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JUNGKOOK

Ir para Busan era um refúgio. Igual criança voltando para a barra da saia da mãe quando fez algo de errado na casa alheia. Assim me sentia voltando para cá. Minha mãe tinha a floricultura já alguns anos, e passava maior tempo lá do que em casa.

Ontem quando cheguei, depois de quatro horas de trem, não tive muito tempo de conversar com minha mãe. Depois que fechamos a loja, fomos a casa do meu irmão, Jung Hyun, fica perto da floricultura, a esposa do meu irmão que ajuda na floricultura pela tarde, e foi dela a ideia de jantarmos com eles essa noite. Depois de muito tempo sem ver meu sobrinho, matei a saudade.

Meu irmão insiste em dizer que Kwan se parece muito comigo quando criança. Cabelinho preto, os olhos parecendo duas bolas de gude pretas, as bochechas gordinhas e fofinhas. Até mostrou uma foto minha e dele com a mesma idade, e não há dúvidas que esse garoto é meu sobrinho.

🌙

- Gguk? - sinto uma mão em meu ombro. Me viro assustado. É minha mãe, só minha família me chama de Gguk - está tudo bem filho? - assinto positivo - você está calado desde a casa de Hyun. O que houve?

- Nada demais - digo o mais positivo possível. Não quero lhe preocupar com meus assuntos

- Meu filho - ela me puxa para sentar ao seu lado no banquinho da sacada do meu quarto - Eu te conheço minha vida inteira, e sei quando esses olhinhos estão vidrados demais em nada, é porque tem tudo por trás deles - ela passa suas mãos suaves nas laterais do meu rosto e sinto que preciso dizer o que nem mesmo eu sei o que sinto - Pode me falar, mamãe aguenta

- Sua voz me conforta, mas só tenho o impulso de lhe abraçar, e é isso que faço, afundo meu rosto no seu ombros - Eu conheci uma pessoa, um rapaz - ela tenta olhar no meu rosto mas continuo com ele afundado em seu ombro

- Ela consegue me tirar do seu ombro - E qual o problema disso? Por que essa angústia toda?

- Nunca me senti como me sinto com ele - ela me encara com um sorriso bobo - Ao mesmo tempo que quero pegar o primeiro trem de volta para Seul, é a mesma vontade de me esconder aqui em Busan

- Por que isso? - ela aperta minhas mãos

- Medo - ela só levanta as sobrancelhas - Tenho medo de magoar ele. Medo de não ser quem ele merece ter

- Meu anjo - deito minha cabeça na sua perna - Medo nós sempre teremos, faz parte de ser humano. Mas medo por desmerecimento, isso eu garanto que não pode existir no seu coração. Você vale tanto, e não falo só como sua mãe, mas esse rapaz, que tem toda a sua atenção no momento, ele vale muito, pois tenho certeza que meu filho não iria ter os olhos voltados para alguém que não valha a pena lutar

- Não consigo o descrever no momento, nem o que sinto, mas meu sorriso não engana o quanto me sinto ao seu respeito, quando penso no seu rosto simétrico, nas suas mãos longas e finas, na sua voz rouca, na leveza do seu andar, no seu box-smile, no seu nome, resumindo, tudo - Vale sim, mãe

- Então meu amor, na primeira oportunidade, diga como se sente, ou demonstre, não sei, hoje os jovens nem ao menos dizem as coisas, querem descobrir sei lá como - me faz rir - Só seja feliz, meu filho

TAEHYUNG

- Yoon, Não me interessa como vai terminar, eu só quero que você me apoie independente de quem seja - ele me encara - Eu te apoiei em todos os teus relacionamentos, até quando foi com Jimin - Jimin desvia o olhar de mim, e Jin também - Por mais que você seja assim, tão você, eu apoiei, na verdade fui o primeiro a apoiar, e estava lá, na alegria e na tristeza. E quem estava lá pra consolar o Jimin na hora que a merda toda explodiu? Eu? E pra consolar você? Eu e Jinnie - ele encara as mãos - Então, pelo menos uma vez na vida eu te peço que você me apoie um pouco em uma merda que eu quero fazer com a minha vida

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