NOCAUTE | Livro 1

11: e se eu pudesse persistir?

Quem é viva sempre aparece... Não desisti, tá?

Coldplay - A Sky Full of Stars
The Weeknd ft. Doja CAT - In Your Eyes
Kelly Clarkson - Beautiful Disaster

🥊🎼

L I Z

O dia estava sendo totalmente fora do que eu estava acostumada. Eu tive um não-encontro, o qual me diverti bastante, e apesar da minha mão estar dolorida agora... valeu cem por cento do meu tempo. E então, eu decidi ir a um bar no mesmo dia.

Pois é, a vida de Liz Jones parece estar um pouco mais agitada dessa vez, não é?

Ainda eram coisas diferentes do habitual,  mas eu estava tentando.

Hunter me deixava totalmente estranha. Tinha algo sobre ele que eu estava desesperada para saber o que é.

Por quê ao mesmo tempo em que ele me parece ser transparente, ainda parece que algo me impede de chegar até a sua camada realmente mais límpida?

Talvez fosse bobagem, então eu só tentava ignorar.

Agora mesmo estávamos sentados tendo uma conversa boba enquanto tomávamos um suco natural.

— Por que estamos tomando suco enquanto estamos em um bar? — questionei de repente — Não faz muito sentido, não é?

— Por que não? Você anda bebendo demais, senhorita Liz?

— Eu nem bebo — franzi o nariz — Mas por que você não bebe?

Hunter deu de ombros, olhando para as pessoas enquanto elas faziam qualquer coisa. Ele deu um gole no suco, que acabou totalmente com todo o conteúdo amarelo presente ali.

— Não sou quem costumo ser quando bebo, não gosto.

— Que foi? Você tem dupla personalidade ou o que? Fica tipo o Hulk quando está bravo, só que bêbado? — curiosa, questionei. Ainda que eu estivesse brincando, eu queria muito saber de verdade.

— Quase isso — falou baixo — Mas por que não bebe? Não vou me surpreender se disser que nunca beijou alguém também.

— Eu não sei, acho que me acostumei a ser esse tipo de pessoa — dei de ombros — Mas sobre o beijo, eu...

— Selinho não conta, beijo sem língua e sem amasso também não.

Eu abri a boca para falar algo, mas eu era uma péssima mentirosa. Eu tinha dado uns beijinhos em Eric, meu primeiro e único namorado do ensino médio, mas nós nunca fizemos essas coisas mais além. Então ele estava certo e eu detestava ter que admitir isso.

Eu era um fracasso completo quando se tratava de se relacionar com alguém.

Me sentia envergonhada por minha inexperiência.

— Bom...

— Não precisa se preocupar, ok? Nós podemos treinar isso. Você pode treinar sua boca na minha... — eu estava surpresa com a cara de pau dele, sentia um queimor rapidamente surgir na região das bochechas — Estou brincando, mas se você quiser um professor, eu estou às suas ordens.

— Ai, cala a boca... Você só fala bobagem!

— Bobagem por que? Eu sou muito bom com a língua!

— Meu Deus! — escondi meu rosto com as mãos, evitando contato visual.

— Tá bom! Tá bom! Eu parei, não precisa virar um tomate.

— Agradeço a gentileza — falei baixo, ainda sem olhá-lo nos olhos.