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  Peguei um trânsito muito ameno, então em 30 minutos já estava na Inovar Corretora Imobiliária.

  Assim que entrei no prédio, fui direto para minha sala, e por sorte não vi a Judy.

  Horas mais tarde, meu famoso cliente (É o que dizem) chega pontualmente e eu trato de ir cumprimentá-lo.

  Antes mesmo de chegar até ele, olhos de um verde esmeralda não param de me encarar, seus cabelos de um escuro carvão está penteado para trás, assim como suas mãos.

  Engulo em seco, porque... meio que eu esperava alguém menos... menos essa pessoa a minha frente.

— Naomi Bay- Estendo a mão para o homem com quase dois metros de altura a minha frente— Sou eu que vou acompanhá-lo a visita na casa que está  à venda e que o senhor tenciona comprar.

Sua mão toma a minha e me sinto pequena diante do seu tamanho.

— Muito prazer, Naomi, sou Castiel- Fala com um timbre de voz de matar, faz uma pausa e depois acrescenta:— Dylan Castiel.  

  Balanço sua mão na minha com uma "pulga atrás da orelha". Ele falou seu nome de um jeito  estranho. Eu deveria conhecê-lo ou algo do tipo? Porque o seu nome não me remete a ninguém.

— Eu deveria te conhecer?- Pergunto.

  Nunca fui muito de levar meus questionamentos para casa. Se for importante saber quem ele é, estou aqui para isso!

Seus olhos se arregalam.

— Bem, esse é o momento em que você vibra ao estar na presença do melhor jogador de basquetebol da temporada- Explica— Eu jogo pelo os Lince's.

Ah, está explicado! 

Por isso ele falou seu nome com tanta entonação. Ele se acha famosinho.

Caguei pra isso!

— Certo, digo, é um prazer conhecer um  jogador de basquetebol, não que isso mude algo em minha vida, pois não entendo muito do desporto.   

  Ele murcha instantaneamente. Acho  que alguém está acostumado com pessoas bajulando-o.

Não comigo, jogador!

— Podemos entrar?- Indico o caminho do meu escritório para Castiel.  

  Temos que acertar os detalhes burocráticos antes de finalmente irmos até a casa, e não vou conseguir isso fora da minha sala.

Além disso, Castiel não escolheu  qualquer casa, ele escolheu "a casa".

  Situada num dos melhores bairros da  cidade, a casa conta com um sistema de segurança de última geração,  quartos luxuosos, boa localização na cidade, mas paro por aqui, ou eu corro o risco de me apaixonar pela suntuosa casa.

— Já falamos sobre o preço?- Pergunta de praxe, eu sei que preço não é um problema para ele.

  Nem sequer sugerimos um imóvel, o senhor todo poderoso a minha frente, escolheu a casa a dedo.

— Falamos um pouco disso quando  quando meu agente ligou- Diz ao sentar.

  Viu? Lidar com clientes que não pensam sobre o valor do seu imóvel, é muito mais fácil.

— Ótimo, então acho mesmo que você não vai se importar, com todos aqueles zeros.   

  Estou sendo sincera, no fim das contas, porque só assim posso obter sucesso no mundo dos imóveis.

— Não é um problema!- Seus olhos me perscruta.

— Certo!- Abro a ata do contrato em meu computador— Eu posso te mostrar uma prévia da casa, se o senhor quiser ver.

  Ele não está olhando para meu rosto agora e sim para meus pés, para o  meus sapatos, sendo mais precisa.

Cruzo os braços e crio uma carranca  dos infernos pra ele.

— Finalizada a análise?- Pergunto.  

  Ele não fica envergonhado com a minha repreensão, pelo contrário, ele sorri para minha versão brava.

— Estava só apreciando a vista dos seus pés, apenas.

Ele deve está é debochando do fato de eu estar usando sapatilha!

— Não aprecie, estamos aqui a  negócios.    

  Ele ri. Acho que o seu riso destrói  calcinhas por toda a parte, não a minha, definitivamente.

— Você bem que podia sair comigo.

Ah, pronto!

— Você bem que podia manter essa  língua dentro da boca- Replico.  

  Seu dar de ombros vem, sem que Castiel se sinta nem um pouco afetado com meu tom ríspido.

Então eu retomo:

— Continuando, eu perguntava se o  senhor gostaria de vê uma prévia da  casa.

— Não!- Responde de prontidão— Prefiro ir logo até lá.  

Eu encaro seu semblante agora sério.

Melhor assim, jogador, melhor assim!

— Te acompanho até lá quando o  senhor estiver disponível.   

Ele faz um rosnado baixo. Ele  rosna?!  Rio por dentro.

— É política da empresa? Chamar as  pessoas de senhor ou senhora?- Pergunta— Porque isso irrita num  grau...

Ele se irritou por eu usar "senhor"?!

— Não é política da empresa, mas é  respeitoso, senhor.  

  Ele semicerra os olhos para mim, se inclinando em seu assento. Eu não  deixo de encará-lo, quero ver até onde  ele pode ir.

Prendo um pouco a respiração, aguardando seu próximo passo.

— Podemos ir lá agora? Na casa?- Diz, abrindo um enorme sorriso

Solto um leve suspiro.

  Então enfim cedeu. Acho que o  grandão percebeu que os seus olhinhos verdes e o seu porte atlético não me convence a ser boazinha com ele.

— Sim! Estou disponível no momento para você, e posso te levar até lá.  

Castiel esboça um sorriso de cretino.

— Disponível, é?  

Ignoro o que quer que esteja passando em suas palavras.

— Sim. Afinal, fui contratada para isso!

  Eu o desarmo mais uma vez, deixando-o mais uma vez com a face no chão. Vejo em seus olhos a decepção.  

  Só que não vou deixar esse cara me intimidar, estou em minha zona de  conforto, afinal de contas.

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Dando o pontapé para mais uma história de As Empoderadas.
😉

Mais um capítulo ainda essa semana
♥️

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