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  Judy e Philip acharam plausível uma  comemoração pela minha promoção, e eu aceitei!  

  É uma forma muito boa de apresentar  meu amigo a Judy, afinal, ele já tem por ela uma verdadeira fascinação.

— Pronta?- Phil pergunta. 

  Estamos quase entrando num dos bares chiques do centro da cidade, Judy adora este lugar!

Eu nem tanto.

Badalação não é muito minha praia!

— É claro, baby- Agarro seu braço.

  Não gosto de lugares assim, mas  acredito que ao menos para comemorar, estes lugares servem.  

  Philip abraça meus ombros enquanto me conduz porta adentro, por entre o conglomerado de gente.

Meu celular vibra no bolso, antes mesmo de eu sentar. É Judy:

"Vou atrasar, a babá do Dominic não chegou"  

  Judy é uma mãe incrível, mãe solo, por sinal, o ex marido (troglodita, sonegador de pensão) a deixou com um filho para criar.

  Os homens esquecem com uma facilidade muito grande suas responsabilidades como pai!

— Problemas?

Miro meu amigo. Nem notei que tinha parado para divagar!

"Okay"

Digito para ela.

— Judy vai atrasar- Digo ao Phil.

— Logo hoje que eu resolvi vir?

Dou risada.

— Ah, não seja dramático, Phil, a Judy  tem responsabilidades.

Seu suspiro me faz querer puxar suas bochechas.

— Okay, só estou ansioso para  conhecê-la melhor.

— Não entendo o porquê.

— Por que ela aparenta ser uma pessoa legal?

  Dou de ombros. Phil está solteiro há um tempo e acho que ele está com medo de não ser suficiente para alguém. 

  Mas ninguém precisa temer a solidão, nossa própria companhia também é boa!

  Duas horas depois e nada de Judy, acho que ela ainda deve está com problemas com a babá.

  Estamos numa das mesas do bar, tomando uns drinks, nada muito pesado, porque amanhã tem trabalho.

  Eu entenderia se a judy não viesse, afinal, sei que para ela é seu filho em primeiro lugar!  

  Phil está sentado ao meu lado falando  sobre o trabalho, e eu rio sem dificuldade, porque as crianças  aprontam todas com o meu amigo em sala de aula.

—...Agora eu acho graça, mas no  momento em que ocorreu, fiquei sem  reação.

— É compreensivo!- Bebo meu copo da esquerda com tequila.

O da direita é só um mais um drink com teor de álcool baixo.

— Mas eu gosto do que faço, é difícil, eu  sei, mas divertido.

— Você nasceu para lecionar, ninguém faz melhor isso que você, acredite.

  Ele se recosta no sofá espaçoso da mesa e coloca um braço atrás do meu  pescoço, onde estou com a cabeça  encostada.

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