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É tão óbvio que ele tem um carro esportivo!  

  E tentou me convencer a ir naquilo com ele, no estilo: tem um macho alfa me bancando.  

  Isso não cola comigo, meus amigos, carros nunca me impressionaram, se o cara for um babaca, o carro não vai  fazer dele um gentleman.

  Além disso, eu tenho um carro: quatro portas, vermelho e super de boa com a natureza.

Carro por carro, eu prefiro o meu!

  Depois de negar seu convite com  veemência (três vezes), eu fui para o  meu (carro de gente normal), e o fiz  dirigir atrás de mim. 

Foi simplismente cômico!  

  Agora estamos de frente para a casa  gigantesca, que é de arrancar suspiros pela arquitetura... tão linda!

  Nos movemos por um caminho de pedras no jardim até a porta da frente, vasculho minha bolsa e encontro as chaves.

— Podemos entrar?

— Vá na frente!- Indica o caminho.

  Claro que ele é educado e indica que eu vá na frente, estou rindo por dentro neste momento.

Abro a porta e entramos na casa enorme e vazia.

— Parte de baixo primeiro?- Questiono.

— Parte de baixo primeiro.

E continua me mandando ir na frente.

— A casa está vazia, porque esse é um dos imóveis que não tinham perspectiva de compra, ao menos por algum tempo.

  Vender casas maiores hoje em dia não é tão rentável mais, as pessoas querem espaços menores nas casas, ou simplesmente optam por apartamentos.

— Não me importo!- Diz.

  Começamos o tour pela parte de baixo da casa, mostro cada canto para ele, a casa conta com um escritório sala, cozinha, e banheiro na parte de baixo.

  Vou explicando tudo a Castiel, que  parece interessado nas explicações. Eu fico imaginando ele dando extravagantes festas aqui.  

Seria bem típico de um jogador!

  Subimos para o andar de cima, que conta com 4 quartos, sendo duas suítes, banheiros, varandas com a vista para o jardim e espaço para closet.

  Castiel está relativamente calado ao meu lado, comenta apenas o indispensável, o resto do tempo ele passa observando minhas explicações, suponho que a compra desta casa seja  um tanto quanto importante para ele.

  Terminado o tour, descemos pelas escadas, de volta para o andar de baixo.

— Quando assino os papéis?- Ele  questiona repentinamente.

Paro um pouco, dois degraus acima dele, estamos quase da mesma altura.

— Entro em contato assim que a  papelada do contrato de venda estiver totalmente pronto.

Seus olhos miram os meus.

— Bem que você podia entrar em  contato para sairmos- O maldito sorriso aparece.

— Não saio com clientes!

Ele bufa.

— Eu vou deixar de ser seu cliente  assim que assinar o contrato.

Não quero me envolver, penso em dizer. Ao invés disso eu digo:

— Bem colocado, mas não!

Seu sorriso cresce.

— Já me disseram que sou insistente, mas o que não sabem, é que só sou insistente quando sei que posso ganhar- Diz— Você blefa pra mim, mas eu gosto da sua segurança- Dá de ombros— Vi como reagiu a mim antes de saber que eu era um jogador, era atração pura em seu olhar.

Rio, mas sem achar a mínima graça.

— Não tenho problemas com jogadores!- Esclareço.

Não tenho mesmo!

Ele ri.

— Tem comigo.

Estalo a língua.

— Você não é especial!

— Como alguém faz para se aproximar de você, hein? Porque suponho que os caras tenham medo de ti.

— Se um homem tem medo de mim, ele não me merece!

— Concordo! Por isso não me sinto afetado com sua não animosidade por mim.

  Penso momentaneamente em meu  relacionamento, de dois anos atrás, não deu certo porque ele tinha mais tempo para as suas amantes do que para mim, então, eu dei um baita pé na bunda dele.

  Se ao menos Castiel tivesse chegado antes, penso, antes de eu desacreditar que se envolver vale a pena.

— Repito: você não é especial!

— Não preciso ser se te faço ficar arrepiada só de falar contigo- Com isso sua mão segura a minha.

  E um arrepio instantâneo corta minha pele. A temperatura da casa parece subir uns 20 graus, sinto todo o meu corpo queimar. 

  Fico olhando para nossas mãos entrelaçadas, mas quando subo o olhar e encontro Castiel com seu sorriso dissimulado, eu ergo meu campo de força.

— Vai sonhando, Castiel- Reforço no desdém. 

Termino de descer as escadas e o  espero para fechar a porta.

— Você ainda vai sair comigo- Ele diz, convicto, enquanto passa por mim— Vamos sair e eu vou te provar que sou muito mais do que você vê.

— Anham- Não costumo dá  muita bola para gente insistente.  

Além disso, eu certamente sei quem é (Verdadeiramente) Dylan Castiel.

  Fecho a porta e me apresso para entrar logo em meu carro, que Castiel está encostado nele.

— Poderíamos ser amigos, sabia? É onde tudo começa- Uma sobrancelha sua sobe.

— Duvido. Não curto esse tipo de  amizade.

— Como sabe que tipo de amizade  tenho para lhe oferecer?

Eu o analiso de cima a baixo.

— Bem, a) Pessoas não insistem tanto  para ter amizade de outras, ao menos que queiram algo delas e b) Não é  muito amigável ficar ereto para sua suposta amiga.

  Ele dá um grunhido e rapidamente põe as mãos na frente das calças. E eu, eu simplesmente rio.

— Tenha uma boa tarde, Senhor Castiel- Entro em meu carro, o deixando sem palavras.

  Dou partida em seguida e o deixo lá... parado, ainda me olhando. Ele não  precisa de uma babá para lhe indicar o caminho de volta, não é?

×××××××××

Noooooossa, esses dois, sei não kkkk

Estou de volta na próxima semana
😘

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