NOCAUTE | Livro 1

8. ohana é família

As notas de nocaute informam os gatilhos e mais algumas coisas, eu peço encarecidamente para que vocês leiam com cuidado cada tópico, assim como o glossário que foi adicionado para facilitar a leitura. É isso e vamos com mais um capítulo, eu espero que gostem. Não esqueçam de ler as notas finais, deixar o voto e o comentário de vocês, por favor, é muito importante. Boa leitura!

Pink Floyd - Mother
Ed Sheeran - Photograph
Jason Mraz - 93 Million Miles

🥊🎼

H U N T E R

Liev Tolstói, um escritor russo muito reconhecido, dizia que "A verdadeira felicidade está na própria casa, entre as alegrias da família", mas se ele pensava dessa maneira, talvez sua vida deveria ter sido um conto de fadas ou o velho era muito louco.

Como era possível se nada e ninguém é alegre o tempo todo? Se algumas pessoas nascem com o peso nas costas de sempre estragar tudo? Como dar novos significados a coisas que você quer esquecer? Como?

"Ohana significa família. Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer." Não importava se era parente de sangue ou não, podia até mesmo ser amigos íntimos que tivesse uma boa convivência. Era o que o termo havaiano, Ohana, significava. Estar junto, não abandonar, não esquecer e, principalmente, cuidar.

Mesmo aquela pequena palavra carregando um sentido tão forte e importante, poderia ser complicado na prática de manter isso. Nem sempre família fazia bem, nem sempre o sangue do seu sangue cuidaria de você. Às vezes a escolha do abandono podia vir quando você menos esperasse, às vezes você sente quando a outra pessoa desejava somente esquecer. Seja alguma coisa ou um alguém.

Eu tinha essa frase na mente por conta da minha irmã mais nova, Julie, ela adorava aquele filme de animação e assistíamos juntos sempre que possível. Era seu filme favorito. E eu... sentia a sua falta. Incessantemente.

Desde que saí de casa quando era mais novo, apesar de visitar minha família sempre que possível, era como se um pedaço dentro de mim ainda estivesse vazio.

Tyler

| onde você está?

vim dar um pulo no velho, fazia um tempo que não vinha |

Tyler

| vai voltar todo daquele jeito de novo, né?

nah, eu tô bem dessa vez |

Tyler

| eu espero que sim

| tem que deixar essas coisas para trás, ok?

| aproveita as coisas por aí

não precisa pedir duas vezes, mas obrigado, irmão |

Encarei a casa recém pintada a poucos metros de onde eu estava, a moto estacionada do outro lado da rua era porque o carro que meu irmão tinha acabado de comprar ocupava o pouco espaço da garagem.

Já fazia algum tempo que eu não vinha ver meu pai e eu sentia muito a falta dele, e, por mais impertinentes que meus irmãos eram, eu sentia falta deles também. Eu tinha quatro irmãos.

Cheryl era a mais velha, vinte e nove anos e eu a admirava para um caralho. Cherry, apelido carinhoso dado pelo nosso pai, era inteligente e assustadora na mesma medida. Ela era tão forte e iria casar em alguns meses, então pouco a pouco ela estava tirando suas coisas da casa do nosso pai para se mudar logo para sua casa nova. Minha irmã era advogada, e das boas, e eu era muito agradecido por ela ter me tirado de muita confusão. Talvez eu não estivesse aqui se não fosse pela minha irmã. Devo adicionar também que quando éramos mais novos, Cherry treinava alguns socos junto comigo, e eu apanhava feito dela mais do que apanhava do papai.