para ficar mais perto de mim.
— Você tem talento, filho- Faço cócegas em Olie.
Sua gargalhada ecoa, alta e sonora.
— Pala, Papai, pala!
Seu corpinho se esperneia, de um lado para o outro.
— Pronto, parei!- Digo, então viro para minha Naomi— Estou tão feliz de tê-los aqui.
Seu sorriso grandioso, o sorriso que eu conheço há três anos, surge.
— Foi um grande jogo, baby, você parou de jogar, mas o basquetebol nunca vai sair de você.
Assinto, era a minha hora de deixar a quadra, o que não me impede de continuar ensinando outros tudo que sei.
— Eu disse a ele, Naomi, estamos todos orgulhosos- Dy fala.
— Estamos sim, cara- Magno murmura.
— E como estamos- Phil diz, ao lado de sua esposa.
Claramente eu estou no céu com esta família!
— Eu não entendo de esporte, mas entendo de felicidade, e aqueles crianças estavam felizes- Judy opina.
Rio, para mascarar a emoção do momento.
— Obrigado, gente, mas agora vamos para casa, para aquele almoço imperdível em família.
Todos murmuram em concordância, enquanto seguimos para o estacionamento.
Reunidos no jardim de fundo da minha casa, a sombra de uma árvore frondosa, minha família está almoçando e conversando acaloradamente.
Phil está a minha esquerda com sua esposa, Judy e Dyana a minha direita com seus parceiros, as crianças estão correndo pela grama, gritando que tem um dinossauro atrás deles.
É tudo que um dia eu sonhei. Estar novamente em uma família, vê-la aumentar, e essa vai aumentar muito daqui a mais algum tempo. É tudo que minha mãe queria para mim e minha irmã, mas que não conseguiu ser.
Minha Naomi sai de dentro de casa com um recipiente, provavelmente contendo a lasanha tão esperada.
— Crianças, venham para a mesa- Dy chama.
Micael, Miguel, Dominic e Olie correm para a mesa. Meu filho é o mais novo do grupo, mas não o menos ágil ou menos independente, ele não chega nem perto de alcançar a mesa, porém se mantém firmemente ajoelhado sobre o banco para ter acesso a seu prato.
Está crescendo rapido, filho, desacelera um pouco!
Naomi senta-se em meu colo, depois de colocar o recipiente sobre a mesa. Minha mão logo se esgueira para sua pequena barriga protuberante, me sentindo engolfado novamente pela emoção de ser pai outra vez.
Estamos contando que venha uma menininha desta vez, mas se não vier, o amor não muda.
— Sirvam-se, pessoal- Digo.
Um tilintar característico de pratos e talheres batendo soa, enquanto a conversa não cessa, todos rindo e dentro de uma bolha de paz que só a família é capaz de proporcionar.
— Está tudo bem, lindo?- Na acaricia meu ombro, depois olha para nosso filho— Olie, querido, devagar com a comida, mastigue bem antes de engolir, tudo bem?
Prendo meus lábios, para quem não tinha certeza se seria boa mãe, Naomi até que é uma mãezona. Meu olhos encontram os seus, quando novamente sua atenção é minha.
— Estou bem, linda, apenas...- Olho para nossa família, me inundando mais uma vez de felicidade—...agradecendo em silêncio pela família.
Seu sorriso desponta, calmo, leve.
— Dylan Castiel, eu te amo, saiba disso.
Meu sorriso só aumenta.
— Naomi Bay, sou eu que te amo, saiba disso.
Seus lábios encontram os meus, numa carícia rápida, porque logo a gente sai da nossa própria bolha e vai interagir com a família, felizes por termos uma.
E eu me vejo no futuro, exatamente neste mesmo lugar, talvez não na mesma casa, mas olhando para a minha família cada vez maior, cada vez mais unida e barulhenta e do meu lado, a mulher mais incrível ao qual o universo já designou a mim: Naomi bay.
Fim.
××××××××××
E acabou
😢Naomi Bay, forte, sagaz, determinada, retraída, cheia de mágoas do passado, foi uma personagem trabalhosa por pequenas coisas, mas a mulher incrível que ela é, superou qualquer trabalho que eu tenha tido
Ela não é mais importante que as outras Empoderadas, mas cada uma me inspira a ser forte de um jeito, e Naomi é especial dentro de cada qualidade e defeito seu
Foi um privilégio criá-la
♥️
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Perceptiva
RomantizmSérie: A S E M P O D E R A D A S Vol 4 Naomi Bay é uma mulher independente, firme, batalhadora, ela não precisa que um cara como Dylan Castiel (famosinho e pegador) entre na sua vida e vire-a de cabeça para baixo. Ela...