Capítulo 14. Magia LeFay

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A qualquer instante, Cassie iria matá-lo.
Cada célula de seu corpo sabia daquilo, da cabeça até a ponta de seus pés, que em questão de segundos, Cassiopeia LeFay-Black teria Severus Snape morto aos seus pés.

— Se não me soltar, eu juro por Merlin e Morgana que nada que meu pai tenha feito ao senhor antes, chegará perto do que estou prestes a fazer — sibilou ela com ódio efervescente para o professor, enquanto o mesmo mantinha as mãos agarradas como se fossem de ferro no braço dela e arrastava Cassie através dos corredores da escola.

Depois de Voldemort, Snape provavelmente era a única pessoa que conseguia fazer com que Cassie sentisse tanto ódio. Nem mesmo Colin Yaxley ou qualquer um dos alunos daquele maldito castelo, já haviam chegado perto de fazê-la se sentir daquela maneira.

Era algo poderoso, que nublava qualquer pensamento lógico que pudesse haver em seu cérebro. Cassie não desejava apenas matar Snape, mas sim fazê-lo sofrer. Ela queria rir enquanto escutasse os gritos dele implorando pela própria vida.

— Pois tente, Black. Os demais professores vêm há anos colocando panos quentes em suas transgressões. — Retrucou o professor, em seguida, a empurrou para dentro da entrada da sala de Dumbledore e começou a arrastar Cassie escada acima. — Mas eu estou cansado disto. — Acrescentou o homem.

Enquanto isto, o cérebro de Cassie girava em busca de uma saída para aquela situação.

Embora fosse sua vontade mais crua machucar Snape e fugir para bem longe, isto a colocaria em apuros com o corpo docente da escola, provavelmente o ministério da magia e com toda a certeza do mundo, com sua mãe. No entanto, se continuasse ali, Cassie também estaria encrencada de qualquer maneira.

No instante em que chegassem até o professor Dumbledore, não se demoraria muito até que sua mãe tomasse conhecimento. E pior do que se encrencar com o diretor ou o ministro da magia, seria ver o rosto decepcionado da mãe.
Cassie não podia decepcionar Kendra, não mais do que já tinha feito.

Então, bolando um plano de aceitar qualquer punição que lhe fosse infligida e implorar ao diretor para que aquele incidente não chegasse ao conhecimento de sua mãe, como uma boneca de pano, Cassie se permitiu ser arrastada por Snape em silêncio.

Cassie era encrenqueira. Uma terrível encrenqueira e sabia perfeitamente daquilo, na verdade, sentia até mesmo orgulho do fato.
No entanto, ainda assim, ela nunca havia visitado o escritório do diretor.

Em todas as outras vezes que havia se metido em enrascadas, era sempre levada até McGonagall ou Snape. As vezes até mesmo Flitwick tinha longas conversas com Cassie sobre seu mau comportamento.
"Está destinando seu talento para as coisas erradas, senhorita Black" era o que ele sempre lhe dizia, "Deveria focar sua energia em aperfeiçoar a belíssima magia que está dentro de você. Muitos bruxos já mataram e fizeram coisas terríveis para possuir o dom no qual a senhorita foi abençoada."

Era uma sala circular, repleta de inúmeras janelas, livros (que ela tinha certeza serem de magia extremamente avançada), artefatos mágicos e também retratos de cada um dos diretores que já haviam passado por aquele castelo ao longo dos anos.

— Cassiopeia Black — ela ouviu aquela voz masculina, muito bem conhecida por ela, chamar por seu nome em tom de repreensão assim que adentrou de fato no recinto. — Se metendo em confusões igual ao seu pai?

Cassie praguejou ainda no aperto dos braços de Snape, antes de com um sorriso debochado, se virar para o retrato do pentavô (embora tal laço sanguíneo não tivesse nenhum significado nem para ela ou quanto menos para a genética).
Fazia quase uma década desde que Cassie tinha visto Fineus Nigellus Black pela última vez, já que era a mesma quantidade de tempo que ela não pisava no Largo Grimmauld, a casa ancestral dos Black.

𝐇𝐀𝐑𝐃 𝐓𝐎 𝐅𝐄𝐄𝐋 |✦| 𝐂𝐄𝐃𝐑𝐈𝐂𝐎 𝐃𝐈𝐆𝐆𝐎𝐑𝐘Onde histórias criam vida. Descubra agora