Um pedido de ajuda

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Seus olhos vagarosamente pousaram no quarteto dos populares. Os quatro sempre andavam juntos para o deleite das alunas. Luffy, Sanji, Zoro e Franky faziam parte do time de futebol americano. Eram completamente inseparáveis. Eles não pareciam ter noção do efeito que causavam nas garotas, ou fingiam não perceber.

Nami soltou um suspiro. Sentia-se frustrada e com razão. Sua paixonite estava tão próxima e ao mesmo tempo tão distante. O loiro que fazia seu coração pulsar nem ao menos parecia percebê-la.

— Admirando o Sanji-san? – a voz calma e melodiosa a trouxe de volta para a realidade.

— Claro que não, Robin. – Nami virou o rosto, sentindo-se corar. Ela nunca admitiria que gostava do loiro, não na frente dos amigos.

— O Sanji? Sério, Nami? – Usopp revirou os olhos diante da descoberta. Não conseguia entender o que todas as garotas viam no loiro e nos outros rapazes que faziam parte do bando de populares.

— Cala a boca, baka! – Nami deu um tapa na cabeça de Usopp.

Quem ele pensava que era para falar de Sanji dessa forma tão desdenhosa?

— Você devia pedir a ajuda do Zoro. – Robin sussurrou, dessa forma para que apenas Nami a escutasse.

— O Zoro não serviria de nada. – rebateu com uma careta.

— Tem certeza? O Zoro é próximo o suficiente de Sanji e além disso, é seu amigo também. – voltou a sussurrar.

Em sua mente já tinha traçado o plano para ajudar a amiga. Se Nami estava perdidamente apaixonada pelo loiro, talvez o amigo de longa data pudesse ajudá-la a conquistá-lo. Nami e Zoro eram vizinhos desde crianças, por consequência acabaram criando uma amizade um tanto quanto estranha, afinal viviam brigando, porém sempre se ajudavam em seus problemas.

Nami nunca iria admitir, mas sempre que Zoro precisava de ajuda, era ela quem aparecia para auxiliá-lo e o mesmo acontecia quando era ela quem precisava de uma mãozinha. No entanto, ambos eram orgulhosos demais para admitir que apesar de tudo, eram sim amigos.

— Como pode pensar numa coisa dessas? Duvido que o Zoro vai querer fazer algo para me juntar com o Sanji-kun. – bufou. – Além do mais, seria bem constrangedor...

Usopp começou a conversar com Brook assim que o garoto se juntou aos amigos. O moreno não estava muito afim de ouvir a conversa que as garotas tentavam esconder. Mesmo sussurrando já fazia uma ideia de qual era o assunto principal. Algumas vezes as meninas podiam ser bem chatas, principalmente quando estavam apaixonadas como Nami estava.

— Bem, então tente pedir a ajuda do Luffy. – Robin voltou a sugerir, totalmente despreocupada.

Nami arregalou os olhos. Robin estava mesmo sugerindo aquilo? Pedir a ajuda de Zoro seria uma péssima ideia, mas pedir a ajuda de Luffy seria pior ainda. O rapaz era conhecido como um cabeça oca, além de pensar apenas em comida. Também não era muito sútil, se descobrisse sobre sua paixão secreta, iria gritar aos quatro ventos até que chegasse aos ouvidos de Sanji.

Robin só podia estar doida. Definitivamente...

Luffy era um grande amigo, assim como Zoro. Antigamente, quando não faziam parte do grupinho dos populares, costumavam andar com ela. Os três eram como unha e carne. Viviam juntos, mas tudo mudou quando os dois amigos entraram para o time de futebol.

Depois que entraram no time de futebol, pararam de andar com ela, embora ainda conversassem em diversos momentos. Nami precisou fazer novos amigos na escola. Com a presença de Zoro e Luffy, acabou ficando mal acostumada. Era sempre com eles que costumava sentar durante os intervalos. Foi um pouco complicado conseguir se enturmar de novo, antes só se mantinha próxima deles, achando que apenas isso bastaria.

Mas não bastou. Logo os rapazes acharam sua nova turma e acabaram deixando-a de lado, talvez não tivesse sido intencional. Nami devia ter imaginado que uma hora ou outra acabariam se afastando, afinal, eles haviam se tornado populares, enquanto ela era apenas uma aluna comum, sem nada a acrescentar.

Dificilmente os populares se misturavam com alunos comuns. Algo que acabou se mostrando verídico depois que ambos começaram a fazer parte da turma dos populares. Não sentia raiva deles. Não havia nada de errado em fazer novos amigos, era algo natural da vida humana. Não podia ficar triste com os amigos. Eles não tinham culpa se não tinham mais tempo para ela. Os jogos e treinos ocupavam um grande espaço da vida deles.

— Acho que prefiro pedir a ajuda do Zoro. Talvez ele me ajude. – Nami soltou um suspiro, finalmente parando de lembrar do tempo em que andavam juntos.

Isso era passado, não podia continuar com saudades daquela época. Já tinha com quem se sentar durante os intervalos e mesmo que sentisse falta da presença mais constante de Zoro e de Luffy, não havia como voltar a se aproximar tanto deles. Não podia simplesmente exigir que voltassem a andar com ela.

Eles pareciam felizes com os novos amigos, então não os atrapalharia. Em vez disso, iria apenas pedir um favor a Zoro quando as aulas terminassem e ele fosse acompanhá-la até sua casa. Só torcia para que o amigo não recusasse seu pedido, já iria ser humilhante o suficiente pedir tal favor.

Após o intervalo, Nami rumou com os amigos para a sala de aula. Estava ansiosa para chegar logo o horário de saída. Observou com cuidado o esverdeado. O garoto estava com a cabeça deitada na carteira, provavelmente dormindo. Abriu um sorriso. Zoro nunca conseguiu se manter atento durante as aulas, isso acabaria acarretando em inúmeras notas baixas.

As aulas ocorreram normalmente. Demorou um século para terminar, mas em fim tinham terminado. Nami se despediu dos amigos e saiu da sala, toda saltitante. Zoro vinha logo atrás dela. Seguindo-a em silêncio e com uma expressão sonolenta no rosto. Nami o esperou alcançá-la. Continuaram a caminhar lado a lado.

Quando estavam próximos o suficiente da casa de Nami, ela parou de repente, fazendo com que Zoro trombasse nela.

— Oe, Nami! – esbravejou, afastando-se da garota, com um olhar irritado.

— Zoro, preciso te pedir um favor... Por favor, me ajude a conquistar o Sanji-kun. – Nami deixou o orgulho de lado e se virou para ele, deparando-se com o olhar incrédulo do garoto.

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