Embaraço

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O final de semana chegou em um pulo e por um momento, Nami até mesmo foi capaz de esquecer um pouco dos problemas. Claro, parte disso foi graças à Zoro. O rapaz estava empenhado no plano de ajudá-la com Sanji, mas independente de seus esforços, as coisas não pareciam ir para frente.

Não foi surpresa nenhuma quando a campainha tocou e logo após, Zoro surgiu na porta do quarto. Ele estava com uma expressão de tédio no rosto. O rapaz usava uma calça preta e uma blusa esverdeada, junto com um tênis simples, sem muitos detalhes. A mochila estava pendurada nos ombros firmes dele.

— Sua mãe me deixou entrar. — jogou a bolsa em cima da escrivaninha branca de Nami e deitou na cama de solteiro da amiga.

Nami deixou os livros abertos em cima da escrivaninha e o olhou. Não passou nem dez segundos e Zoro já dormia profundamente em sua cama, roncando alto. Suspirou, na tentativa de acordá-lo, mas o garoto dormia feito uma pedra.

— Zoro... — chamou, aumentando consideravelmente o tom de voz. — Você só veio até aqui para dormir? — Nami levantou da cadeira e se aproximou da cama.

Ela parou na frente da cama, cruzou os braços e apenas observou a petulância do amigo. Ele continuava a dormir, totalmente despreocupado. O peito subindo e descendo calmamente. Tinha momentos em que, Nami queria ser igual à Zoro, pelo menos assim seria capaz de relaxar em qualquer situação.

Nami voltou a se aproximar da escrivaninha e pegou uma canetinha de cor rosa que estava em cima do livro de geometria. Ela andou vagarosamente até ele, agachou-se em frente à cama e ficou um tempo parada observando o rosto calmo e sereno, enquanto pensava no que podia desenhar na testa dele.

Enquanto pensava no desenho, começou a reparar com mais cuidado no rosto do amigo. Zoro era um chato na maioria das vezes, mas não podia negar que o achava extremamente bonito. Fazia sentido ter um fã clube dedicado somente a ele, no final das contas. O marimo se remexeu na cama, mas continuou dormindo.

— Um pênis ou uma rena? — indagou em voz alta, colocando a mão no queixo. — O pênis é mais fácil de desenhar. — concluiu.

Nami aproveitou a habilidade de possuir a mão leve e iniciou o desenho na testa de Zoro. Ela parou alguns momentos, rindo da forma engraçada que estava surgindo. No fim, optou por fazer uma rena com o rosto de um pênis. Estava perfeito, só faltava acordar o Roronoa e mostrar o resultado de sua obra prima.

— ZORO! — gritou no ouvido do rapaz, tentando acordá-lo de uma vez.

— O que foi? — resmungou, abrindo os olhos com irritação. O garoto bagunçou os cabelos esverdeados, dando-se conta de onde estava. — Eu acabei pegando no sono. Foi mal, bruxa. — em um momento já estava de pé.

— Já falei que odeio esse apelido. — revirou os olhos. Nami pretendia pedir para Zoro ir ao banheiro para que tivesse a oportunidade de se olhar no espelho, mas antes que tivesse a chance de dizer algo, Bellemere entrou no quarto.

— O jantar está pronto, crianças! Venham comer antes que esfrie. — ela parou por um momento, olhando de Nami para Zoro. — O que é isso na sua testa? — apontou na direção do esverdeado.

Zoro passou a mão na testa, sem se dar conta de que tinha algo desenhado ali. Bellemere colocou a mão na boca tentando abafar a risada, embora tenha sido uma tentativa frustrada. Nami também começou a rir, fazendo com que o rapaz ficasse sem entender nada.

— Qual é a graça? — indagou diretamente para Nami. Bellemere aproveitou a distração do rapaz e saiu de fininho do quarto.

— Não é nada demais. — Nami tentou parar de rir, mas quando olhou para o desenho, que contrastava com a expressão emburrada do rapaz, foi impossível continuar se segurando.

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