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Procuro entre as pessoas na rua, e apesar de passar das duas da manhã, tem muitas pessoas na rua batendo perna. Dirijo por alguns metros da outra esquina e o vejo andando com a cabeça baixa, algumas pessoas desatentas como ele se esbarram o fazendo quase cair. Meu corpo todo dói com essa visão.

- Tae - o chamo pela janela do carro

- Ele nega - Depois conversamos

- Desço do carro e o paro - Entra, é perigoso andar na rua assim, no seu estado

- Me deixa, você não é meu pai

- CACETE TAEHYUNG! ENTRA NA MERDA DO CARRO! - grito, porém me arrependo logo em seguida. Mas ele vai em direção do carro e entra. Passo por trás do carro e me sento de frente ao volante 

- Desculpa por ter gritado - digo sem olhar pra ele, mas é impossível estar ao seu lado e não o olhar. Dos seus olhos correm grossas lágrimas e seu peito arfa pesadamente - Tae, eu...

- Jeon, estou bem, só me leva daqui, por favor - ele limpa o rosto e me entrega um sorriso fraco, fazendo meu coração doer

- Você quer ir a um lugar comigo? - ele confirma - quer saber onde fica? - nega

- Confio em você. Mas se for pra me matar, que seja um lugar bonito - ele ri do próprio comentário

- Vou pensar nisso na próxima vez - ele sorri - Hey, olhe pra mim, só pra mim - ele me olha ainda com os olhos marejados - Eu te amo, e estou do seu lado - o trago para perto e deixo um beijo na sua testa, seus braços envolvem meu corpo, ainda que meio desajustados dentro do carro. Seu corpo ainda cansado do choro, permanece no meu por alguns segundos - Vamos! Vamos passar em dois lugares antes e depois vamos pro lugar final

Fomos em um drive thru da Mc Donald's comprar sanduíches, refrigerante batata frita, Milk Shake e um MC lanche feliz do Homem-Aranha que Tae viu e quis.

Depois fomos a uma loja de departamento 24h, comprei umas coisas enquanto Tae ficou conversando por vídeo chamada com Jin e Namjoon depois que avisei que já tinha o encontrado.

Durante o caminho, Tae não falou nada. Apenas encarava a estrada com um olhar vago, e tamborilando os dedos nós joelhos. De vez enquanto o olhava, seus olhos estavam marejados. A minha vontade era perguntar, mas ao mesmo tempo quero respeitar seu espaço.

- Chegamos - digo estacionando depois de subir parte da montanha próximo ao Noeul Park Camping Ground.

- Já vim uma vez aqui, durante a faculdade, mas não fiquei muito tempo - ele diz retirando o cinto de segurança olhando ao redor, mas estava parcialmente escuro - mas o que vamos fazer aqui?

- Nada - pego as sacolas de compras que coloquei nos bancos de trás - fique aqui, vou arrumar tudo e te chamo. Okay? - jogo na carroceria do carro e subo

Arrumo as coisas que comprei na loja de departamento e coloco as comidas em um canto.

- Tae, pode vir 

- O que é tão especial que é tão segredo... - ele para e olha para a carroceria - você lembrou?

- Nunca deixei de pensar nisso - então ele desata a chorar cobrindo o rosto - Tae, o que foi? Se não quiser, podemos ir embora - tento lhe acalmar, seguro seu rosto entre minhas mãos, mas enterra o rosto no meu ombro

- Não, eu amei, é só que - ele para de falar

- Vem, vamos deitar e você me fala o que quiser falar - subo e o ajudo a subir - mas se não quiser, também não precisa dizer

Comprei seis edredons e dois travesseiros. Igual como ele me contou no parque.  Quando era criança, o seu maior sonho era acampar com seu pai na carroceria de um carro e passar a noite olhando as estrelas, assim como assistiu no filme antigo. Já não sei se fiz bem ou não.

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